domingo, 4 de maio de 2014

Valadares News 2014 Prova 7 e Final

Prova #7

De manhã já avistamos um cirrus mais forte, e pequenos cumulus mostrando mais umidade no ar.  Comissão de provas resolveu diminuir um pouco o tamanho da prova, mas mesmo assim não foi o suficiente.  Em volta do Ibituruna poucas e turbulentas térmicas ainda ajudavam bastante os pilotos a se posicionarem para largada.  Quando passei próximo ao paredão de pedra, avistei uma vela vermelha colada na rocha, levei um susto enorme, consultando os pilotos da equipe Paulista que ainda não havia decolado me avisaram que o piloto de Boomerang 9  havia lançado o paraquedas reserva, e havia alojado-se numa fresta da montanha, com muita sorte estava bem.  Local de dificílimo acesso, parede negativa acima dele, impossibilitando acesso fácil, pelo rádio informou que estava bem.  Acabou passando a noite na montanha.  No dia seguinte, domingo, escutei na fonia a chegada do Helicóptero “Arcanjo” do corpo de Bombeiros de BH, ao final da manhã o piloto estava resgatado ILESO, um grande susto sem dúvida. 

 Piloto Gustavinho (S Lourenço) na pedra do Ibituruna @Pierre-yves Schlup

Foi resgatado na manhã seguinte, aparentemente passa bem @ Pierre

Mas voltando ao vôo, o céu foi fechando, e no final tivemos praticamente 8/8 de nuvens, o impressionante que as térmicas ainda funcionavam.  Todos sabiam que seria uma prova muito difícil, contravento com poucas térmicas, alguns pelotões conseguiram fazer caminhos melhores, o meu caminho não foi muito bom não, térmicas fracas, uma ou outra vez algo mais forte.   Foi um teste de sobrevivência e muita paciência, onde térmica de 1m/s era “um luxo”.  Pelotões muitas vezes iam para lugares que eu não achava que era a melhor decisão, e quando tinha um pouco de altura, tentava fazer o meu caminho, mas a eficiência em rastrear térmicas dos grupos é melhor do que voando solo.  As vezes consegui pular de um pelotão para outro, e outras era ultrapassado, dia muito lento.  No horizonte o tempo limpava, e a esperança que o sol chegasse antes de ir para o chão era grande.  No ida e volta, consegui chegar próximo ao Ibituruna faltando poucos km para fazer o ultimo pilão e pousar na Feira da Paz.  O pouso foi 200m acima da vila Isa, bairro de Valadares, num pouso meio ruim, logo depois acompanhado por um piloto de Caparaó que pousou com seu Cayenne 4 numa  negativa bem comandada, caminhamos um pouco até a cidade.  Neste dia nem mesmo os pilotos da classe Open conseguiram chegar no goal.

Clássica foto de GV2014 muitos parapentes na mesma térmica

O aprendizado neste campeonato foi muito bom, com certeza sempre aprendemos muito, e peguei vários erros que cometi que espero não cometer no futuro.  Pois voar em campeonato, requer tática bem diferente do que o voo de distância livre.  Também foi interessante voar ao lado da nova vela do momento, Gin Carrera e mesmo do Delta2 e Cayenne4 num planeio final longo.
  
Pontuação
Não fui muito consistente nas provas, fiz goal apenas nos 2 primeiros dias, numa das provas fui muito mal, indeciso em qual caminho tomar, fui para o chão ! Mas aos poucos fui me recuperando.   O resultado foi muito bom, fiquei em 2° Lugar na Classe Fun e 5° na Classe Sport, resultados temporários que talvez irão mudar para melhor.

No pódio, na Fun e Sport

Turma:
Formamos uma equipe de amigos, praticamente toda Paulista, com excessão do Leandro que já pensa em virar paulista também (...).  Os jovens talentosos que tem pouca experiência em campeoantos com certeza irão melhorar bastante.  A turma foi ótima, Jeison, Daniel, Augusto, Preto e Potenza.  Muita dedicação é necessária para melhorar os resultados !

 Turma de Andradas + Pirapora + Santa Rita + Socorro + São Pedro


 Potenza, Preto, Thomas, Augusto, Jeison (faltou Marquinhos e Daniel)

E o agradecimento final aos organizadores do evento ABVL + AVLI que suaram a camisa para nos proporcionar uma semana de voos (ahhh com a colaboração de São Pedro que tirou um pouco a potência das térmicas, mas nos proporcionou 7 dias seguidos de voo !).

sábado, 3 de maio de 2014

Valadares News Prova #6

Prova #6
Penultimo dia de prova desta etapa do Campeonato Brasileiro de Parapente, a previsão foi muito otimista, o resultado foi um dia de térmica seca, com base descendo cada vez mais, difícil passar dos 1300m do nível do mar.  Decolagem bem tranquila, antes da largada grande concentração dos coloridos parapentes nas poucas térmicas existentes.  Eu ainda não me sinto super a vontade numa térmica com 50 parapentes acima de mim...

Acabei largando um pouco atrasado, e os pelotões foram se definindo rapidamente.  Um dia de voo difícil, bastante técnico, contra vento de 33km até Engenheiro Caldas foi bem difícil para chegar no pilão.  Até mesmo para trás tive que voar um pouco, para pegar uma térmica, mas como era um dia de sobrevivência e não de velocidade no final valeu a pena.  Vi muita gente aterrissando, e fui para as montanhas a esquerda da estrada, com isso aumentando as chances de mais atividade térmica.  Várias vezes fiquei a 300m do chão, mas consegui subir, com auxilio de urubus e outros parapentes. 


Sempre me apoiando nas encostas com o vento relativamente forte para GV e o sol batendo fui desenvolvendo  os kms da prova.   Depois de muito tempo conseguir chegar no primeiro pilão, contra vento que exigiu  muita paciência e insistência.  Para o segundo ponto, antena Alpercata, novamente consegui aproveitar algumas térmicas fracas, e a baixa altura.  No final virei a Antena e pousei.  Pouso bem complicado, com linha elétrica a 10m do chão e outra passando dentro do terreno além de um charco, mas no final deu tudo certo.  Resgate na VAN bem rápido com transbordo para o ônibus executivo no posto de gasolina em Alpercata.  Cidade que ficou famosa com o assalto a mão armada do piloto Rangel logo após o pouso.  Algumas horas depois conseguiu recuperar todo equipamento com auxílio da polícia local, que fez um “rapa” na cidade toda, bateram de porta em porta, mas fica a dica de pousar longe das cidades que infelizmente estão cada vez mais violentas até mesmo no interior. Dia raladooooooooo.

Valadares 2014 Campeonato Brasileiro de Parapente

Prova#5

Definitivamente não foi meu dia, pior colocação do campeonato... pousei logo após o rio Doce.  Largada razoável, mas fiquei indeciso para qual lado ir, e no final fui para baixo mesmo.  Tinha grupo a esquerda e a direita, e fui pelo meio... Ou seja não ficar indeciso é muito importante.  Pousei numa planície junto com 5 outros pilotos, a maioria do RJ mesmo.  Saimos caminhando por um bom tempo, deu para queimar o café da manhã, e a van acabou nos encontrando no meio do caminho.  

Aliás vale salientar o excelente sistema de resgate do campeonato, a cargo do Dioclécio Rosendo, que conhece cada detalhe da região, a ponto de dizer “vá buscar a chave da porteira com o vaqueiro da casa laranja”.  Jantar na churrascaria Espettus, cortesia ABVL, boa confraternização.  Os outros pilotos da turma “Invasores do Espaço Aéreo” conseguiram fazer distâncias maiores.  Destaque para o Shumacher que subiu bastante na colocação da classe Sport, para 4 lugar.  Também aprendi bastante sobre medição de vela junto ao Martin, que mediu a vela do Paparazzi (Fabio Potenza), Delta1 que tinha várias linhas com comprimento de linha errados.

Medindo comprimento das linhas

Prova #6

Penultimo dia de prova desta etapa do Campeonato Brasileiro de Parapente, a previsão foi muito otimista, o resultado foi um dia de térmica seca, com base descendo cada vez mais, difícil passar dos 1300m do nível do mar.  Decolagem bem tranquila, antes da largada grande concentração dos coloridos parapentes nas poucas térmicas existentes.  Eu ainda não me sinto super a vontade numa térmica com 50 parapentes acima de mim...


Acabei largando um pouco atrasado, e os pelotões foram se definindo rapidamente.  Um dia de voo difícil, bastante técnico, contra vento de 33km até Engenheiro Caldas foi bem difícil para chegar no pilão.  Até mesmo para trás tive que voar um pouco, para pegar uma térmica, mas como era um dia de sobrevivência e não de velocidade no final valeu a pena.  Vi muita gente aterrissando, e fui para as montanhas a esquerda da estrada, com isso aumentando as chances de mais atividade térmica.  Várias vezes fiquei a 300m do chão, mas consegui subir, com auxilio de urubus e outros parapentes. 

Prova complicada contra vento dá para ver as montanhas direita, que salvaram meu voo

Sempre me apoiando nas encostas com o vento relativamente forte para GV e o sol batendo fui desenvolvendo  os kms da prova.   Depois de muito tempo conseguir chegar no primeiro pilão, contra vento que exigiu  muita paciência e insistência.  Para o segundo ponto, antena Alpercata, novamente consegui aproveitar algumas térmicas fracas, e a baixa altura.  No final virei a Antena e pousei.  Pouso bem complicado, com linha elétrica a 10m do chão e outra passando dentro do terreno além de um charco, mas no final deu tudo certo.  Resgate na VAN bem rápido com transbordo para o ônibus executivo no posto de gasolina em Alpercata.  Cidade que ficou famosa com o assalto a mão armada do piloto Rangel logo após o pouso.  Algumas horas depois conseguiu recuperar todo equipamento com auxílio da polícia local, que fez um “rapa” na cidade toda, bateram de porta em porta, mas fica a dica de pousar longe das cidades que infelizmente estão cada vez mais violentas até mesmo no interior. 

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Valadares News Prova #4

Prova#4

No quarto dia da prova estavam todos animados, afinal a previsão continuava excelente, o céu estava azul com o sol forte desde cedo.  A costumeira longa subida para a rampa sempre um ótimo momento para contar histórias de pescadores de nuvens, cada um contando uma história mais arriscada. 

Quase decolando em GV 2014 (@ Clayton Resende)

Apresentaram a prova para o sul, depois da feliz observação do piloto Moka, que uma rota próxima do rio Doce iria novamente nos colocar fora do NOTAM permanente, já que não conseguiram aprovação a tempo pelo DECEA de um especial para o campeonato.  
Decolagens um pouco confusas, pois o vento virava de Norte para Leste, mas aos poucos o pessoal foi decolando, e hoje com um pouco mais tempo para abertura da janela (faixa de largada) eu estava um pouco mais tranquilo.   Me atrapalhei um pouco antes da decolagem, com os fios do kit rádio capacete áudio embutido recém comprado e instalado, mas no final consegui decolar de forma razoável pela 4a vez consecutiva, provavelmente meu record.

Briefing diário com um visual fantástico (@ Clayton Resende)

A grande surpresa do dia foi a rápida mudança do céu, de zero nuvens para 7/8 de cobertura em menos de 2 horas.  Já bem encoberto antes da largada tivemos que batalhar bastante para encontrar as poucas térmicas disponíveis, mas com 140 parapentes voando, não foi um grande problema.  O vento já estava apertando um pouco com boa deriva, exigindo concentração para subir com o céu praticamente encoberto. Com a base alta, consegui sair para prova numa boa altura, apesar de não estar no pelotão da frente.  As nuvens foram escurecendo cada vez mais, então buscávamos pelos pequenos freixos de sol, que apareciam aqui e acolá.   Visual das velas multicoloridas era melhor apreciado da base na nuvem.  Hoje tive um pequeno descontrole da vela, quando tentei fazer orelha (fechar as pontas da vela para perder sustentação) para evitar de subir mais a vela entrou em pequeno giro, tive um pouco de dificuldades, na segunda tentativa de novo... não sei se foi pela turbulência, pois nunca tive maiores problemas em orelhão... 

Céu as 1530, parecia muito mais tarde, no detalhe algumas velas pousadas

O voo foi aproveitar o melhor planeio, com pouco afundamento, e mapeando o céu com os parapentes a frente.  Alguns conseguiram pegar as poucas térmicas existentes, eu não tive o mesmo sucesso.  Após virar mais 2 pilões, fui quase para o chão em Divino Traira, uns urubus, e um morrote me sustentaram, cheguei muito baixo, e junto com um Trango2 aos poucos conseguimos subir, mas não foi muito, o suficiente para ir até o pilão (ponto de virada), e depois procurar um pouso, algo fácil, pois uns 20 parapentes já tinham pousado em todos os terrenos possíveis ao redor do posto de gasolina JR.   Tinha parapente por todo lado, alguns num pequeníssimo terreno ao lado da Rodovia, que eu jamais teria coragem de pousar até um piloto de Gin Carrera que pousou no topo de um íngreme morro, passei ao lado voando, mas fui para o terreno após o rio, onde uns 6 já estavam pousados.  O momento Indiana Jones foi na travessia do límpido rio Traira, afluente do Rio Doce, e depois uma pequena caminhada (5 minutos) no meio do mato até chegar na rodovia Rio/Bahia e no posto de gasolina BR.

 Atravessando o rio Traira com astronave nas costas...

Ficamos surpresos com a grande alteração da meteorologia pois os modelos de previsão informava previsão de céu aberto, ótimo para nossos voos.  Segundo as explicações do Lucas Machado, zona de convergência atuou na região, umidade que veio do mar mesmo, pelo vento leste.  Com uma fraca rede de estações meteorológicas na região a previsão é difícil mesmo.

Jornal local, notícia de capa, piloto Moka ganhou as 2 primeiras provas na classe Open


Chegando em GV um belíssimo por do sol