Prova #7
De manhã já avistamos um cirrus mais forte,
e pequenos cumulus mostrando mais umidade no ar. Comissão de provas resolveu diminuir um pouco
o tamanho da prova, mas mesmo assim não foi o suficiente. Em volta do Ibituruna poucas e turbulentas
térmicas ainda ajudavam bastante os pilotos a se posicionarem para largada. Quando passei próximo ao paredão de pedra,
avistei uma vela vermelha colada na rocha, levei um susto enorme, consultando
os pilotos da equipe Paulista que ainda não havia decolado me avisaram que o
piloto de Boomerang 9 havia lançado o
paraquedas reserva, e havia alojado-se numa fresta da montanha, com muita sorte
estava bem. Local de dificílimo acesso,
parede negativa acima dele, impossibilitando acesso fácil, pelo rádio informou
que estava bem. Acabou passando a noite
na montanha. No dia seguinte, domingo,
escutei na fonia a chegada do Helicóptero “Arcanjo” do corpo de Bombeiros de
BH, ao final da manhã o piloto estava resgatado ILESO, um grande susto sem
dúvida.
Piloto Gustavinho (S Lourenço) na pedra do Ibituruna @Pierre-yves Schlup
Foi resgatado na manhã seguinte, aparentemente passa bem @ Pierre
Mas voltando ao vôo, o céu foi fechando, e
no final tivemos praticamente 8/8 de nuvens, o impressionante que as térmicas
ainda funcionavam. Todos sabiam que seria
uma prova muito difícil, contravento com poucas térmicas, alguns pelotões
conseguiram fazer caminhos melhores, o meu caminho não foi muito bom não,
térmicas fracas, uma ou outra vez algo mais forte. Foi um teste de sobrevivência e muita
paciência, onde térmica de 1m/s era “um luxo”.
Pelotões muitas vezes iam para lugares que eu não achava que era a
melhor decisão, e quando tinha um pouco de altura, tentava fazer o meu caminho,
mas a eficiência em rastrear térmicas dos grupos é melhor do que voando solo. As vezes consegui pular de um pelotão para
outro, e outras era ultrapassado, dia muito lento. No horizonte o tempo limpava, e a esperança
que o sol chegasse antes de ir para o chão era grande. No ida e volta, consegui chegar próximo ao
Ibituruna faltando poucos km para fazer o ultimo pilão e pousar na Feira da Paz. O pouso foi 200m acima da vila Isa, bairro de
Valadares, num pouso meio ruim, logo depois acompanhado por um piloto de
Caparaó que pousou com seu Cayenne 4 numa
negativa bem comandada, caminhamos um pouco até a cidade. Neste dia nem mesmo os pilotos da classe Open
conseguiram chegar no goal.
Clássica foto de GV2014 muitos parapentes na mesma térmica
O aprendizado neste campeonato foi muito
bom, com certeza sempre aprendemos muito, e peguei vários erros que cometi que
espero não cometer no futuro. Pois voar
em campeonato, requer tática bem diferente do que o voo de distância
livre. Também foi interessante voar ao
lado da nova vela do momento, Gin Carrera e mesmo do Delta2 e Cayenne4 num
planeio final longo.
Pontuação
Não fui muito consistente nas provas, fiz
goal apenas nos 2 primeiros dias, numa das provas fui muito mal, indeciso em
qual caminho tomar, fui para o chão ! Mas aos poucos fui me recuperando. O resultado foi muito bom, fiquei em 2° Lugar na Classe Fun e 5° na Classe Sport, resultados temporários que talvez irão mudar para
melhor.
No pódio, na Fun e Sport
Turma:
Formamos uma equipe de amigos, praticamente
toda Paulista, com excessão do Leandro que já pensa em virar paulista também
(...). Os jovens talentosos que tem
pouca experiência em campeoantos com certeza irão melhorar bastante. A turma foi ótima, Jeison, Daniel, Augusto,
Preto e Potenza. Muita dedicação é
necessária para melhorar os resultados !
Turma de Andradas + Pirapora + Santa Rita + Socorro + São Pedro
Potenza, Preto, Thomas, Augusto, Jeison (faltou Marquinhos e Daniel)
E o agradecimento final aos organizadores do evento ABVL + AVLI que suaram a camisa para nos proporcionar uma semana de voos (ahhh com a colaboração de São Pedro que tirou um pouco a potência das térmicas, mas nos proporcionou 7 dias seguidos de voo !).
3 comentários:
Muito bacana o relato sobre GV, acredito que faltou apenas falar um pouco mais de mim, rs, mas irei lembrar disso quando você vier para Socorro. Abraço e parabéns. Augusto.
Caro Thomas;
Não é sempre que vejo suas postagens, sempre com belas fotos e relatos adequados.
Passar a noite, colada em uma parede destas, e que pelo fato de haver ferimentos, acaba deixando uma experiência e tanto... para ser contada aos amigos e aos descendentes.
Lembro à você de que existe material seu aqui comigo. Necessitando é só me ligar.
Um abraço do Gilson David, Jundiaí, SP.
Desculpa aí Thomas... meus erros de digitação (hihihi)!
O correto era para ser:
"Passar a noite, colado em uma parede destas, e que pelo fato de não haver ferimentos ..."
Grato.
Gilson David.
Postar um comentário