Depois
de uma semana passeando entre o Chile e a Argentina, voltei para regatar o ZTO
de seu descanso ao lado do lago Cholila.
Apesar da curta distância de El Bolson, apenas 20min de voo, de carro
foram mais de 2horas, pela lendária e sinuosa Ruta 40. Para chegar na pista do Lago Cholila Aero Fishing Lodge por via terrestre, são uns 30km
de ripio (Estrada de cascalho) além de atravessar um rio na chegada da
propriedade, que apenas camionetes conseguem, lugar ótimo para descansar uns
dias a um preço bem acessível. Na
temporada é importante reservar, pois eles tem apenas 5 quartos, claro que quando
lotados conseguem acomodar mais pilotos na pousada ao lado, mas com certeza a
hospitalidade não é tão boa.
Tudo checado taxiei vagarosamente para
cabeceira, o vídeo depois mostrará tudo isso, e com o passageiro Marcos Issler
a bordo, decolamos rumo as montanhas.
Vento bem fraco, pela primeira vez, o PT-ZTO decolou em 300m, pois a
pista é baixa e o motor rende bem, além de eu ter apenas 1h30 de
combustível. Após o tradicional rasante
de adeus para este lugar tão bacana, continuei na proa do lago. De 300m (1200”) para 2700m (8500”) levamos um
bom tempo na subida. No final do lago já
avistava as montanhas mais altas, e os vales a direita com seu gelo eterno. Fiquei na dúvida de qual vale entrar, então
fui para o último, mas o vento já estava bem mais forte e a turbulência
também. Mesmo usando todo conhecimento
do voo de planador, não tive como evitar o chacoalhar gerado pelo vento batendo
nas montanhas e das térmicas, já que estávamos voando ao redor das 14:00
horário, não muito propício para um voo liso.
Osorno ao fundo e o "mar de morros" entre Argentina e Chile
Visual muito mas muito bonito, e um voo
tecnicamente bem interessante. Apesar da
cordilheira ser baixa nesta região com montanhas ao redor de 8500 pés, os
fortes ventos vindos do Chile, e os venturis formados pelos vales, mais o
aquecimento desigual do sistema vale/montanha/neve, fazem da região um local
que deve ser encarado com muito cuidado pelos pilotos dos monomotores. O RV7 com 180hp tira de letra tudo isso, mas
aeronaves com menor relação peso/potencia tem que ser mais cuidadosas. Claro que toda esta rota é possível de ser
voada mais a leste, sobre terreno bem menos hostil, mas aí perde-se a emoção do
visual fantástico das montanhas nevadas.
Avistei a pista de La Esperanza, que eu um
dia pretendo pousar, de aproximação difícil pelo alto terreno e talvez não
muito bom para o trem de pouso do RV.
Mas não quis descer, pois o voo estava bem turbulento e não quis judiar
demais do passageiro a bordo. Próximo a
El Bolson, o vale abre totalmente, e como avistei os amigos voando de
parapente, demos algumas voltas para fotografias. Em seguida continuamos rumo a Bariloche, ao
redor de 6500 pés, observando o acidentado terreno com limitadas opções de
pouso até mesmo para o voo sem motor de parapente, que um dia pretendo fazer
entre El Bolson e a cidade ao lado do lago Nahuel Huapi.
Só consegui falar com a TWR Bariloche quando
faltava poucos minutos para o pouso, pois voando no meio das montanhas a
comunicação rádio é bem limitada.
Controle extremamente sossegado, mandou eu avisar na perna do vento,
pois não havia tráfego a reportar. Vento
já estava bem acelerado, e como é costume, vindo do lago Nahuel, bem alinhado
com a pista de 30kts, fiz uma aproximação ou seja cheguei bem alto, e mesmo
assim ainda tive que taxiar bastante na longa pista do aeroporto internacional
de San Carlos de Bariloche. Estacionei
ao lado de um outro pequeno avião sem antes notar um enorme jato executivo
brasileiro, creio que um Gulfstream modelo XPTO (ou seja não tenho idéia), além
de um moderno Boeing da Aerolineas Argentinas.
A bordo do PT-ZTO com o passageiro da vez
Vi também o Ximango estacionando dentro de um pequeno hangar, mas que
parece que está voando pouco, um ótimo privilégio em ter esta excelente pista,
e ser o único hangar (formato T) do aeroporto inteiro. Não aterrissei na pista do aeroclube porque
segundo informações está com o piso um pouco ruim, e além disso na Argentina não
pagamos taxa de pouso e AVGAS é 20-30% mais barato nos grandes aeroportos vs. Aeroclubes.
Andamos pelo aeroporto todo, para fazer
a papelada, sem sermos incomodados, lugar realmente bem tranquilo.
Na reta final do Internacional de Bariloche
Na sala AIS, pedi informações sobre a pista de Caviahue, mas ela está temporariamente suspensa. A pista do hotel San Huberto, ao norte de San Martin de Los Andes era outra opção, ligaram lá, e passaram o telefone para eu conversar. Mas no final resolvi ficar em Bariloche com os amigos das Tortugas Brancas (Land Rovers).
Jato brasileiro no aeroporto de Bariloche
Com ganchos na pista para alguns aviões, Bariloche Int'l é uma boa opção
Um comentário:
Esse jato Brasileiro é um Embraer Legacy!
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