Fomos acordados as 4 da manhã pelos rojões anunciando o início da Fiesta de Roldanillo, algo bem rural com cavalgada no centro da cidade. E a noite cantoria, musica, e mesinhas ao ar livre, a pequena cidade está em festa mesmo, com musica ao vivo, ruas fechadas com gente comendo e bebendo sentados ao ar livre, um astral ótimo.
Os 2 caminhões levando os parapentes para a montanha @Paulo Gusman
Prova de 99km foi marcada, com pontos colocados no outro lado do vale do Cauca, pois existia a previsão de entrada do vento forte do Pacifico. Decolagens foram chatas, pois o vento Norte entrou com bastante força, na terceira tentativa conseguir sair do chão. Uns 15 pilotos decidiram não voar, estavam muito cansados e/ou receosos da condição turbulenta na frente da rampa. Realmente estava bem mexido devido ao forte vento Norte, eu não levei nenhum susto com a vela Gin Carrera, acho que peguei o jeito dela.
Visual na subida para a rampa, a parte de trás das montanhas, inseguro voar para este lado, além dos rotores, pela segurança física também
Esperando os parapentes serem entregues do caminhão @P. Gusman
E a famosa escadaria de Roldanillo, bem íngreme, mas bom para um exercício
Já a largada foi complicada, tivemos que ir para o meio do vale, onde existiam poucas térmicas, resultado saí atrasado para a prova, vi lá em cima o primeiro pelotão saindo. Ou seja erro básico de não ter decolado mais cedo. Mesmo durante a prova, tivemos uma condição um pouco fraca, apesar da forte insolação, alguns trechos melhores, mas no geral... Voamos em cima de lindas montanhas. No meio do voo encontrei o Jeison, e fomos mais ou menos juntos em frente. Atravessamos alguns rios grandes, e fomos aos poucos nos metendo mais das montanhas. Até que andamos bem, com alguns parapentes da classe open nos ajudando a encontrar aos poucas térmicas existentes. Na passagem de uma montanha, fiquei indeciso de qual caminho tomar, a direita um parapente enroscara numa térmica, e a esquerda o Delta2 indo em frente, titubeei, e acabei no chão.
Após o pouso caminhando nas trilhas para sair da montanha, junto com o Juan piloto Peruano que pousou no "meu" campinho
No caminho esta casinha, que nem chegaram proximo de nós, apenas gritaram, sigam em frente para achar a estrada para a cidade
O Pouso mais remoto da minha vida, um terreno de fazenda, pasto montanhoso, foi o local escolhido, meio torto, mas o pouso foi ótimo. Alguns minutos depois pousou um Boomerang 9, no mesmo local, o piloto Peruano comentou que era o único local pousável da região. Passou um rapaz que de longe apontou a trilha de saída. Com Juan começamos a caminhada, por caminhos em descida que carro algum passaria. Foi quase 1 hora de caminhada, com a leve mochila de 21kg do parapente e suas tralhas. Vimos paisagens lindas, cachoeiras, riachos, e finalmente o rio Tuluá, quando chegamos numa estrada de cascalho.
Descendo a montanha, nas trilhas que encontramos
Um motociclista avisou que passavam uns caminhões por lá, mas depois de 15min esperando, nenhum havia passado. Molhei a cabeça no rio, e iniciamos a caminhada novamente, até que alguns minutos depois encontramos um bar, com algumas motocicletas. Negociamos e os motoqueiros nos levaram para a cidade. Isso foi realmente muita sorte, pois o rádio não pegava, e o celular perdera sinal após descermos do sítio de pouso. O passeio de moto foi emocionate, sem capacete e ainda por cima com grande parte do trecho em cascalho. Ainda bem que conseguimos o transporte, porque a pé iria levar umas 2 horas caminhando.
Depois da longa caminhada esfriei a cabeça literalmente na deliciosa água fria do rio
Dia ótimo com muitas aventuras, conheci um pouco mais da Colombia "real". Cachoeiras, rios e o povo local. Já o Jeison teve um pouco mais azar, apesar de ter passado pelas montanhas onde fiquei, pousou numa região remota também. E após dobrar o parapente, viu um rapaz secando folhas de coca. Depois vieram algumas pessoas chamando ele, não quis conversa acelerou o passo, caminhou quase 2 horas, até chegar na estrada principal. A noite conversando com os pilotos que voam com frequência em Roldanillo, disseram para nunca ir para "trás" da decolagem, pois as montanhas são dominadas pelo narcotráfico e tampouco na parte alta da cordilheira por onde pousamos (...). Agora entendi porque com a motoneta passamos por polícia de narcotráfico, além de um quartel do exército. É a batalha sem fim na Colombia, apoiada pelos Norte Americanos.
Meio de transporte mais perigoso da viagem, e detalhe, sem capacete devia ter colocado o meu...
Quando chegamos na estrada encontramos essa barraquinha da Dunkin-Donuts, inacreditável !!! Claro que não resisti e comprei uma rosquinha deliciosa de geléia, isso no meio do nada...
Ahhh e uma das conclusões principais desta "caminhada" que preciso treinar bastante para aguentar essas andanças, pois 20kg nas costas em terreno irregular não é tão fácil. Acho que X-Alps jamais... !!!
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