A idéia de ir novamente para Argentina soou bem nos meus ouvidos, não precisei de muito convencimentos do amigo Fabio Potenza para entrar numa nova empreitada com voo envolvido. Até o ultimo momento meu pai iria comigo, mas no final ele acabou desistindo, uma pena realmente. Por outro lado voar tantas horas com o avião experimental RV7 seria um pouco cansativo para ele.
Plano de voo feito em poucos minutos pelo telefone com a sala AIS São Paulo foi uma boa surpresa. Como estava na dúvida entre sair do Brasil entre Pelotas e Iguaçu, optei por esta última, pois tem serviço de aduana/imigração h24. Céu literalmente "de brigadeiro" brindou a primeira etapa do voo que foi ótima, com vento de cauda de 10-15kts.
Parque Nacional de Foz de Iguaçu, ainda do lado Brasileiro, um bom tapete verde
Tentei fazer tudo rápido no aeroporto de Foz, mas na hora de fazer o plano de vôo me informaram que Argentina exige 2h de aviso para ingressar no espaço aéreo deles, mas mesmo assim insisti em por horário de decolagem 45minutos depois pois tinha receito de não chegar no destino final antes do por do sol. Abasteci o avião para ganhar tempo, apesar da AVGAS ser 30% mais cara que no lado Argentino, e exatamente as 12:00 chamei a torre para solicitar acionamento e taxi. Pediram para aguardar, mas 3min depois, autorizaram, ou seja houve um pouco de flexibilidade.
Este avião é um pouco mais confortável que o PT-ZTO, quem sabe no futuro ??? SQN hahah
A etapa Foz de Iguaçu (SBFI) para Cataratas (SARI), lado Argentina, levou menos de 10min, quase todo voado em cima do parque nacional com seu tapete verde. Interessante que o Aeroporto de Cataratas, no lado Argentino parece parado no tempo mesmo, o pessoal foi muito simpático, mas tudo muito antigo. Tive que entrar e sair do terminal algumas vezes, o policial da Aduana tinha ido para cidade e levou um tempo para voltar, enquanto isso tratei de trocar um pouco de USD com um motorista de taxi e fazer o plano de voo. Cobraram a taxa de USD 6,25 pela entrada na Argentina, bem diferente das exorbitantes cobranças do Brasil. No segundo andar do aeroporto comprei algumas empanadas, para matar a fome.
Vários cartazes, o medo da Dengue que também assola o Norte Argentino
Vale salientar que o plano de voo na Argentina não tem toda a burocracia que foi criada no Brasil, preenchemos o papel amarelo, não precisa informar posição a cada 100NM, tudo simples. Decolei rumo a Paraná, SAAP, tomando o cuidado de não entrar no espaço aéreo do Paraguai, pois se houver sobrevoo no país vem depois uma conta bem salgada, e complicada de ser paga. Falei bastante com o controle, em portunhol mesmo, mas notei que na frequência livre, 123.45 ninguém falava nada, ou seja com a crise tem pouca gente voando por lazer, mesmo no Domingo. Nuvens do tipo "pompons" excelentes para o voo sem motor, espalhadas por grande parte do voo !!!
Na aproximação em Paraná o mosaico do rio
Tudo muito rápido em Paraná, aeroporto enorme, com lado civil e militar, mas durante o tempo que fiquei não escutei nenhum movimento de aeronaves. Dezenas de pessoas trabalhando, para atender poucos voos comerciais por dia, é uma boa parada para reabastecimento.
Atravessando o rio Parané, impressionante a mistura de cores
Como não tenho celular com chip Argentino, após passar o espaço aéreo de Rosário, com o rádio já pegando mal o Centro Ezeiza, pedi cancelamento do plano de voo, caso contrário teria de telefonar após o pouso. Após quase 9 horas de voo, e 3 escalas, cheguei no Aeroclube de Planeadores de Rivadavia, que em America, sede do Campeonato Argentino Club Class.
Estava quase deserto o aerodromo, pois haviam ido para a cidade para a "inauguracion" do campeonato. Desfile em praça publica, discurso do prefeito, etc etc... Marcelo Martino, me acolheu muito bem, e reencontrei muitos outros amigos. No final dormi numa casa rodante, e como não trouxe equipamento de camping, usei a capa do plexi do avião como cobertor. Jantar no aeroclube, no esquema super simples mas funcional, pois a maioria dos pilotos acampa.
Um comentário:
Nuvens pompons são as melhores haha!
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