Os voos de parapente em Ouro Preto do Oeste de Parapente
estão muio interessantes. Rampa é baixa
tem ao redor de 180m de desnível, então tem que acertar bem o ciclo da
decolagem. Existe boa oportunidade para
decolar entre 11:00 até 12:30-13:00 depois vai ficando mais difícil.
Dia 1 08/07/2013
Fiquei mexendo nos eletrônicos no hotel,
brigando com update de software/Apple etc., então subi um pouco tarde para a
rampa. Muitos já haviam decolado com
seus parapentes coloridos. Eu demorei
para decolar, analisando bastante a nova rampa,
o Quintino me explicou onde é o pouso, como subir, onde pegar uma
térmica pra não ir direto para o chão.
Resultado, fui direto para o chão, insisti 3x, e pela primeira vez fiz 3
voos “pregos” que é ir direto para o pouso.
A rampa é bonita, tem bom desnível, vento
bom para decolar, tem sombra até na espera para decolar, mas infelizmente baixa
demais, o que reduz as possibilidades de pegar uma térmica. O bom que no pouso oficial a menina de 10
anos já veio oferecendo água de coco que ajuda neste calor Amazonico de 30
graus e um sol muito forte. Neste dia o
Ceceu e Samuca fizeram quase 140km, atravessando um pedaço da reserva indígena.
Dia 2 09/07/13
Dia de treino oficial, o ônibus passou mais
cedo, e eu estava totalmente comprometido a melhorar o voo, o que não era muito
difícil. O circo foi armado novamente,
pessoal decolou bem cedo ao redor das 11, já com nuvens sinalizando que seria
um dia bem diferente. Como sempre, um
dos últimos, decolei as 13, e fiquei boiando em cima das árvores nas pequenas
bolhas e vento gerando um pouco de lift, a maioria da turma que decolei comigo
foi para o chão, mas eu consegui sustentar por 10 minutos, até achar uma
térmica e iniciar a subida. No horizonte
dava para ver chuva se aproximando, então sabia que era a única oportunidade de
para iniciar navegação para o Noroeste, na proa de Jaru/Ariquemes, em cima da
rodovia, ou pousar e tomar chuva.
Consegui ir direto para a base de 1700m, e
iniciei a navegação já um pouco mais “resfriado” pois no chão na decolagem
sempre muito quente com meu macacão de vôo e o sol fortíssimo. Tinha uma turma de 3 Cayennes verde/pretos
(parapentes C de boa performance) e outras irreconhecíveis.
Teve bastante jogo de estratégia neste voo
interessante, pois existiam várias decisões a serem tomadas, seguir por baixo
dos grandes cumulus, ou sair um pouco para o sol ? A chuva vinha emendando em tudo atrás, e
sempre se aproximando, chegou a ficar a menos de 10km atrás de mim, o vento de
10-15km/h empurrava o parapente mas a chuva também vinha, então só podia rodar
térmicas mais fortes, senão seria aquela “roubada” total, de pousar e em
seguida ficar totalmente ensopado, como aconteceu com alguns pilotos.
Uns 20 minutos antes do pouso, peguei um
pouco de chuva de pingos grossos, foi engraçado olhar pra cima e ver os pingos
batendo no capacete, não estava muito feliz, mas como tinha bastante altura,
consegui ir em frente e sair do início da aguaceira.
Pouso foi bom próximo da rodovia, caminhei
uns 300m e cheguei numa parada beira de estrada com direito a água de coco. Os 2 pilotos que voavam próximo, pousaram do
lado deste lugar e uns 15min depois passou uma van de linha regular. Derrepente o rádio gritou, querem ir com a
gente já tem 4 pilotos dentro. Embarcamos
todos, e aos poucos coletando pilotos na rodovia, chegamos em Jaru com 17
pilotos, e por R$20 a van levou todos para Ouro Preto, distribuindo nos hotéis,
resgate fácil, voo bom, dia ótimo. Voei
68km em 2 horas de voo, os recordistas voaram 200km neste dia !
Dia 3 – 10/07/13
Primeiro dia o XCAmazonia, começou muito
mais seco, conforme a previsão do XCSkies, pessoal decolou cedo, e ficaram
todos baixos em cima da rampa por bastante tempo. Foi ótimo para bater fotos, mas ninguém
subia, inversão forte que ainda não havia sido quebrada as 11:30 da manhã. Céu bonito, totalmente azul e uns 50
parapentes coloridos próximo a rampa, sem uma nuvem no céu.
Decolei como sempre bem mais tarde, no
ultimo pelotão todo animado, ainda haviam vários parapentes próximo a rampa,
sinalizando que o dia estava um pouco difícil.
Ralando consegui me manter, mas não subia bem não ganhei uns 300m acima
da rampa e fiquei ralando, em cima da cidade via uma coluna de parapentes numa
térmica seca.
Por desatenção acabei ficando um poco atrás
da rampa, apenas 200m acima da rampa, com o vento razoável, não conseguiria
voltar para as bolhas do início do voo.
Então resolvi encarar o vento de cauda e pegar algo mais a sotavento. Em cima de um pequeno lago vi um parapente
pousando, ou seja não funcionava.
Fui para entrada da cidade, baixo, uns 300m
do chão e na frente do meu hotel, Dominique, consegui ganhar uns 50m, já muito
preocupado com o pouso, afinal estava na entrada da cidade de Ouro Preto do
Oeste. Tinha um terreno grande que
servia de alternativa, mas era única.
Acreditava que os telhados da cidade iriam me ajudar, mas só bolhas, e
mais distante a grande coluna de parapentes voando em bando. Atravessei a pequena cidade baixo, e vi um
parapente pousado, ainda tentei ciscar mais uma bolha, mas não deu nada. Pousei num terreno com um barracão a lado,
tudo certo tudo bem, mas não gostei do pouso, com vento de cauda ele estava
mais de lado, e eu não percebi. O
resgate demorou a chegar, pois vários pilotos haviam pousado um pouco mais a
frente, e na espera mais 2-3 parapentes pousaram onde eu estava, e outros
adiante.
Fiz mais 2 decolagens no dia, indo direto
para o chão, ou seja não rendeu o dia para mim.
Ao redor das 13:00 a inversão rompida, lindas nuvens de bom tempo se
formaram, ajudando os pilotos que estavam altos, acima de 10 conseguiram voar mais de 100km,
com o maior voo de 130km em 5:44 horas... Fui para o hotel refletindo do meu
erro de não prestar muita enquanto estava na rampa baixo. Pois com mais paciência, e se não tivesse
ficado atrás da rampa, teria subido e aproveitado a boa condição do dia que
demorou a firmar mas gratificou os pilotos com bons voos. Amanhã tem mais.
Um comentário:
Thomas, você parqueou o ZTO em Ji Paraná? Ou tem pista mais próxima? Abraço, boas aventuras! Gonçalo.
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