Prova#4
No quarto dia da prova estavam todos
animados, afinal a previsão continuava excelente, o céu estava azul com o sol
forte desde cedo. A costumeira longa
subida para a rampa sempre um ótimo momento para contar histórias de pescadores
de nuvens, cada um contando uma história mais arriscada.
Quase decolando em GV 2014 (@ Clayton Resende)
Apresentaram a prova para o sul, depois da
feliz observação do piloto Moka, que uma rota próxima do rio Doce iria
novamente nos colocar fora do NOTAM permanente, já que não conseguiram
aprovação a tempo pelo DECEA de um especial para o campeonato.
Decolagens um pouco confusas, pois o vento
virava de Norte para Leste, mas aos poucos o pessoal foi decolando, e hoje com
um pouco mais tempo para abertura da janela (faixa de largada) eu estava um
pouco mais tranquilo. Me atrapalhei um
pouco antes da decolagem, com os fios do kit rádio capacete áudio embutido
recém comprado e instalado, mas no final consegui decolar de forma razoável
pela 4a vez consecutiva, provavelmente meu record.
Briefing diário com um visual fantástico (@ Clayton Resende)
A grande surpresa do dia foi a rápida
mudança do céu, de zero nuvens para 7/8 de cobertura em menos de 2 horas. Já bem encoberto antes da largada tivemos que
batalhar bastante para encontrar as poucas térmicas disponíveis, mas com 140
parapentes voando, não foi um grande problema.
O vento já estava apertando um pouco com boa deriva, exigindo
concentração para subir com o céu praticamente encoberto. Com a base alta,
consegui sair para prova numa boa altura, apesar de não estar no pelotão da
frente. As nuvens foram escurecendo cada
vez mais, então buscávamos pelos pequenos freixos de sol, que apareciam aqui e
acolá. Visual das velas multicoloridas
era melhor apreciado da base na nuvem.
Hoje tive um pequeno descontrole da vela, quando tentei fazer orelha
(fechar as pontas da vela para perder sustentação) para evitar de subir mais a
vela entrou em pequeno giro, tive um pouco de dificuldades, na segunda tentativa
de novo... não sei se foi pela turbulência, pois nunca tive maiores problemas
em orelhão...
Céu as 1530, parecia muito mais tarde, no detalhe algumas velas pousadas
O voo foi aproveitar o melhor planeio, com
pouco afundamento, e mapeando o céu com os parapentes a frente. Alguns conseguiram pegar as poucas térmicas existentes,
eu não tive o mesmo sucesso. Após virar
mais 2 pilões, fui quase para o chão em Divino Traira, uns urubus, e um morrote
me sustentaram, cheguei muito baixo, e junto com um Trango2 aos poucos
conseguimos subir, mas não foi muito, o suficiente para ir até o pilão (ponto
de virada), e depois procurar um pouso, algo fácil, pois uns 20 parapentes já
tinham pousado em todos os terrenos possíveis ao redor do posto de gasolina
JR. Tinha parapente por todo lado,
alguns num pequeníssimo terreno ao lado da Rodovia, que eu jamais teria coragem
de pousar até um piloto de Gin Carrera que pousou no topo de um íngreme morro,
passei ao lado voando, mas fui para o terreno após o rio, onde uns 6 já estavam
pousados. O momento Indiana Jones foi na
travessia do límpido rio Traira, afluente do Rio Doce, e depois uma pequena
caminhada (5 minutos) no meio do mato até chegar na rodovia Rio/Bahia e no
posto de gasolina BR.
Atravessando o rio Traira com astronave nas costas...
Ficamos surpresos com a grande alteração da meteorologia pois os modelos de previsão informava previsão de céu aberto, ótimo para nossos voos. Segundo as explicações do Lucas Machado, zona de convergência atuou na região, umidade que veio do mar mesmo, pelo vento leste. Com uma fraca rede de estações meteorológicas na região a previsão é difícil mesmo.
Jornal local, notícia de capa, piloto Moka ganhou as 2 primeiras provas na classe Open
Chegando em GV um belíssimo por do sol
Nenhum comentário:
Postar um comentário