Na penúltima prova tudo aconteceu, tudo aconteceu mais
lentamente, estávamos destruídos do dia anterior. Fui dormir as 2 da manhã, estava realmente
cansado. Subimos um pouco mais tarde para
a rampa, com a condição de tempo um pouco estranha. Estava bem encoberto de nuvens altas,
secretamente vários pilotos torcendo para não haver prova, pois estavam muito
cansados.
Fizeram uma “simples” prova de ida e volta
de 92km, pois vários resgateiros não apareceram de tão cansados que estavam,
além do coordenador ter pedido demissão, o stress foi muito grande para ele no
dia anterior, dos 200km. Vale salientar
que quase todos trabalham de forma voluntária na organização do campeonato,
pelo menos esse foi meu entendimento.
A largada durante a maioria das provas do
campeonato era um pouco difícil, pois tínhamos que atravessar o rio Columbia,
num ar totalmente morto, para do outro lado “nos flats” na planície, engatar na
primeira térmica, muitas vezes ficando muito baixo antes de subir,
tradicionalmente todos iam para as torres de alta tensão, com 5/6 torres
correndo em paralelo muitas vezes funcionava, mas outras não. Neste dia fiquei um pouco baixo, o que
atrasou minha chegada para largada. Resultado
foi que na abertura da largada, eu estava uns 1000m mais baixo do que a maioria
dos parapentes. Resolvi ir junto com o
pessoal, esperando pegar uma térmica mais forte que me tirasse do chão.
Essa estúpida estratégia matou meu voo,
pois voei durante 2h relativamente baixo, entre, sendo que a base subira para
3600m acima do nível do mar, e eu voando entre 1500 e 2500m, não conseguia
vencer a inversão seguinte com uma térmica boa.
Meu voo foi bem mais lento que os voadores que fizeram o voo entre 3000
e 4000m (a base subiu mais ainda depois), fui ficando para trás. Depois de muito tempo, cansado de andar
devagar, e mais cansado ainda do dia anterior, resolvi “estacionar” e ir até a
base, então finalmente próximo ao ponto de virada (km46) fui a 4000m acima do
nível do mar, brrrrr um frio danado mas eu estava bem agasalhado então não foi
um problema.
Mas como meu voo estava lento, o dia foi
acabando, e pousei a 10km do goal, não tinha mais nada... Interessante que
escolhi aterrissar ao lado da sede uma fazenda, uns 500m do asfalto, não tinha
uma alma perdida ! Dobrei o parapente e caminhei para a estrada principal, e
alguns minutos depois já estava resgatado. Já na média da classe SPORT, apenas
4 pilotos chegaram no goal, mas eu fiquei um pouco mais para trás , 18 porque
pousei um pouco antes de todos. Vale
salientar que vários pilotos nem voaram neste dia, pois estava totalmente
exaustos do dia anterior
Outro piloto pousando próximo ...
E mais um, bem próximo, mas do lado do asfalto :)
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