Já no segundo dia de voo estávamos mais a
vontade, fomos para decolagem “Picos” mais próxima da cidade, apenas ½ hora da
cidade. Muitos pilotos na rampa, e
enquanto eu abria meu equipamento, os irmãos Maurer da Suiça, do meu lado,
sendo filmados pela equipe deles, possivelmente montando um filme longa
metragem. Dia um pouco menos nublado,
prometia ser bem interessante. Ainda
estávamos no módulo “iniciantes” do local, chegamos um pouco tarde da rampa,
decolamos ao redor das 11:26, poderíamos ter saído bem mais cedo. Além do Jeison, os Brasileiros/Americanos
também estavam conosco, sendo o primeiro dia deles.
Na planície do Vale do Cauca, com as inúmeras plantações de cana e os canais de irrigação
Resolvemos tentar voar a ultima prova do
campeonato Mundial, de 122km, que ninguém completou. Saímos pela mesma cordilheira, e desta vez
com o conhecimento do dia anterior, o voo já foi bem mais eficiente, viramos o
ponto em Toros, sem maiores problemas, depois para Obando no meio do vale,
voamos mais lentos em cima das plantações de cana de açúcar, dezenas de canais
de irrigação além da travessia do Rio Cauca, um divisor no sistema de ventos da
região. Depois seguimos a rodovia de
pista dupla para o sul, passando por Zarzal e Tuluá, esta ultima uma das
maiores cidades da região. Aproveitando
as pequenas elevações o voo até que rendeu bem.
No mundial tiveram limitação de altura a 2400m do nível do mar, imposto
pela Fuerza Aérea, então eu saía a 2200m das térmicas, para evitar chegar a
2400, foi um bom treino. A volta saindo
de Tulua para o norte, tivemos que voar num dia mais fraco, com vento meio
contra, mas conseguimos “remar” de volta aos poucos.
Já o pouso...
Já baixo ia pousar num arado, próxima da
rodovia principal, mas vi um pasto mais ao sul, e pensei que seria como no
Brasil. Infelizmente estava cheio de cercas
elétricas, com seus postes de madeira, e acabei errando a aproximação por
receio de bater num deles. Meu parapente
acabou pegando numa árvore alta. Tive
muita sorte pois além de sair totalmente ileso, o parapente não teve nenhuma
linha rompida.
Primeira Arborizada do Carrera e da minha "carreira" de piloto de parapente
Avisei o Jeison, e ele pousou ao meu lado,
numa ótima aproximação, e veio meio ajudar.
Domingo, a sede da fazenda estava deserta, mas achei um senhor que veio
me ajudar, e junto com outro vizinho trouxeram uma machadinha, escalaram a
árvore e cortaram o galho que segurava o pano azul do parapente. Antes disso já havia ligado para o Cesar, da
organização do nosso campeonato, que prontamente se dispos a sair em nosso
encalço. No final acabei cancelando a
vinda dele, pois conseguimos tirar tudo com a ajuda dos rapazes locais.
Ajuda local para tirar os galhos
Já caminhando para a saída da “Hacienda”
escutamos o caminhão do corpo de bombeiros que não conseguia entrar, por um
portão trancado. Foi ótimo, pois
voltamos de carona com eles, evitamos de andar uns bons 40min até a
rodovia. Foram muito atenciosos conosco
inclusive esperaram chegar o ônibus na rodovia.
O voo foi ótimo, 107km (aqui o link) , faltou pouco para
completar o circuito que havíamos nos proposto.
Por outro lado, meu terrível pouso não teve maiores consequências, e
aprendi e com certeza a escolha errada do terreno foi baseada no conhecimento
que tenho do Brasil, onde pastos costumam ser ótimos para o pouso de parapente,
não na Colômbia !!!
E assim encerramos mais um dia de voo na Colombia com 100km voados
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