quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Mendoza – Reconquista – Cataratas – Foz de Iguaçu

Infelizmente a ultima prova do campeonato de parapente foi cancelada, subimos super tarde, montaram a prova e tal, mas no final o vento forte acabou com os planos.  Alguns parapentes duplos decolaram, mas ficavam parados no ar, como lantejoulas penduradas no ar.   Aí começamos a preparar a voltar para o Brasil, deixei o parapente e roupa de inverno a bordo da Land Rover do Fábio Potenza, e com isso consegui ficar bem leve no avião, o que depois ajudou um pouco no meu voo a motor.

Não tinha conseguido contato com o pessoal do aeroclube de Mendoza, que opera na pista La Puntilla, próxima das Cabañas e do pouso oficial do parapente, e como tinha contato antigo como dono de uma oficina, o Mario Cardama, optei por deixar no hangar dele numa cidadezinha ao sul de Mendoza, distante 50km (Aerotec – Rivadávia).  O avião ficou muito bem guardado, mas ficou um pouco longe, atrasando a viagem das Defenders, pois me deixaram lá antes de seguir viagem.  Tiramos as fotos oficiais, todos visitaram o hangar de manutenção, vimos um Cessna adaptado para lançar moscas estéreis para anularem uma praga que assola a região, e como elas são marcadas com purpurina, o cano branco de onde são lançadas estava todo avermelhado.

Primeiras nuvens nas Sierras de San Luis

Depois de ter dado uma boa limpada no avião, decolei mais ou menos 1h30 depois das Land Rovers Defenders.  Pelo celular tinha recebido a localização deles na ruta 7, plotei no GPS Garmin Montana, que costumo levar no parapente, subi a 1500” acima do solo, e fui atrás deles.  Tinha conectado no fone de ouvido do avião o rádio amador portátil para me comunicar com eles na frequência do voo livre, diferente do VHF aeronáutico.  Já tinha passado das 10 da manhã entõa o voo já estava levemente turbulento.  Pensei em fazer uma surpresa dando um rasante acima deles, mas para não gerar nenhum acidente... pensei melhor e coordenei pelo rádio.  Argentina fora as cordilheiras é essencialmente plana, e por isso muito cuidado com as torres de comunicação que são mais altas que no Brasil, pois aqui sempre temos algum morro para “espetá-las”.   Quando consegui contato rádio com eles, estavam saindo de um controle sanitário na divisa das províncias  de Mendoza e San Luis.  Meio ruim para bater fotos, pois haviam alguns caminhões em volta.  Ahhh mas dei algumas passadas, tentei voar ao lado deles, mas mesmo com todo o flap baixo, voando no pré-estol ainda passava as “tortugas blancas”.  Mas a brincadeira foi boa, e desta vez nos despedimos, pois o PT-ZTO voando a 280km/h não acompanha as Land Rovers a 80km/h.

Próximo a Córdoba, não lembro o nome da pista, lugar lindo !!!

Laguna Mar Chiquita, sempre no caminho :)

O voo foi bem tranquilo, sem turbulência, tempo bom, com o visual mudando do semi árido Mendozino às Sierras de Córdoba, onde voei de parapente em Merlo em 2013.  Já na região de Rio Cuarto, as verdejantes terras agrícolas numa planície a perder de vista.  Na aproximação para Reconquista muitas nuvens no céu ainda de brigadeiro.  Foi uma ótima opção, por tratar-se de uma base militar, a burocracia resumiu-se a fazer o novo plano de voo, e certificar-se de que haveria Aduana e Migraciones no Aeroporto de Cataratas, para eu poder sair da Argentina.  Tentei fotografar os antigos Pucarás, que já eram antigos durante a guerra das Malvinas !!! Mas ainda estão em serviço na Fuerza Aerea Argentina, mas teria de pedir autorização a um militar de maior patente, não quis atrasar a viagem, pois estava um pouco apertado de horário para pousar antes do sol se por no Brasil.

Abastecendo em Reconquista, com os Pucarás da Fuerza Aérea Argentina

Todos ressecados, larvas já saíram do corpo, no abastecimento em Reconquista

Cataratas del Iguazu, na minha opinião, não é um bom local para passar a noite, pois o aeroporto é bem isolado da cidade, aí melhor ficar em Posadas.  Um pequeno cuidado neste trecho que tomei, foi de não sobrevoar o Paraguai em momento algum , pois no ano passado recebi alguns meses depois uma taxa de xx US$ (não lembro) por ter sobrevoado o território deles.

 Goya, as margens do imponente rio Paraná

 Umidade chegando, me acompanharia até a chegada em Iguaçu

Aduana e Migraciones foram realizados em tempo record, acho que queriam ir para casa, por isso foi muito rápido.  Vale novamente salientar, que após as 12:00 eles só vão para o aeroporto sob pedido, eu havia feito em Reconquista, 2h30 de voo até Iguazu.  Para minha sorte tinha um bimotor indo para o Brasil também, então estavam todos lá.  Em menos de 30min consegui fazer tudo e abastecer a “full” o RV7.  Estava pronto para o meu voo de 10min até o lado Brasileiro.

 SARI - Cataratas - Aeroporto Argentino no meio do Parque Nacional de Iguazu

 Cataratas do Iguaçu vistas sob outro ângulo


Iguaçu foto tradicional aérea

Já no lado Brasileiro, tive tempo de sobrevoar as Cataratas, e 45min antes do por do sol aterrissei no Internacional de Foz do Iguaçu.  Tive que pedir para deixarem estacionar o leve RV7 onde tem gancho no pátio, e depois de parado, veio um funcionário da Infraero dizendo que mais pra frente tinha um local melhor, ainda fiz ele me ajudar empurrar o avião até lá, pois depois do dia inteiro voando não quis entrar no avião novamente.  No aeroporto, ninguém estava nem aí, tive que achar o escritório da Aduana, e a fiscal da receita federal estava jantando, quase fui embora, mas depois a confusão seria maior, ainda fiquei uns 20min esperando ela voltar e para entregar copias da Declaração Geral (Gendec).

Fim do longo dia, cruzando a pista de Foz de Iguaçu - SBFI 

Bem estacionado ao lado de aviões bem maiores 

Lindo por do sol


Nenhum comentário: