quinta-feira, 1 de maio de 2014

Valadares News Prova #4

Prova#4

No quarto dia da prova estavam todos animados, afinal a previsão continuava excelente, o céu estava azul com o sol forte desde cedo.  A costumeira longa subida para a rampa sempre um ótimo momento para contar histórias de pescadores de nuvens, cada um contando uma história mais arriscada. 

Quase decolando em GV 2014 (@ Clayton Resende)

Apresentaram a prova para o sul, depois da feliz observação do piloto Moka, que uma rota próxima do rio Doce iria novamente nos colocar fora do NOTAM permanente, já que não conseguiram aprovação a tempo pelo DECEA de um especial para o campeonato.  
Decolagens um pouco confusas, pois o vento virava de Norte para Leste, mas aos poucos o pessoal foi decolando, e hoje com um pouco mais tempo para abertura da janela (faixa de largada) eu estava um pouco mais tranquilo.   Me atrapalhei um pouco antes da decolagem, com os fios do kit rádio capacete áudio embutido recém comprado e instalado, mas no final consegui decolar de forma razoável pela 4a vez consecutiva, provavelmente meu record.

Briefing diário com um visual fantástico (@ Clayton Resende)

A grande surpresa do dia foi a rápida mudança do céu, de zero nuvens para 7/8 de cobertura em menos de 2 horas.  Já bem encoberto antes da largada tivemos que batalhar bastante para encontrar as poucas térmicas disponíveis, mas com 140 parapentes voando, não foi um grande problema.  O vento já estava apertando um pouco com boa deriva, exigindo concentração para subir com o céu praticamente encoberto. Com a base alta, consegui sair para prova numa boa altura, apesar de não estar no pelotão da frente.  As nuvens foram escurecendo cada vez mais, então buscávamos pelos pequenos freixos de sol, que apareciam aqui e acolá.   Visual das velas multicoloridas era melhor apreciado da base na nuvem.  Hoje tive um pequeno descontrole da vela, quando tentei fazer orelha (fechar as pontas da vela para perder sustentação) para evitar de subir mais a vela entrou em pequeno giro, tive um pouco de dificuldades, na segunda tentativa de novo... não sei se foi pela turbulência, pois nunca tive maiores problemas em orelhão... 

Céu as 1530, parecia muito mais tarde, no detalhe algumas velas pousadas

O voo foi aproveitar o melhor planeio, com pouco afundamento, e mapeando o céu com os parapentes a frente.  Alguns conseguiram pegar as poucas térmicas existentes, eu não tive o mesmo sucesso.  Após virar mais 2 pilões, fui quase para o chão em Divino Traira, uns urubus, e um morrote me sustentaram, cheguei muito baixo, e junto com um Trango2 aos poucos conseguimos subir, mas não foi muito, o suficiente para ir até o pilão (ponto de virada), e depois procurar um pouso, algo fácil, pois uns 20 parapentes já tinham pousado em todos os terrenos possíveis ao redor do posto de gasolina JR.   Tinha parapente por todo lado, alguns num pequeníssimo terreno ao lado da Rodovia, que eu jamais teria coragem de pousar até um piloto de Gin Carrera que pousou no topo de um íngreme morro, passei ao lado voando, mas fui para o terreno após o rio, onde uns 6 já estavam pousados.  O momento Indiana Jones foi na travessia do límpido rio Traira, afluente do Rio Doce, e depois uma pequena caminhada (5 minutos) no meio do mato até chegar na rodovia Rio/Bahia e no posto de gasolina BR.

 Atravessando o rio Traira com astronave nas costas...

Ficamos surpresos com a grande alteração da meteorologia pois os modelos de previsão informava previsão de céu aberto, ótimo para nossos voos.  Segundo as explicações do Lucas Machado, zona de convergência atuou na região, umidade que veio do mar mesmo, pelo vento leste.  Com uma fraca rede de estações meteorológicas na região a previsão é difícil mesmo.

Jornal local, notícia de capa, piloto Moka ganhou as 2 primeiras provas na classe Open


Chegando em GV um belíssimo por do sol

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