segunda-feira, 12 de março de 2012

sexta-feira, 9 de março de 2012

Valadares 2012 Logbook

Voei mais em Valadares em 9 dias do que nos ultimos 9 meses... É uma viagem que vale a pena, segundo meu amigo Marcelo tivemos muita SORTE !!!! Resumo, 35h voadas, e 2 voos acima de 100km, muito bom para os primeiros voos de 2012.


Para mim SORTE era definição oposta de azar, mas... A nova que veio é: SORTE = Saber Olhar Rota TErmal”

sábado, 3 de março de 2012

Valadares 2012 o ultimo dia de voo

Dia bem diferente, céu azul, pouquíssimas nuvens, na verdade mais fiapos de vapor mesmo, prometia ser um dia bem diferente mesmo.  Forte insolação e baixa umidade foram as receitas do dia.   

Conseguimos decolar um pouco mais cedo, e desta vez não fiquei baixo na saída, infelizmente os amigos da viagem acabaram pousando poucos minutos depois.  Pela primeira vez fiquei alto na saída de Era Nova // Alpercata, região que sempre ficava baixinho.  O voo caminhou bem, até eu me juntar com um pelotão que voava a frente, logico que num dia quase azul deveria ajudar a balizar térmicas, e com isso fazer o vôo de forma mais rápida.  Mas não foi bem isso que aconteceu, cada um voava para um lado, estilos diferentes de vôo.  Mas foi divertido, pois a cada xx minutos encontrava novamente alguns parapentes, o que não aconteceu nos outros dias. 

O dia começou com nuvenzinhas, que foram sumindo com o maior aquecimento

O caminho do voo de Valadares é o da “roça” com locais mais prováveis de desprendimento de térmicas, muita gente segue a risca esse caminho, e acaba indo para o chão. Como não conheço tão bem aqui, fui voando por cima de água, pedras, morros todos com possibilidades de desprendimento de térmicas.  E lógico, quando haviam os fiapos tentava aproveitar o caminho debaixo deles, para aumentar o sofrível planeio de 1:6 / 1:8 que meu variômetro insistia em mostrar quando estava em região de descendentes.   

Thomas e Sérgio preparando-se para o voo, colocando o macacão "forno"

A emoção veio em 2 pontos muito baixos do voo, antes de Engenheiro Caldas onde fiquei a 300m do chão, e depois em Inhapim.  Nesta ultima, eu ia pousar ao lado das antenas da cidade, num descampado excelente, mas o calor da cidade veio a meu favor, e consegui subir muito bem. 

E aos poucos o voo rendeu bem, sem térmicas espetaculares, o dia funcionava bem, e otimizando o planeio, bolhas, fiapos, pedras fui boiando e algumas vezes subindo entre 1,5 a 2m/s até Caratinga, já com o resgate me seguindo embaixo eu comunicava:
- vou pousar em Inhapim
- consegui subir, acho que chego em Upaporanga
- vá até o trevo.... 
- me espere no local que aterrisei dias atrás próximo a Caratinga
- entre na cidade de Caratinga
- acho que vou conseguir passar a cidade e pousar ao lado da BR116     

Rose, Papão e Marcelo, os outros voadores da turma que pegaram esse ótimo tempo em Valadares 2012

E assim por diante, até atravessar a cidade de Caratinga pela direita, a 1400m do nível do mar, mas a 700m do solo, pois é uma região já bem alta.  Consegui voar mais uns 7km, escolhendo o pouso a cada centenas de metros que caminhava.  Ahhh esse morro estava ótimo, mas o próximo também. 

Pousei num ótimo pasto de encosta de montanha, perfeito para o pouso, ao lado da BR 116, o próprio Reinaldo a bordo da possante Mitsubishi L200 me viu pousando, já que com o ar calmo fui conversando com ele pelo rádio (com muita turbulência não consigo pegar o microfone para falar no rádio). 

Pousei 7km depois da cidade, nossa volta foi no lusco fusco, pois pousei quase as 6 da tarde

E com isso fiz meu melhor vôo , de 110.9km livres em 5h30 , Ebaaaaaaa !!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 2 de março de 2012

FOTOSSS

Nem sempre as infladas dão certo, com os Dusts... em Valadares passando

Após o pouso do Marcelo e sua vela cor do céu 

Todos preparando-se para mais um ótimo dia em GV


@fotos Marcelo Mangolin

Ubaporanga's day

Reinaldo, nosso resgateiro oficial fez seu voo "prego" ontem, foi um bom prêmio depois dos 450km rodados de carro no dia anterior.

O voo foi bom como sempre, teria sido melhor se eu não tivesse "rastejando"ou seja, no início do voo não conseguia acertar as térmicas, e fiquei muito tempo baixo.

Fottosssssss:

Nossa turma de vôo, todos felizmente cansados apos muitos dias de voo eu, Papão, Sergio, Reinaldo, Marcelo e Rose

 Dividindo uma térmica próximo a Dom Cavati, com o veloz Mantra 4 do Papão

 Comitê de recepção após o pouso

Andei um pouco para trás e garanti este excelente local de pouso 

 Rodoviária de Ubaporanga, onde esperei o resgate chegar

quinta-feira, 1 de março de 2012

Voo de 5h em Governador Valadares

Dia do vento contra.   

Estava decidido a decolar mais cedo, nos últimos dias sempre tive certo receio de decolar na hora “chave” dia.  E porque isso ? Bom, no segundo dia de Valadares não interpretei direito as diversas indicações de vento no topo da montanha, e com uma brisa agradável, decolei levando pequenas fechadas dos 2 lados, com muita correção tudo deu certo, mas não havia entendido o que estava acontecendo.  No dia seguinte, a Monica Wenna e o instrutor Húngaro (representante SOL no país homônimo) me explicaram que eu decolara justamente na hora de um pequeno dust devil.  

A decolagem sempre foi um ponto fraco na minha pilotagem de parapente, mas vejo grande progresso na melhoria desta habilidade.  Conforme as palavras do nosso amigo Martin Dealmere (o “Argentino” / Belga), “una pena que Valadares que es tan bonito de vôo tem a decolagem meio chata.   Aqui o vento varia bastante, e muitas vezes é necessário aguardar muito minutos debaixo do sol escaldante para decolar.

Também muito interessante é a primeira subida, sempre crítica, pois a montanha “canaliza” as térmicas de tal forma que os pilotos tem dificuldades de encontrar térmicas próximo a decolagem.  Claro que se formos encarar o paredão de pedra, marca registrada do Ibituruna, tudo sobe, mas aí a subida é forte demais, com risco de colapso da vela invertebrada, portanto local que pessoalmente evito até as 4 da tarde pelo menos.

O voo do ultimo dia de fevereiro de 2012 foi particularmente interessante, pois o vento estava de través em relação a rota, e até mesmo rodando um pouco para contra, em relação a rota “padrão” que é sobre a rodovia BR116.  Minha decolagem foi para a rampa sul, no horário mais adiantado, 12:20, mas não quis rodar próximo a montanha e novamente perdi um pouco de altura.  Apesar de rodar na borda do “degrau” consegui sustentar um pouco até ganhar um pouco de altura mas estava voando a 200m do relevo com razoável turbulência, por causa do desconforto e ausência de rápida subida, lá fui para o Sudoeste, em busca de uma térmica salvadora.  Fiquei bem baixo, a 250m do chão mas sustentava bem, e cozinhei um pouco numa ascensão bem fraca, e derrepente alguns urubus voando próximo, encaixei bem no meio deles, e consegui subir bem.  Valeu a pena ter a paciência de esperar a nova bolha subir.   O Marcelo Mangonlin que estava do meu lado com seu Ellus teve menos paciência e foi para cima da cidade, e depois de ralar um pouco também começou a subir bem.

Mas o dia estava um pouco diferente,  parapente não avançava muito, vento contra, fui aos poucos “sendo empurrado” para o Rio Doce, tudo meio turbulento, via parapentes bem mais altos que eu e outros “pregando” (termo usado para quem pousa no início do voo próximo a montanha), e não conseguia centrar bem as térmicas.  Seria um gradiente de vento ?  Não sei, mas foi fato que quase desisti de sair para o “cross”(navegação), pois não subia, e o vento me empurrava para cima do aeroporto, que é zona proibida de voo. 

Escutando no rádio o avanço da turma de voo, Sérgio Pontremolez e Papão (Marcelo Giacomo) me animei a insistir um pouco mais e aos poucos o progresso veio.

Uma hora depois do início do boa quase pousei fiquei novamente muito baixo, menos de 150m do terreno, de longe vi 2 parapentes rodando na beira da rodovia, e como não pegava nada, fui até lá, sem subir tão bem como eles fui “sobrevivendo” e aos poucos consegui subir novamente.   Foram 20 minutos de luta para não ir para o chão, engatando numa forte térmica que me jogou de volta para o alto. A partir deste momento o voo começou a funcionar melhor, voei sempre mais alto com nuvens mais bonitas mostrando o caminho.  

Alguns parapente aqui e ali, mas no geral voei maior parte do tempo sozinho, escolhendo o próprio caminho, e sempre tentando voltar para a segurança de voar em cima da BR116, resgate mais fácil em caso de pouso.  O vento lateral dificultava “voltar” para a BR, mas aos poucos ele foi virando de direção ficando mais de través que contra.   Na região de Engenheiro Caldas, já voava paralelo a rodovia e indo para o lado das grandes pedras, fontes geradoras de boas térmicas.   No rádio escutava de tempos em tempos os amigos com algumas dificuldades de progredir no voo também.  Eles desviaram um pouco para a direita e não conseguiam mais retornar para o eixo da rodovia.  No final resolveram ir para a Ipatinga rota bem mais a direita do que o eixo da rodovia principal rumo a Caratinga.

O parapente vermelho (Ozone Delta) que me acompanhou durante um trecho do voo desviou totalmente a esquerda, eu preferi uma rota mais direta para o objetivo que era a cidade de Caratinga.   Tive um pouco mais de sucesso na escolha, especialmente na subida da serra para Dom Cavati no través de Tarumirim, onde subi com mais de 3m/s integrado, parecia até mais forte, mas esse é o lado psicológico, o que vale mesmo é a média da subida. 
Estranho galpão de industria abandonado próximo ao pouso 

Fui para o lado direito da rota caçar nuvens bonitas após D Cavati, desvio que funcionou, mas pensando melhor depois, talvez teria alcançado maior distância se tivesse insistido um pouco mais na rota (decisão que parapente vermelho tomou).  Fiquei baixo no meio do nada, mas consegui a ultima boa térmica do dia debaixo de uma grande nuvem.  Aí rumo a escolha do pouso, estava em cima da rodovia de asfalto, Caratinga – Vargem Alegre, paralela a BR116, 7km a direita,  região com poucas opções de pouso, muitos morros, cafezais e “plantação” de fios elétricos.   Resolvei retornar um pouco para pousar num topo de marro, um antigo cafezal que virou pasto, local ideal para pouso com o capim alto e verdejante.

Pouso macio e tranquilo, as 17:29 da tarde, com o sol já bem baixo, dobrei todo o equipamento e rumei com a mochila de 20kg nas costas para a rodovia, e depois de uns 20 minutos caminhando, 4 cercas de arame farpado, cheguei a beira do asfalto.  Logicamente o celular não tinha sinal, mas o SPOT (localizador GPS/comunicador satelital) já havia enviado SMS para o Reinaldo nosso excelente “resgateiro”.  Local muito vazia, e já no lusco fusco do por do sol, descansei um pouco da caminhada montanha abaixo, e comecei a caminhar na beira da rodovia para o Norte, em direção da rodovia principal.  Antes do pouso havia visto algumas edificações, mas como o pasto onde pousei era garantido pousei um pouco longe das casas.  Caminhei durante uns 45min, chamando sem sucesso no rádio o resgate.  E eis que surge um pequeno bar ao lado da rodovia.  Com um celular ligado a uma antena gigante, tentamos contato sem sucesso, então aguardei alguns minutos a mais.  Ao redor das 1930 o resgate chegou.
Pouso no pasto bonito próximo a Santa Efigenia de Caratinga 

Foi meu voo de parapente mais longo, 5h10 com 92km voados em linha reta ou 99.9km distância OLC , vôo interessantíssimo.  E graças ao SPOT o resgate foi rápido e certeiro.  O Resgate andou 450km no dia !!! Entre  2 subidas para a rampa e o resgate dos outros 3 pilotos da nossa turma.   As 21 chegamos de volta a Valadares com vontade de um bom jantar, novamente na Dna Conceição, no GV Mall :-)

Foi mais um ótimo dia de voo !