quinta-feira, 28 de abril de 2016

Oudie 3+

Pronto, estas são as página do meu Oudie 3 (computador de vôo) falta mexer nas cores, mas no geral para voos de campeonato serve.  Para voos de cross (navegação) modifico o perfil para colocar distância da decolagem, velocidade média dos últimos 60" . Bons voos !




domingo, 24 de abril de 2016

Campeonato Pico do Gavião 2016

No Pico do Gavião - Andradas (MG)

No feriado de 21 de abril voamos um campeonato marcado para apenas quinta e sexta feira, não entendi o intuito do organizador, pois poderíamos ter aproveitado pelo menos os 3 dias do feriado, e provavelmente por este motivo tivemos um número menor do que a lotação máxima de 80 participantes.  Mas de toda forma tudo funcionou muito bem, especialmente São Pedro !!!

Prova #1 - Com pilões em Sta Rita de Caldas, Ipuiuna e chegada em Congonhal parecia um simples voo de cross country. Mas o vento estava forte, e mesmo com o atraso da abertura da janela, ainda estava meio complicado.  Muitos pilotos fizeram grandes malabarismos para decolar, eu preferi deixar para mais tarde.  Pois não estava com vontade de arriscar levar uns tombos.  Um piloto acabou sendo arrastado e danificou 2 parapentes ao lado, que não puderam voar.  Acabei decolando 30" após abertura do início da prova.  Sem muitas ilusões e qualquer colocação, mas fiquei feliz com a decisão pois não tive dificuldade alguma em decolar.  Já para subir foi diferente, tinha muito sombra na frente da rampa, então fiquei no lift mesmo.  Vi o 2 pilotos também baixos mais a frente tentando subir, um deles o Mexicano, que também optara em aguardar.  Mas aos poucos com o sol saindo deu para encaixar numa boa térmica no meio da cordilheira, onde havia mais sol.   Partida na estratosfera, tentei ir caranguejando na cordilheira, mas após passar o pouso do Moacir, não consegui mais e tive que encarar o forte vento de cauda em direção do vale.  Fiquei muito baixo, mas subi 2x, e aos poucos consegui enfrentar o vento para fazer o primeiro pilão.  Depois tudo foi muito mais fácil, rodar térmicas com vento forte, e a ultima delas foi um pouco antes de Ipuiuna e um planeio de 12km para o Goal.  Acabei chegando 500m acima do pouso, mas porque consegui pegar uma ótima linha de sustentação.  Vários colegas, que haviam largado bem antes de mim, não tiveram esta sorte e pousaram poucos quilometros antes do goal.  Apesar de ter saído tão tarde ainda fiquei numa boa colocação. 

E a boa sequência de fotos do Zenilson mostrando a decolagem para o lado sul (Andradas)







Prova #2 - São João da Boa Vista, Aguaí e Casa Branca (aeroporto) dia com vento sul, tranquilo, fui o 3ro a decolar, atrás do Washington e Rafa, base mais alta ainda, ao redor de 2800m do nível do mar prometia uma prova rápida.  Sai por cima da cordilheira de Andradas, uma ótima linha de sustentação que permitiu acompanhar um pouco mais os velozes parapentes de 2 linhas.  Voei bastante com o Lucas, a bordo do Mantra M6, e pude acompanhar as interessantes decisões da dupla Wash/Rafa vs. o Felix que voou muito bem ficando mais alto do que os outros 2.  Enquanto eles faziam o duelo aéreo eu ia por cima nas boas linhas e algumas fortes térmicas. 


O ótimo pouso escolhido e meus "ajudantes" 

 Mas Aguaí foi mais difícil, o próprio nome já indica algo, é uma região com térmicas mais esparsas, mas mesmo assim fomos em frente.  Na rota para Casa Branca, eu ainda bem na frente dos outros da categoria sport, arrisquei mais, e fiquei muito baixo, rodei a 30m do chão por alguns minutos na altura da antena de celular... que eu tinha esperança que fosse desprender uma forte térmica, mas não deu certo e acabei pousando num ótimo campo de feno colhido ao lado da rodovia.   Ficou a lição de não arriscar tanto assim. 

Esperando o resgate na rodovia Aguaí - Casa Branca

Agradecimento ao Pico do Gavião por ter apoiado o evento, e a sugestão de aproveitar melhor os dias de um feriado prolongado e fazer pelo menos 3 provas. 

Ahhh e no sábado fui voar com o Dr Alberto e o Stefano, explicando um pouco no rádio o porque do caminho, e também para não para em qualquer térmica, aproveitar as melhores, pois o dia novamente estava muito bom com base alta.  Com o vento norte fizemos uma rota mais a leste de Mogi Mirim, até Itatiba, e de lá fomos a Oeste pousando em Sto Antonio da Posse.  Voei uma distância muito menor do que o potencial do dia, porém foi bem interessante voar tentando explicar um pouco as decisões.  Com a turma de Pirapora em peso voando foi muito bacana ver mais parapentes no caminho, o que ajudou ainda mais no entendimento do voo.   

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Castelo 2016 - A viagem de muita SORTE !!!!

Depois de um bom tempo sem vontade de escrever sobre o voos, tive tantos acontecimentos bons hoje que resolvi retomar este blog, em tempos de Facebook instantâneo talvez não seja muito relevante, mas pelo menos guarda uma sequência interessante dos acontecimento, ótimas para contar histórias futuras.   Hoje foi um dia muito especial, afinal nunca imaginaria chegar literalmente voando em Castelo, local que não tem aeroporto algum, fica no meio dos morros, mas...   Ahhh antes de mais nada, esta cidade fica no Espírito Santo, ao norte de Cachoeiro do Itapemirim (terra de Roberto Carlos), para terem alguma noção de onde fica.

Apesar do sol em São Paulo, em Cotia o tempo estava assim mesmo, nevoeiro forte

O plano era decolar de Cotia com o PT-ZTO as 7:00 da manhã, havia feito 2 planos de vôo, um até o condomínio aeronáutico da Vale Eldorado, proximo a Atibaia, para abastecer e o outro para Cachoeiro do Itapemirim (ES).  Apesar do sol forte em SP, assim que entrei na rodovia rumo a Cotia vi que o tempo piorava rapidamente, e não deu outra, em Cotia estava com um nevoeiro fortíssimo.  Sem problemas, com calma fui colocando toda bagagem no avião, especialmente a grande mochila de 22kg do parapente+cadeirinha+tralhas, que encaixou de forma bem justa no bagageiro, depois de tirado o capacete.  

Começando a limpar a camada no pedágio da Bandeirantes

Tive que ligar para a sala AIS de SP para mudar o primeiro plano de voo, e para a sala AIS de Jundiaí para mudar o segundo pois fica em outra FIR (alow DECEA vamos facilitar ????).  Ahhh enquanto isso meu primo enviava uma foto do sol forte que estava em Jundiaí, que por coincidência eles estava indo para Ilhéus no mesmo dia.   Mas esse nevoeiro veio a me ajudar muito... 

Na periferia de São Paulo, Perus ou algo assim

Após atrasar 1:30 a decolagem ainda com uma camada de nuvens, já dava para ver o sol, resolvi decolar e a 500 pés furei a fina camada. Com o controle SP fui engolindo os corredores visuais num zig zag danado, e na altura do pedágio da Bandeirantes, abriu tudo.   Alguns minutos pousava na Vale Eldorado para encher o tanque com a preciosa AVGAS. 

Completa o tanque aí por favor !

Rumo a Cachoeiro do Itapemirim o controle SP permitiu eu subir para o FL075, e monitorar a frequência do Centro Brasilia, chamando eles somente em caso de emergência.  Avião no piloto automático, resolvi voar no FL095 (ao redor de 3000m) pois estava mais frio, e consegui um pouco mais de velocidade em relação ao solo.  Além disso cruzei a região de Monte Verde, Campos e Itatiaia com montanhas lindíssimas porém altas.   

Maciço das Agulhas Negras, região bem alta do SE do Brasil, ao fundo o vale do Paraíba

Foi um voo super calmo, com tempo perfeito, e pouquíssimo tráfego aéreo.  Fiquei testando o sistema de rastreamento do Telegram/Xctrack , mas em voo tinha pouco sinal de celular, apenas na vertical de Juiz de Fora e por poucos minutos tive um sinal de internet razoável. 

Pista do aeródromo da Helibrás, em Itajubá, no contraforte da Serra da Mantiqueira

As formações rochosas de todo o voo muito interessantes, mesmo na aproximação de Cachoeiro de Itapemirim, ainda pedras bonitas.  O aeroporto muito bem mantido, pista comprida, com um grande hangar da Itapemirim (empresa de transportes) e 3 hangares do aeroclube local com várias aeronaves muito bem mantidas.  

Na reta final do aeroporto de Cachoeiro do Itapemirim

Assim que cheguei me chamaram pelo rádio, e não deu outra, já parei na sombra debaixo do primeiro hangar.  E conversa vai conversa vem, dá para chamara um taxi ou como é ir até a rodoviária, chega um piloto que escuta nossa conversa.  "Ahh você está indo para Castelo, eu vou lá perto na fazenda do patrão, posso te dar uma carona" , e pronto foi a senha, para meu golpe de sorte do dia.   O piloto ainda perguntou, você prefere que eu traga o helicóptero até aqui, assim não precisa andar os 500m com a bagagem, oferta feita, aceita.  Alguns minutos depois colocamos toda a bagagem no banco de trás e decolamos a caminho de Castelo.  

E olha a carona que eu consegui !!!!

Creio que o voo não durou mais do que 10min, voando a 500" do solo, a 90kts, fui apreciando os morros e a paisagem, além de tirar algumas fotos.  Ele perguntou onde eu ia me hospedar, e iniciou o procedimento de aterrisagem no heliponto... no estádio de futebol da pequena cidade de quase 40.000 habitantes que era próximo do hotel. 

Chegando em Castelo, sede do PWC Brasil 2016

Trem de pouso baixado e travado mas estou vendo os pés dentro de uma cabine ???

Existe alguma forma melhor de chegar num campeonato de parapente ??????  Ainda bem que veio o nevoeiro, o timing não poderia ter sido melhor :-)

O incrível antigo painel do Bell Jet Ranger, tunel do tempo ! Que maquinão