Tentando chegar passar na lateral de El Bolson
Um dos aspectos interessantes na cordilheira, é que o tempo é bem mais umido no sul que na região de Chos Malal. Tentei num dos dias ir até El Bolson, uns 100km ao sul de Bariloche, mas não teve forma de chegar, tempo fechado mesmo, onda ótima, mas ...
Por outro lado as instabilidades surgem com facilidade, mas a chuva quase nunca chega no solo no semi árido, é a "Virga" dá para ver claramente nesta imagem. Claro que nas enconstas das montanhas isso muda, e a chuva deixa tudo verdejante.
Sede do antigo aeroclube de San Martin, ao lado da cidade, pista ainda claramente visível já que encontra-se dentro de uma área do exército, próximo ao Centro de San Martin, seria ótimo se fosse disponibilizada novamente para nós (sonhar é bom)
Juergen e Mira chegando no ASH25 em San Martin
Em San Martin de Los Andes foi onde tudo começou para mim. Em 1999 influenciado pelas conversas com o Karl Voetch, amigo que voava no APP em Jundiaí (antes de mudar para Rio Claro), fiquei muito interessado com as histórias dos primeiros vôos em onda efetuados pelo Klaus Ohlmann na cordilheira, até então era bastante novidade o assunto. Assim encarei a viagem de 9000km (ida e volta) para San Martin com o planador Nimbus 4 que eu voava na época. Na época tivemos poucos dias de onda, mas foi o suficiente para ser fisgado pelo assunto. Quando voltei a SP, fui atrás de um motoplanador para me tornar independente do rebocador, sábia decisão, pois praticamente não existe operação de reboque. O DG800b trouxe uma independência, que mostrou ser ideal para os vôos na região, as histórias do passado podem ser vistas nos links ao lado.
O local é ideal para um aprendizado que leva longos anos, nenhum piloto começa a voar onda sem muita experiência. Esta deve ser adquirida através de curso especializado, muito leitura, preparo e muitos anos de vôos. O conhecimento local evidentemente ajuda muito, pois nem sempre temos umidade suficiente para marcar os caminhos que devem ser voados. Apesar da tecnologia atual permitir por os pontos de onda nos PDAs (IPAQs), eles são apenas indicativos, pois a variação de intensidade do vento e orientação mudam consideravelmente os locais de boa subida, isso eu comprovei pessoalmente voando. Aos poucos aprende-se a distinguir os rotores das nuvens térmicas, e com isso o caminho vai se abrindo. As nuvens lenticulares nem sempre estão presentes, depende da umidade em altura. Os fortes ventos de 60 a 120km/h fazem com que o planejamento tenha que ser bem feito, da mesma forma que a subida pode ser rápida, a descida também é, e em poucos minutos podemos estar em situação difícil com o planador. A técnica do vento de cauda é sempre importante, caso cair fora da onda, assim pega-se a onda secundária ou terciária, ou mesmo temos um alcance muito grande para procurar uma alternativa de pouso.
Fiz vários vôos térmicos em San Martin, que também são excelentes, térmicas fortes e dias longos, permitem vôos muito longos, com base a 4000m (nível do mar), com visual da cordilheira excelente, alta montanha, vulcões, geleiras e lagos andinos.
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