Decolando da planície em vez da montanha
Procurando na Internet, localizei o SPP, Southern Para Pilots com o pequeno detalhe e que eles operam com sistema de guincho. Então olhei no mapa onde fica, humm 115 milhas, isso deve dar umas 2 horas e pouco de estrada, mas com meu calhambeque de 14 anos de idade, carro cortesia para quem pousa em Sandersville (free mesmo !), achei meio distante. O Ray me emprestou o utilitário Toyota dele, e as 8 e pouco da manhã estava com o pé na estrada. Fui do sul ao Norte da Georgia, tudo por estradas pequenas, mas que no Brasil seriam consideradas ótimas, tudo parecia meio vazio, poucos carros mesmo. Com muitas árvores em volta e pequenos aglomerados de casa ao longo do caminho deu para ver que é uma região um pouco mais sofrida, pois muitos locais em estado precário. As rodovias principais são todas radiais de Atlanta.
Na chegada ao SPP já avistei um paraglider voando, sabia que estava no caminho certo. O sítio de voo fica dentro de uma propriedade rural, e é tocado por 2 sócios, um inglês e outro tcheco. Fui bem recebido, um outro piloto da Bielo Russia disse que já tinha visto meu blog (via facebook…). Praticamente uma galera internacional, pois logo depois chegou uma pilota argentina e até um americano. O pessoal já estava fazendo vários reboques enquanto eu assistia a operação.
Como não tenho experiência de decolagem com reboque estático, apenas de lancha, o instrutor me explicou primeiro dentro da sala todas as etapas do voo, teoria toda. Depois fomos para o simulador de voo, que é uma catraca pendurada num galho grosso de uma árvore, onde treinei várias situações de voo, já sentada na minha selete (cadeirinha). Nada complicado, mas com alguns detalhes e sistema diferente do que usei no curso de SIV com o Kurt, na represa de Bragança.
Aguardamos o vento de cauda terminar, por conta de uma térmica, e era a minha vez de decolar. Tudo posicionado, e o palavreado deles "tension tension tension", para tensionar o cabo, e depois yes yes yes yes, enquanto está tudo em ordem e eu correndo e decolando. Saí meio torto para esquerda, mas compensei com freio direito, esperei um pouco para sentar na nova selete, e para minha surpresa até que sentei com uma certa facilidade. E o instrutor gritando no rádio direita direita, achei estranho o parapente pendendo para esquerda, mas o reboque foi tranquilo. Quando faltava ainda 1/4 do reboque, eu havia entendido "release" e puxei o desligador, mas como ainda estava em posição com maior ângulo de ataque… deu aquela pendulada. Depois o instrutor me falou no rádio, que não era para desligar ainda, estava meio baixo ainda tipo 250. Notei que algo estava errado pois o parapente teimava em ir para esquerda, olhando para cima vi uma gravata (nó mesmo) na ponta esquerda, o que causou essa tendência, aí comecei a puxar a linha do estabilizador tum tum tum tum e consegui soltar o galho. Também notei a diferença por estar voando a selete nova, que tem uma ancoragem (pontos de fixação do parapente) mais baixos, e parecia um pouco mais aberta a distância entre os mosquetões.
Achei uma térmica fraquinha a 200m subindo lentamente até ver uns pássaros rodando próximo, fui para lá e engatei numa boa subida. Fiz um voo bem sossegado de 1h30 aproximadamente, segui a rodovia rumo a Atlanta, mas fiquei com medo depois de não achar o pouso, aí voltei fui para a direção oposta, tempo muito bom, nuvens alinhadas e térmicas bem macias. A região é bem arborizada, mas tem pouso para todos os lados, bem fácil mesmo para fazer distância. É obvio que passei um frio lascado, já que quando estava vestindo meu uniforme azul, o instrutor falou, está um calor danado, você não vai sentir frio algum… Como estava sem GPS, apenas com o vario Flytec, prestei bastante atenção para não perder o pouso de vista, as referências em relação a rodovia principal, galpões em volta e fui passear um pouco num raio de 15km.
No segundo voo o reboque foi bem melhor, sem o zig zag da gravata, mas durou poucos minutos , já que era o final da tarde.
Um comentário:
Postar um comentário