Visão da saída de um vale para mais uma serra, lá de cima (clique na foto)
Nossa expedição carinhosamente apelidada de NE2008 virou Bahia 2008, já que pelo quarto dia consecutivo continuamos dentro do 4º Maior Estado da Federação. Vale um agradecimento ao Ronny e ao Romi, a dupla voadora de asa delta que nos deu força em Jacobina, além do Secretário de Turismo da cidade. Tivemos policiamento durante a noite para a guarda dos planadores, já que a pista fica bem exposta ao lado da rodovia. Pista aliás que precisa uma operação “belezura”, pois está um pouco esburacada, o asfalto está bem antigo. Como porta de entrada da Chapada da Diamantina, pelo lado Norte, merece um aeroporto mais digno.
O relevo é algo estonteante na região, com várias cadeias de montanhas próximas, e um micro clima bem úmido, com plantações de abacaxi atrás da serra, frutas e principalmente... de uma erva verde... pois a polícia não consegue chegar, por ser muito inacessível. O Luis com DG808 foi para Juazeiro do Norte, e parece que as condições meteorológicos não estão muito favoráveis naquela região. Base de apenas 1500m, pouco para a região do semi árido nordestino, e mesmo hoje apesar de ter decolado cedo, fez um vôo de “apenas” 550km.
O grupo no final decidiu que o melhor destino seria LEM (Luiz Eduardo Magalhães) antes um pequeno povoado denominado Mimoso do Oeste, que em 1998, passou a Luís Eduardo Magalhães, nome do deputado falecido, filho do Senador da República, Antônio Carlos Magalhães. Produz 60% dos grãos dos Estado da Bahia, cidade rica em pleno desenvolvimento com novas agroindústrias se instalando. Do ar contei fora o aeroporto asfaltado que tem excelente infraestrutura, gasolina !!! querosene !!! mais 4 pistas ao redor da cidade.
Bom voltando ao vôo, o Ximango decolou muito cedo tipo 9:00 da manhã para aproveitar o resto das lenticulares que haviam se formado desde cedo, céu encoberto em 80%, mas conseguimos ver claramente as linhas de nuvens que caracterizam a existência de ondas, geradas pelo vento que bate na cordilheira de Jacobina, com o alinhamento Norte/Sul. O Dimas colocou gás neles, o que foi ótimo, pois se divertiram bastante surfando durante 1 hora nessas nuvens que marcam as ascendentes invisíveis. Subiram a te 1500 agl, com 1,5m/s em ar estável. Depois das 10:00 com o início da instabilidade térmica, o ar começou a ficar instável, e tudo isso acabou, mas está aí mais uma excelente experiência de vôo.
Egon, um pouco mais apressado decolou as 10:30 rumo a LEM (Luiz Eduardo Magalhães), eu decolei um pouco mais tarde as 11:15 junto com o ASH25, mas não foi o melhor momento, pois a cobertura de nuvens aumentou um pouco mais. Vento de 30-40km/h e cobertura de 6/8 a 1000m agl tornavam o vôo um pouco mais desafiador. Ximango e S10 resolveram andar um pouco no motor, pois a atividade térmica era fraca demais para esses pesados motoplanadores. Consegui ir boiando com vento de cauda até o início da próxima serra, onde fiquei muito baixo, perdi o contato com as nuvens, foi fatal, liguei o motor do DG a 33km de Jacobina próxima a Catinga do Moura-BA, vilarejo onde eu iria pousar provavelmente no campo de futebol, se o motor não pegasse, pois era bem acidentado o entorno, ou num pedaço de terra que talvez foi uma pista num distante passado. Passado o susto, voltei ao vôo térmico que foi bem interessante. Com o ventão de cauda, passei a primeira serra, escutando os planadores mais a frente, o ASH25, reportando que estava tudo melhorando, e o Egon lá na frente todo otimista. Haviam nuvens pequenas que balizavam o caminho, finalmente um dia não azul, o que sempre facilita o vôo. Escutei um “brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr” no rádio, o ASW22 teve que ligar o motor, e logo depois o S10 começou a reclamar da dificuldade de subir na segunda (ou terceira) serra. Resolvi desviar alguns graus para o NE, rumo a Xique-xique, já na borda do Rio São Francisco, contornei essa serra, facilitando a travessia desta serra que nem mesmo o classe aberta conseguiu fazer. Numa lagoa feia, encontrei o ASH25mi que fez o mesmo desvio, voamos juntos durante longo tempo, atravessando o rio São Francisco em Barra, pequena cidade que tem uma enorme pista asfaltada.
Começou o bla bla no rádio para onde vamos ? Barreiras ou LEM, faltavam ainda 300km para chegar as 14:30 , como minha média não estava fantástica achava que não iríamos conseguir chegar, pois no mínimo pousaria as 17:30. O avião Caravan estava pousado em Barreiras, esperando instruções para onde ir, o Egon próximo a Barreiras... Depois de muita falação no rádio, decidiu-se por LEM mesmo. Eu continuei no meu vôo sabendo que tinha alternativa 100km antes em Barreiras. E não é que a meteorologia cooperou ? Com vento de cauda de 20-25km/h, conseguimos evoluir bem. Algumas térmicas secas, e fiapos aqui e acolá ajudavam bastante. De longe vi uma enorme fogueira, e decidi ir pra cima dela, junto com a decisão do ASH25, fomos ambos para lá, nos ajudamos durante o vôo , ora o ASH na frente ora o DG, isso foi bem divertido. A fogueira foi muito doida, pois estava tão preta, que não dava para voar totalmente dentro dela, seria IFR total. Tudo sacudiu tremeu, achei até meio perigoso, a câmera de vídeo voando dentro do planador, foi uma zona. O ASH passou reto, não quis nem tentar subir nessa massaroca, sábia decisão aliás. Fiquei indo e vindo, mas no final subi apenas uns 600m sem média muito boa, só valeu a pena porque a câmera de vídeo estava filmando , e talvez saia algo interessante, visão do inferno mesmo. Com minha escova de dentes a bordo e mais uma camiseta, estava tranqüilo para pousar em Barreiras, e ficar mais um dia sem bagagem, pois o Caravan (Cessna enorme que levava o cinegrafista e nossa bagagem) estava autorizada a decolar para LEM. Já próximo a Barreiras, cisquei algumas nuvens, que subiam pouco, e vi um pouco a minha esquerda “a preferida”, vento batia na montanha, ela bem formada, falei comigo mesmo “esta nos levará para o destino” não deu outra, subi 1200m nela, e a 100km entrei no planeio final !!!
Lindo dia realmente, vôo de 588km, seria acima de 600km se não tivesse ligado o motor a apenas 33km fora de Jacobina. O ASH 25 com Sérgio e Improta estão de parabéns, pois foram os únicos que completaram o percurso sem ligar o motor, 600km !!!! O valente Ximango que voou onda, e pegou térmicas por boa parte do dia, fez um vôo de 8 horas !
Hotel sensacional, infelizmente está lotado a partir de amanhã, seremos obrigados a sair, não teve conversa, com quarto enorme, e todas amenidades possíveis. Jantamos no próprio hotel, todos um pouco cansados do longo vôo do dia.
O relevo é algo estonteante na região, com várias cadeias de montanhas próximas, e um micro clima bem úmido, com plantações de abacaxi atrás da serra, frutas e principalmente... de uma erva verde... pois a polícia não consegue chegar, por ser muito inacessível. O Luis com DG808 foi para Juazeiro do Norte, e parece que as condições meteorológicos não estão muito favoráveis naquela região. Base de apenas 1500m, pouco para a região do semi árido nordestino, e mesmo hoje apesar de ter decolado cedo, fez um vôo de “apenas” 550km.
O grupo no final decidiu que o melhor destino seria LEM (Luiz Eduardo Magalhães) antes um pequeno povoado denominado Mimoso do Oeste, que em 1998, passou a Luís Eduardo Magalhães, nome do deputado falecido, filho do Senador da República, Antônio Carlos Magalhães. Produz 60% dos grãos dos Estado da Bahia, cidade rica em pleno desenvolvimento com novas agroindústrias se instalando. Do ar contei fora o aeroporto asfaltado que tem excelente infraestrutura, gasolina !!! querosene !!! mais 4 pistas ao redor da cidade.
Bom voltando ao vôo, o Ximango decolou muito cedo tipo 9:00 da manhã para aproveitar o resto das lenticulares que haviam se formado desde cedo, céu encoberto em 80%, mas conseguimos ver claramente as linhas de nuvens que caracterizam a existência de ondas, geradas pelo vento que bate na cordilheira de Jacobina, com o alinhamento Norte/Sul. O Dimas colocou gás neles, o que foi ótimo, pois se divertiram bastante surfando durante 1 hora nessas nuvens que marcam as ascendentes invisíveis. Subiram a te 1500 agl, com 1,5m/s em ar estável. Depois das 10:00 com o início da instabilidade térmica, o ar começou a ficar instável, e tudo isso acabou, mas está aí mais uma excelente experiência de vôo.
Egon, um pouco mais apressado decolou as 10:30 rumo a LEM (Luiz Eduardo Magalhães), eu decolei um pouco mais tarde as 11:15 junto com o ASH25, mas não foi o melhor momento, pois a cobertura de nuvens aumentou um pouco mais. Vento de 30-40km/h e cobertura de 6/8 a 1000m agl tornavam o vôo um pouco mais desafiador. Ximango e S10 resolveram andar um pouco no motor, pois a atividade térmica era fraca demais para esses pesados motoplanadores. Consegui ir boiando com vento de cauda até o início da próxima serra, onde fiquei muito baixo, perdi o contato com as nuvens, foi fatal, liguei o motor do DG a 33km de Jacobina próxima a Catinga do Moura-BA, vilarejo onde eu iria pousar provavelmente no campo de futebol, se o motor não pegasse, pois era bem acidentado o entorno, ou num pedaço de terra que talvez foi uma pista num distante passado. Passado o susto, voltei ao vôo térmico que foi bem interessante. Com o ventão de cauda, passei a primeira serra, escutando os planadores mais a frente, o ASH25, reportando que estava tudo melhorando, e o Egon lá na frente todo otimista. Haviam nuvens pequenas que balizavam o caminho, finalmente um dia não azul, o que sempre facilita o vôo. Escutei um “brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr” no rádio, o ASW22 teve que ligar o motor, e logo depois o S10 começou a reclamar da dificuldade de subir na segunda (ou terceira) serra. Resolvi desviar alguns graus para o NE, rumo a Xique-xique, já na borda do Rio São Francisco, contornei essa serra, facilitando a travessia desta serra que nem mesmo o classe aberta conseguiu fazer. Numa lagoa feia, encontrei o ASH25mi que fez o mesmo desvio, voamos juntos durante longo tempo, atravessando o rio São Francisco em Barra, pequena cidade que tem uma enorme pista asfaltada.
Começou o bla bla no rádio para onde vamos ? Barreiras ou LEM, faltavam ainda 300km para chegar as 14:30 , como minha média não estava fantástica achava que não iríamos conseguir chegar, pois no mínimo pousaria as 17:30. O avião Caravan estava pousado em Barreiras, esperando instruções para onde ir, o Egon próximo a Barreiras... Depois de muita falação no rádio, decidiu-se por LEM mesmo. Eu continuei no meu vôo sabendo que tinha alternativa 100km antes em Barreiras. E não é que a meteorologia cooperou ? Com vento de cauda de 20-25km/h, conseguimos evoluir bem. Algumas térmicas secas, e fiapos aqui e acolá ajudavam bastante. De longe vi uma enorme fogueira, e decidi ir pra cima dela, junto com a decisão do ASH25, fomos ambos para lá, nos ajudamos durante o vôo , ora o ASH na frente ora o DG, isso foi bem divertido. A fogueira foi muito doida, pois estava tão preta, que não dava para voar totalmente dentro dela, seria IFR total. Tudo sacudiu tremeu, achei até meio perigoso, a câmera de vídeo voando dentro do planador, foi uma zona. O ASH passou reto, não quis nem tentar subir nessa massaroca, sábia decisão aliás. Fiquei indo e vindo, mas no final subi apenas uns 600m sem média muito boa, só valeu a pena porque a câmera de vídeo estava filmando , e talvez saia algo interessante, visão do inferno mesmo. Com minha escova de dentes a bordo e mais uma camiseta, estava tranqüilo para pousar em Barreiras, e ficar mais um dia sem bagagem, pois o Caravan (Cessna enorme que levava o cinegrafista e nossa bagagem) estava autorizada a decolar para LEM. Já próximo a Barreiras, cisquei algumas nuvens, que subiam pouco, e vi um pouco a minha esquerda “a preferida”, vento batia na montanha, ela bem formada, falei comigo mesmo “esta nos levará para o destino” não deu outra, subi 1200m nela, e a 100km entrei no planeio final !!!
Lindo dia realmente, vôo de 588km, seria acima de 600km se não tivesse ligado o motor a apenas 33km fora de Jacobina. O ASH 25 com Sérgio e Improta estão de parabéns, pois foram os únicos que completaram o percurso sem ligar o motor, 600km !!!! O valente Ximango que voou onda, e pegou térmicas por boa parte do dia, fez um vôo de 8 horas !
Hotel sensacional, infelizmente está lotado a partir de amanhã, seremos obrigados a sair, não teve conversa, com quarto enorme, e todas amenidades possíveis. Jantamos no próprio hotel, todos um pouco cansados do longo vôo do dia.
3 comentários:
Tá gostoso de ler, Thomas, parabéns!
Amigo. apenas uma correçao. o nome do Hotel é SAINT LOUIS . o blog ta muito show. parabens!
Oii,passei pra agradecer por esse blog tão maravilhoso,ameiiiiii,parabéns.
Através dele to podendo matar a saudades dessa cidade linda, onde passei a minha infância,e é a terra natal do meu pai.Obg mesmo.Já estou te seguindo.
Um abraço!!!
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