sexta-feira, 17 de abril de 2015

Baixo Guandu P6

A japonesa da direita que foi resgatada pelo helicoptero que veio de Vitória 

Totalmente diferente, céu bastante encoberto, dia mais instável próximo a decolagem.  Após sair do chão todos subiram rapidamente para a base.  Tivemos que ir para o vale, para fugir das nuvens mais escuras.  Claro que ficava na rota do Start Point, então não foi um grande problema.  Quando faltava 4 minutos para largada pequei uma forte térmica que me pos na base.  Estava meio distraído e queimei a largada, enquanto eu voltava 300m, via 100 parapentes na contramão saindo para a prova... hummmm alguém devia estar errado ahhahahhaha.  Sem comentários. 

Criançada de uma escola de BG assistindo as decolagens

Vencido este pequeno detalhe, as térmicas já não estavam tão fáceis, próximo ao Rio Doce, fui encontrado pelo campeão Frank Brown, que estava muito atrasado !  Subiu como um foguete na térmica, e na próxima eu já tinha chegado 400m embaixo, e depois nunca mais o vi.  Ele mesmo com esse atraso todo, ainda chegou em 10 lugar no goal (objetivo da prova).  Quem sabe sabe !!!  Vi vários pousando após o Rio Doce, e eu fiquei a 300m do chão depois do pilão, tentei ir para a térmica onde uns 50 pilotos rodavam, mas vi que não ia chegar.  Então boiei por algum tempo até engatar uma boa térmica em cima de uma pedreira.  Atravessei bem a área mais plana, e depois novamente uma ótima térmica próximo ao rio novamente.  E esta foi basicamente a ultima do dia, pois na próxima, onde chegaram 2 parapentes Enzo e Boomerang 10 (ambos ccc 2 linhas), eu não consegui ter o planeio... Então fiquei lutando baixo, até pousar no topo de um morro, ao lado da rodovia asfaltada.   Levei um bom tempo até descer, andei num charco, meias no lixo ?!@?  

E assim fica a rampa antes de iniciar as decolagens

E na rodovia tive o ótimo resgate do Julian Acosta, argentino que havia desistido de encontrar o goal a bordo do seu possante VW.  Esse foi mais um dia que não cheguei ao goal, e a curiosidade de olhar os resultados não foi boa, melhor nem comentar.   

No pouso de alguns dias atrás argentinos, japa e eu

Hoje minhas fotos aéreas não deram certo, a gopro não registrou as imagens não sei porque, terei de investigar melhor essa camera  A torre de babel aqui é impressionante, muitas linguas totalmente diferentes, Turco, Russo, Persa, Húngaro, Tcheco, e assim por diante.  São pilotos de diversas nacionalidades.  Muitos conhecidos de outros campeonatos acabam dando um toque especial no campeonato.  E o Brasil é muito querido por todos os pilotos, que valorizam muito a hospitalidade das pessoas das pequenas cidades, no pouso quando precisam de ajuda em todos os lugares.  Além claro das ótimas condições de voos que temos. 

Baixo Guandu Prova 5

Novamente um bonito dia em Baixo Guandu, resolvi decolar bem cedo para não ficar atrasado na largada.  O que deu certo, pois consegui sair para  a prova junto com todos.  Tivemos que subir nas rochas a direita da decolagem, e havia um pouco de turbulência.  A prova foi para o lado de Colatina, a maior cidade da região, lado que ainda não tínhamos voado durante este campeonato.  Paisagem muito bonita, em especial do Rio Doce e seus inúmeros Banco de areia. 

Largada sempre magnifica !

O dia foi novamente azul, ou seja sem nuvens, tornando um pouco mais difícil o voo.  Fiquei baixo próximo de pedras enormes, mas com paciência e ajuda de outros parapentes aos poucos fui recuperando, e consegui voltar para a base.  Novamente boas térmicas ao lado do Rio Doce, já próximo a Colatina.  Com isso consegui pegar o pelotão da frente que estava um pouco lento.  

Somos muito pequenos voando no entorno destas grandes rochas

Já na volta, no contra vento, tudo se complicou um pouco, mas as boas sequencias de térmicas me deixaram um pouco confiante demais.  Via montanhas a nossa frente, e na ausência de térmicas minimamente razoáveis, fui para elas, vendo a minha frente um grupo de parapente com mais performance se aproximando.  

No caminho da prova, um pouco baixo, mas em seguida desta foto subi muito bem

Mas infelizmente cheguei baixo demais, e não consegui alcançar a potente térmica que fez a alegria dos demais.  Tentei ainda “ralar” na face do sol do rochedo, mas desta vez não tive sorte de conseguir subir, e pousei em poucos minutos mais.  Estava animado por estar andando um pouco mais veloz e com isso deixei para trás o grupo dos mais lentos, mas claramente foi um erro, pois sem a ajuda do grupo com tempo azul, fui para o chão novamente. 

Cruzando o Rio Doce, próximo a Colatina (ES)

Sem contato com o mundo exterior, apenas escutava o Dioclécio que estava junto ao seu potente rádio no topo da montanha ao lado da decolagem. Telefone celular aqui não pega fora das pequenas cidades, provavelmente devido ao relevo bem acidentado.  Mas a Van passou próximo de mim alguns minutos depois e por contato rádio direto pedi para ela parar.  E foi o fim do voo do dia.   Por outro lado conheci bonitas paisagens  desta vez a bordo do possante Mercedes Benz...  

Cheguei baixo demais para pegar a ótima térmica que estava um pouco depois desta pedra grande

Muitos pilotos chegaram no goal, e teve o detalhe da Japonesa que jogou o paraquedas reserva e pousou numa parte alta de montanha, foi resgatada pelo Helicóptero da Policia, que veio de Vitória para efetuar a retirada dela, pois o local era inacessível por via terrestre.  Quase todos os dias temos algum paraquedas reserva sendo lançado, todos os parapentes levam pelo menos 1 reserva, os de 2 linhas, mais ariscos, costumam levar 2 !!! Somos treinados para jogar o reserva, o meu inclusive já é um do tipo dirigível, ou seja uma vez aberto, posso escolher onde pousar, se tiver altura para manobrar, claro. 

Dirigir com calma nas pequenas estradas vicinais é essencial, aqui foi uma batida que vimos



A noite tivemos um bom churrasco patrocinado pela organização e, finalmente não comi no restaurante do hotel Barbosa.  Várias velas Boomerang 10 sendo vendidos a €2.500 , creio que bem negociáveis por causa do preço meio alto e concorrência.  Icepeaks7 e 8 vários a venda também com preços melhores, um verdadeiro mercado Turco (aliás temos 2 pilotos da Turquia participando).  Já eu resolvi negociar algo,  vendi o meu C-Pilot para um piloto Persa, apesar de ótimo instrumento, não me adaptei. Minimizei a perda, vendendo com apenas 4 voos.

Não dá para cansar deste visual incrível, desta vez avistado "da terra firma" e não do ar :-)

E hoje tem mais, correr para não perder o ritmo do dia, café da manhã, arrumar as tralhas etc etc, mais 2 dias de ótimos voo e quem sabe chego no goal !!! Hoje será prova mais longa para dificultar, com certeza, mas vamos lá, animo total.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Baixo Guandu P3

Marcaram a subida para rampa mais cedo, 08:30, todos pensando que seria marcada uma prova de 100km, conforme os rumores diziam.  Mas ainda bem que foram mais conservadores e a prova do dia foi de 75km, que parecia totalmente possível.  Mas o dia estava bem diferente, umidade um pouco mais baixa significou céu azul o dia todo, sem o auxílio das nuvens mostrando as térmicas.  Além disso elas estavam mais distantes uma das outras, um dia mais técnico sem dúvida.  Já antes da largada vi um paraquedas reserva do tipo dirigível, não sei quem foi o piloto.  Parece que tivemos 3 reservas lançados no dia, com pilotos de várias nacionalidades. 

Antes da largada o céu estava bonito !

Decolei meio tarde, faltava 25 minutos para a largada, e foi uma correria para me posicionar, no último momento ainda consegui subir, e larguei médio, amanhã tentarei ser um dos primeiros a decolar, melhor esperar em voo mesmo que no chão, com o risco de vento atravessado, etc et all.    

Após a largada, e eu já ficando na retaguarda

Já na primeira esticada fomos para a ponta de umas montanhas, e tivemos que entrar um pouco num vale bem inclinado com cafezais e pouca opção de pouso, mas pelo vento e sol tinha que “brotar” térmicas, e foi isso mesmo que aconteceu.  Alguns pilotos que deram a volta pela esquerda acabaram atrasando um pouco, pois apesar de parecer mais seguro, não conseguiram aproveitar as melhores térmicas do dia (pelo menos para mim).  Atravessar o vale para o próximo ponto tive que prestar muita atenção no relevo, já que nuvens não haviam, e os pelotões da frente já estavam distantes e com isso os melhores pilotos, com certeza. 

Essa térmica foi ótima, mas o terreno embaixo um "pouco" ondulado

E agora rumo ao primeiro pilão depois de subir nessa região mais alta

No contravento tudo ficou complicado, pois além do vento o sol foi filtrado pelas nuvens altas, cirrus, que rapidamente enfraqueceram a potência das térmicas.   Apostei muito nas pedras grandes mas não subia muito, e com o vento de frente, o progresso foi muito lento.  Já próximo ao ponto vi muita gente pousando, fiquei baixo, fui com vento de cauda, na contramão, para tentar achar alguma térmica que me levasse para cima novamente.  Surfei em cima das pedras por um tempo, até que finalmente consegui subir a 1200m, mas no contravento fui quase para o chão novamente.  Fiquei nesta história durante muito tempo, mas não conseguia ir para o ponto de virada, mas tive a oportunidade de apreciar de perto os “pedrucos” deste vale que parece tirado de um filme dos Flinstones (Hanna Barbera) tamanha a beleza do lugar. 

As famosas pedras...

 Não parece o vale dos Flinstones ? Visual incrível mas sempre baixo...

Acabei pousando junto com ½ dúzia de pilotos ao lado da rodovia, sim hoje não teve caminhada de 1 hora, o que já foi ótimo !!!!!!  Venceu a prova o piloto Urs SCHOENAUER com 25.9km/h , o primeiro Brasileiro foi o Luis Tavares em 10 colocado.  Saladini e Frank pousaram no meio da prova, escorregando para 10 lugar, mas ainda teremos várias provas e descartes, avanti Brasil !!!

Trem de pouso baixado e travado !

Filmado pelo amigo Gustavo Crispy Blanco da Argentina um dos 3 reservas do dia, Boomerang 10, Enzo2 e este do Icepeak, a partir dos 15 segundos impagável a narração que mais parece de um jogo de futebol, o piloto pousou bem !


segunda-feira, 13 de abril de 2015

PWC Baixo Guanduuuuuuu P2

Prova 2

Marcada prova de 85km, não dei muita bola para a distância, e tampouco para o horário da saída, isso veio a custar bastante no final.  As decolagens foram muito tranquilas, com vento de frente, rapidamente e sem fila todos estavam no ar.  “Cozinhamos” bastante antes da largada, pois aqui dão 1:15h para os 120 pilotos decolarem e se posicionarem para a largada, e como a maioria decola muito bem, o processo é bem rápido.   Levei um susto muito grande, quando um parapente passou por baixo de mim, no lift próximo da rampa, um Mantra que passou praticamente raspando a vela nos meus pés, como pode isso ??? Bem passado o susto resolvi sair fora de perto da rampa, e fui buscar a primeira térmica mais adiante, que funcionou bem. 


Esse foi um "near miss" mesmo, a Mantra 6 roxo, veio por trás, e levei um bom susto ...

Largada razoável, poderia ter sido melhor, e rapidamente fui sendo deixado para trás novamente, pelas velozes velas que eu chamo de Fórmula 1, não consigo acompanhar com meu Gin Carrera, que seria um F3 participando.  Voo muito gostoso, altos e baixos, acelerando bastante, sem tomar nenhuma fechada, o tempo estava bom, com base no início a 1500m que foi subindo mais para a frente do dia.  Tive que brigar para ficar alto, algumas regiões não tão boas de térmicas. 


As rochas de Baixo Guandu, próximo da decolagem

O final do dia que complicou bastante, e apesar de começar o planeio final com 350m de reserva, pelo C-Pilot (deve estar com a polar errada), fui perdendo essa reserva.  Avistava o aeroporto, apenas 3km, mas não tinha altura para chegar com segurança, -50m, e o terreno que teria de sobrevoar era ruim para pouso.  Ainda tentei girar térmica num vale no través de Aymorés, mas resolvi voltar e pousar num platô onde a pilota Taiwanesa/Argentina, já tinha aterrissado.


Preparando para largada

 Capim alto, com arbustos aqui e ali, fiz um bom pouso, mas parte da vela (para variar) caiu num arbusto.  Depois de um bom tempo consegui desembaraçar tudo, e junto com mais um piloto Argentino e um Israelense começamos a caminhar.  E que caminhada fizemos !!! Uma hora descendo até chegar no início da cidade.  Caminhos que acabavam, tivemos que voltar algumas vezes, e no final, já no escuro (lanterna do iphone...), tivemos que descer no meio de árvores num barranco onde caí algumas vezes, escorregando mesmo.  Descobri que o parapente amortece a queda, nem encostava no chão !!! A Shao teve sorte que o outro Argentino carregou o equipamento de apenas 25kg nas costas dele, pois ela não consegue carregar tanto tempo...  


E no final do dia sempre belíssimo, e sem térmicas para me levar para casa

Rafael Saladini, do RJ, matou a prova do dia !!! 

Preciso comprar um tênis novo, o meu está velho e a sola lisa demais, hoje vez muita diferença na caminhada em terreno íngreme, qual será o melhor para voar ???

domingo, 12 de abril de 2015

PWC Baixo Guandu Delegação Brasileira

Somos a maior delegação, com 19 pilotos representando o Brasil: 

Alfio Vegni Junior
Clayton Resende
Cristiano Ricci
Deonir Spancerski
Eduardo Machado Baldi
Erico Oliveira
Frank Brown
Jarbas Mello
Luciano Tcacenco Bender
Luis Gustavo Tavares
Marcelo Otto Neuenschwander Penido
Martin Portmann
Pablo Rodarte
Rafael Saladini
Rodrigo Monteiro
Roland Zgraggen
Sildomar Tavares De Arruda
Thomas Milko
Washington Peruchi




PWC Baixo Guandu Prova 1


Primeira vez que participo de uma etapa do PWC (Paragliding World Cup), que tem ½ dúzia de etapas espalhadas pelo mundo.  É uma competição aberta a pilotos que tenham pontuação para se classificar, das etapas dos campeonatos Nacionais e também Pré-PWCs.   Existe apenas a classe aberta (open) que hoje é dominada pelos parapentes de 2 linhas como Enzo2, Boomerang 10 e Icepeak8.   Eu vim voar para ganhar um pouco mais de experiência, pois minha vela (Gin Carrera) tem performance um pouco (?) inferior, competindo na Sport class, que aqui não existe.   

Já a subida para o Monjolo, onde fica a rampa de decolagem, mostra a beleza da região, que tem muitas “rochas” gigantescas, parecem ter sido arremessadas do espaço, pois elas brotam por todo lado.  Baixo Guandu fica a 170km de Vitória (ES) praticamente na divisa com Minas Gerais, a cidade vizinha Aymorés, fica em MG.  A rampa é bem ampla, com decolagem tranquila, e desnível ao redor de 700m.   Para este evento puseram carpete em toda  a área da decolagem que do ar deu um colorido muito especial.  Detalhe que pelo segundo dia consecutivo, só ucranianos a bordo da perua, daqui a pouco já falarei a língua deles !

Rampa, a vela azul petróleo é a minha, checando antes de conectar                   @Marjo

Prova do dia, 70km, no início as decolagens foram lentas por falta de vento, mas depois uma boa brisa facilitou a saída do chão.  Decolei bem para trás, pois a fila era grande, e não consegui subir muito na frente da rampa.  Fui uns 2/3km para frente, e levei um bom tempo para sair de perto do chão.  Mesmo assim deu tempo de sobra para chegar próximo ao ponto de largada, um cilindro imaginário de 1km.   Consegui largar razoavelmente bem, e foi impressionante ver a quantidade de parapentes 2 linhas acelerando, em poucos minutos quase todos me passaram.  Fui usando o pessoal na minha frente como referencia de qual caminho seguir, mas os primeiros pelotões foram muito velozes, distanciando de mim rapidamente.   


Céu lotado                      @Marjo

Pequenos pontos coloridos no horizonte, foi o que eu conseguia avistar após 1 hora de prova.   Atravessamos o rio Doce para uma planície, que demandava um pouco de cuidado.  O terreno aqui é bem heterogêneo, pois tem muitas montanhas, áreas planas e o Rio Doce, além do lago da represa da mesma.  Fontes térmicas foram muito diversas durante o voo, desde o lado aquecido das rochas, até a subida no meio do rio.  Bem diferente do que estou acostumado no Sudeste Brasileiro, onde rio é sinônimo de “frio” e ausência de térmicas.  Nessa mesma planície vi um Boomerang10 girando de ré, e o piloto francês brigando para por a vela de volta para voar, mas o giro continuava e o piloto não conseguia resolver o problema.  Perdi totalmente a concentração, apenas observado os giros e mais giros deste piloto.  Estava bem alto quando isso começou, e numa altura ainda bem seguro, creio que a 500m do chão, ele lançou o paraquedas de reserva e pousou com segurança.  Como será que ele poderia ter saído desta situação ? Saberei nos próximos dias...

Foi um dia bem interessante, pois vários grupos resolveram ir pela direita do rio e outros pela esquerda, estratégias diferentes com resultados certamente bem distintos.  Como o primeiro pelotão se distanciou muito de mim, eu não consegui ver qual lado eles tinham escolhido,  os tracklogs mais tarde mostrarão isso.   Durante grande parte do voo tinha parapentes na minha frente e atrás também, mas eu estava quase sempre no ultimo grupo.  Muito estranho olhar para trás e não ver mais ninguém, hahahahaha.   Numa das travessias do rio Doce, fiquei um pouco baixo 500m, mas consegui subir bem.  Mas no resto do voo voei alto, o que deixou o voo relativamente tranquilo


Diversidade de terreno, rio Doce e sua represa

Para o planeio final, subi tudo que pude até a base da nuvem, ao redor de 1700m msl ,  mas mesmo assim alguns quilômetros adiante, vi que não tinha chance de chegar, e além da falta de opção de pouso, tinha que atravessar a calha cheia de pedra do rio, e uma sombra gigantesca, optei por voltar ou seja ir para trás na rota uns 4-5km.  Isso destruiu completamente minha média de velocidade, no início subi lentamente com térmica menor do que 1m/s, mas buscando bastante, consegui achar algo mais forte, ao redor de 2.5m/s,  e voltei para a base.  Faltavam apenas 12 km para chegar no goal, e saí com 650m de reserva.  Estava feliz que iria chegar no aeroporto de Baixo Guandu, que era o objetivo do dia. 


Baixo Guandu

Comecei a perder essa reserva, mas tinha certeza que ia chegar, pois 600m é muita reserva, fui na proa do pilão  (ponto de virada) a direita do aeroporto, e avistei alguns parapentes pousando, mal sinal, mas insisti.  Quando virei o ponto, estava com menos de 50km de reserva !!!!! Faltava muito pouco para o goal, uns 3km ou nem isso.  Estava preparado para não chegar, pois poucas eram as opções de pouso, passei em cima da pedreira e o Flymaster mostrava 15m de reserva...  Vi um morrote a minha frente, um bonito pasto, era lá que ia ficar.  Mas eis que a reserva tinha parado de diminuir, ficou nos 15m, o que é pouco...  Vi um avião taxiando pela pista, e mirei nele, estava parado na cabeceira da pista, aguardando eu pousar ou desistir de ir para o aeródromo.  Mas como vi que flutuava bem, mirei para o começo da pista, mais perto apontei para faixa de chegada, pois se fosse pra cabeceira e depois para esquerda, não ia chegar no goal, que é apenas cumprido após passara faixa.  Cada vez mais baixo, já com o pouso garantido no terreno do aeroporto, fui flutuando e passei a faixa a menos de 10 metros de altura. Goallllllllllllllllllll  Foi a minha chegada mais “justa”que já tive em campeonatos de parapente, mas cheguei.  Levei “apenas” 3h para fazer a prova que os vencedores levaram 1h:55m para ver como fui lento...  

Uma pilota, veio andando, muito brava porque tinha pousado 800m antes da faixa, bem como vários pilotos que pousaram no caminhão.  Ahhh e o Brasileiro Frank Brown ficou em terceiro lugar na prova !!!  O amigo João de Aymorés, estava na pista também coordenando o tráfego com o rádio de mão, claro que após eu atrapalhar o tráfego do aeroporto, afinal o avião ficou queimando gasolina esperando eu pousar, não sei se serei tão bem vindo :-).