domingo, 1 de fevereiro de 2015

Prova 4 Roldanillo

Equipamento todo arrumado, já estava bem mais tranquilo para voar.  A rampa estava dentro das nuvens, até um pouco de chuvisco entrou, o que poderia ser um bom sinal.  Mas aqui a previsão meteorológica é inexistente, o que atrapalha bastante a comissão de provas, que monta as provas “no feeling” mesmo.  Vale do Cauca tem uma meteorologia muita distinta, pois está próximo do Oceano Pacífico e provavelmente inexistem estações de medição na região.  Os modelos como XcSkies / Winduguru baseados no Geos/NOAA não funcionam aqui, pois as particularidades são muitas e o modelão meteorológico não pega esses nuances. 



Distribuição de leite para a padaria onde nos encontramos para carregar o caminhão com os parapentes além de pegar os micro-onibus , higiene ... bem ...

Marcaram uma prova curtíssima, prevendo superdesenvolvimento das nuvens, com CBs, o que não ocorreu.   Sem acesso a informações básicas fica difícil mesmo.   Resolvi decolar cedo mas no final estava no meio, a luta para manter-se na base, sem entrar nas nuvens, e ficar bem posicionado na largada.  Base estava baixa, com térmicas fracas o que comprimiu os 130 parapentes num pequeno espaço, me afastei um pouco para diminuir a possibilidade de colisão.  Desta vez consegui largar bem, e cautelosamente fui para o primeiro pilão entre o vale e as escarpas da Cordilheira Ocidental.  Muitas velas voando rápido, mas claro que eram na sua maioria as de 2 linhas e as EN-Ds de 3 linhas.   Um pelotão foi pelas montanhas, no final deu tudo muito parecido.  O dia estava bem encoberto e fraco. 



Até as 11:00 estava assim o tempo na rampa, totalmente fechado, depois ainda chuviscou um pouco


Estava girando uma miserável térmica de 1m/s, quando vi um reserva dirigível aberto uns 2km na minha frente, e um Enzo ao lado descendo em espiral claramente para ajudar o piloto que iria pousar. Conversando com a Isabella, ela me explicou que estava numa térmica quando um outro parapente de 2 linhas entrou muito agressivamente acelerado na térmica, e quando soltou o “bar” (acelerador) o outro parapente subiu e entrou nas linhas dela.  Esta pilota é muito experiente, além de ser pilota de duplo profissional voa acrobacia também.  Foi interessante ver ela descendo com o paraquedas de emergência (Beamer 3) dirigível além do parapente principal ficar numa posição como uma “cauda de noiva”, vale salientar que ela tinha mais um reserva redondo.  E o outro parapente que desceu para ajudar ela era o marido, que estava liderando o campeonato até então.



Mas depois ficou assim o dia, lindo mesmo !!! Dia clássico com térmicas boas, e grandes bases

Voltando para a prova, após o primeiro pilão fui de modo cuidadoso pois a frente já havia sol, mas tínhamos que chegar lá, então misturando boas linhas com algumas térmicas fracas, fui caminhando em frente.  Uma gigantesca queimada de cana de açúcar era tentadora, estava na rota.  Mas além de ser proibido seria muito perigoso.  Acabamos subindo próxima dela, e para frente o dia estava lindo, clássico de Roldanillo com térmicas de 3m/s, o trabalho maior era fugir de algumas delas, para não ultrapassar o terrível limite de altura de 2.380m.  Havia como estava um pouco leve, o Carrera que estava do meu lado acabou chegando 1 minuto antes no ESS (end of speed section).  Foi uma boa prova para mim, fiquei em terceiro na classe Sport neste dia, subindo na geral para #2.   E mesmo assim fiz a prova 20min mais lento que o primeiro colocado da Open Class !!!


Esta didática imagem mostra como o vento do Pacífico (Oeste) que entra todos os dias, entre 12:30 e 14:00 limpa completamente o céu na Cordilheira Ocidental, inclusive na rampa de onde decolamos



Subi para segundo na geral, mas está bem batalhado, o primeiro muito a frente !!!

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