Depois de um bom tempo sem vontade de escrever sobre o voos, tive tantos acontecimentos bons hoje que resolvi retomar este blog, em tempos de Facebook instantâneo talvez não seja muito relevante, mas pelo menos guarda uma sequência interessante dos acontecimento, ótimas para contar histórias futuras. Hoje foi um dia muito especial, afinal nunca imaginaria chegar literalmente voando em Castelo, local que não tem aeroporto algum, fica no meio dos morros, mas... Ahhh antes de mais nada, esta cidade fica no Espírito Santo, ao norte de Cachoeiro do Itapemirim (terra de Roberto Carlos), para terem alguma noção de onde fica.
Apesar do sol em São Paulo, em Cotia o tempo estava assim mesmo, nevoeiro forte
O plano era decolar de Cotia com o PT-ZTO as 7:00 da manhã, havia feito 2 planos de vôo, um até o condomínio aeronáutico da Vale Eldorado, proximo a Atibaia, para abastecer e o outro para Cachoeiro do Itapemirim (ES). Apesar do sol forte em SP, assim que entrei na rodovia rumo a Cotia vi que o tempo piorava rapidamente, e não deu outra, em Cotia estava com um nevoeiro fortíssimo. Sem problemas, com calma fui colocando toda bagagem no avião, especialmente a grande mochila de 22kg do parapente+cadeirinha+tralhas, que encaixou de forma bem justa no bagageiro, depois de tirado o capacete.
Começando a limpar a camada no pedágio da Bandeirantes
Tive que ligar para a sala AIS de SP para mudar o primeiro plano de voo, e para a sala AIS de Jundiaí para mudar o segundo pois fica em outra FIR (alow DECEA vamos facilitar ????). Ahhh enquanto isso meu primo enviava uma foto do sol forte que estava em Jundiaí, que por coincidência eles estava indo para Ilhéus no mesmo dia. Mas esse nevoeiro veio a me ajudar muito...
Na periferia de São Paulo, Perus ou algo assim
Após atrasar 1:30 a decolagem ainda com uma camada de nuvens, já dava para ver o sol, resolvi decolar e a 500 pés furei a fina camada. Com o controle SP fui engolindo os corredores visuais num zig zag danado, e na altura do pedágio da Bandeirantes, abriu tudo. Alguns minutos pousava na Vale Eldorado para encher o tanque com a preciosa AVGAS.
Completa o tanque aí por favor !
Rumo a Cachoeiro do Itapemirim o controle SP permitiu eu subir para o FL075, e monitorar a frequência do Centro Brasilia, chamando eles somente em caso de emergência. Avião no piloto automático, resolvi voar no FL095 (ao redor de 3000m) pois estava mais frio, e consegui um pouco mais de velocidade em relação ao solo. Além disso cruzei a região de Monte Verde, Campos e Itatiaia com montanhas lindíssimas porém altas.
Maciço das Agulhas Negras, região bem alta do SE do Brasil, ao fundo o vale do Paraíba
Foi um voo super calmo, com tempo perfeito, e pouquíssimo tráfego aéreo. Fiquei testando o sistema de rastreamento do Telegram/Xctrack , mas em voo tinha pouco sinal de celular, apenas na vertical de Juiz de Fora e por poucos minutos tive um sinal de internet razoável.
Pista do aeródromo da Helibrás, em Itajubá, no contraforte da Serra da Mantiqueira
As formações rochosas de todo o voo muito interessantes, mesmo na aproximação de Cachoeiro de Itapemirim, ainda pedras bonitas. O aeroporto muito bem mantido, pista comprida, com um grande hangar da Itapemirim (empresa de transportes) e 3 hangares do aeroclube local com várias aeronaves muito bem mantidas.
Na reta final do aeroporto de Cachoeiro do Itapemirim
Assim que cheguei me chamaram pelo rádio, e não deu outra, já parei na sombra debaixo do primeiro hangar. E conversa vai conversa vem, dá para chamara um taxi ou como é ir até a rodoviária, chega um piloto que escuta nossa conversa. "Ahh você está indo para Castelo, eu vou lá perto na fazenda do patrão, posso te dar uma carona" , e pronto foi a senha, para meu golpe de sorte do dia. O piloto ainda perguntou, você prefere que eu traga o helicóptero até aqui, assim não precisa andar os 500m com a bagagem, oferta feita, aceita. Alguns minutos depois colocamos toda a bagagem no banco de trás e decolamos a caminho de Castelo.
E olha a carona que eu consegui !!!!
Creio que o voo não durou mais do que 10min, voando a 500" do solo, a 90kts, fui apreciando os morros e a paisagem, além de tirar algumas fotos. Ele perguntou onde eu ia me hospedar, e iniciou o procedimento de aterrisagem no heliponto... no estádio de futebol da pequena cidade de quase 40.000 habitantes que era próximo do hotel.
Chegando em Castelo, sede do PWC Brasil 2016
Trem de pouso baixado e travado mas estou vendo os pés dentro de uma cabine ???
Existe alguma forma melhor de chegar num campeonato de parapente ?????? Ainda bem que veio o nevoeiro, o timing não poderia ter sido melhor :-)
O incrível antigo painel do Bell Jet Ranger, tunel do tempo ! Que maquinão
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