Dia 04
Hoje estava todo preparado para voar, fui para a decolagem as 10:30 e alguns minutos depois veio a Navette, que por Eu$6 leva 8 voadores para o topo da montanha, digo topo porque quem vai de carro próprio tem que camelar uns 20minutos, pois a cancela só funciona para o serviço de transporte pago, e as operadoras de voo duplo (que são muitas). Não há espaço para o grande publico, pois além das dezenas de voadores, existem varias centenas de turistas que sobem para passear a pé, de bicicleta.
Fiquei enrolando umas boas 2 horas, e aí as nuvens começaram a subir e vi que o pessoal de cross começou a se mexer, antes era tudo prego. Bati papo com Espanhois e Argentinos, o que ajudou o tempo passar. Aliás o argentino me ajudou na decolagem.
Vamos ao vôo, primeira inflada, gravata então sem problemas derrubei a vela, já tenho que me acostumar mais com isso, pois a Prymus não tinha isso não. Na segunda tentativa o vento não ajudou, nem virei para correr. E o coitado do Argentino fazia questão de me ajudar. Na terceira pus na cabeça virei, caminhei e corri, e saí na melhor decolagem de todos (finalmente !!).
Engatei numa térmica na cara da rampa, e subindo subindo, logico que tinha mais uns 50 parapentes voando próximo, aqui não e nem precisa de urubu, os outros parapentes balizam se está subindo. O único detalhe que tem gente do mundo todo, da Korea ao Brasil (euuuuuu J) e não dá para saber se o piloto voa razoável, eu que não gosto muito de voar no meio de muitas velas tive que me acostumar.
Voo foi muito bacana, fui subindo para a parte do topo da montanha, 1900m do nível do mar e resolvi cuidadosamente começar uma pequena navegação. Foi em direção Norte, beirando as montanhas, contra vento, mas com excelente sustentação. Cheguei bem em cima da outra decolagem, subi novamente e fui em frente em direção da cidade, sempre bordejando o lago. Térmicas de 1 a 3 m/s, parapente um pouco mais nervoso ainda estou sentindo isso, exige mais trabalho, mas não levei nenhum susto, só trabalhar um pouco mesmo.
Congelado após o voo !
Aqui tem que acreditar no vento mesmo, pois depois da segunda decolagem, não tem pouso, porque a montanha desce no lago, e tem casinhas e estrada, mas fiquei alto o tempo todo. Novamente muitos parapentes por todo lado.
O frio que bateu forte, consegui passar dos 2000 do mar (aqui é +-400m) algumas vezes, mas não conseguia ficar alto por muito tempo, começava a bater os dentes. Também, estou voando de shorts, com uma capa de chuva... A luva que comprei aqui, é ótima para o Brasil, mas meus dedos ficaram duros de frio.
Fui até a beira da cidade, alguns continuaram em frente, mas como estava sem resgate, com o trem de pouso meio ruim ainda, resolvi voltar, o que foi facílimo, pois era vento de cauda de 20km/h, virei um foguete voador :) . Hesitei em atravessar o lago para voar do outro lado apesar de ver muitos parapentes, e fiquei brincando um pouco em cima da Talloire, aliás vi uns 3 planadores voando, chegaram rápido, tiveram um pouco de dificuldade para subir e se foram, um DG300 passou embaixo de mim, bem pertinho :-) com a pintura laranja/branca na asa para se tornar mais visível.
Mas queria fazer algo a mais, etnão ganhei toda altura possível ,2100m, e fui para o Lac de Annecy. Foi uma delícia, pois o ar estava calmo, soltei tudo, se tivesse a câmera na mão poderia ter batido várias fotos. Do outro lado, novamente uma outra colina, cheguei com boa altura, e subindo na encosta novamente. Mas o frio bateu de novo, e resolvi que o dia já tinha sido ótimo.
Pousei no oficial, 3h20 de vôo, meu segundo voo mais longo de parapente. Se estivesse com roupa mais quente, poderia ter voado um pouco mais.