Infelizmente
a ultima prova do campeonato de parapente foi cancelada, subimos super tarde,
montaram a prova e tal, mas no final o vento forte acabou com os planos. Alguns parapentes duplos decolaram, mas
ficavam parados no ar, como lantejoulas penduradas no ar. Aí começamos a preparar a voltar para o
Brasil, deixei o parapente e roupa de inverno a bordo da Land Rover do Fábio
Potenza, e com isso consegui ficar bem leve no avião, o que depois ajudou um
pouco no meu voo a motor.
Não
tinha conseguido contato com o pessoal do aeroclube de Mendoza, que opera na
pista La Puntilla, próxima das Cabañas e do pouso oficial do parapente, e como
tinha contato antigo como dono de uma oficina, o Mario Cardama, optei por
deixar no hangar dele numa cidadezinha ao sul de Mendoza, distante 50km
(Aerotec – Rivadávia). O avião ficou
muito bem guardado, mas ficou um pouco longe, atrasando a viagem das Defenders,
pois me deixaram lá antes de seguir viagem. Tiramos as fotos oficiais, todos visitaram o
hangar de manutenção, vimos um Cessna adaptado para lançar moscas estéreis para
anularem uma praga que assola a região, e como elas são marcadas com purpurina,
o cano branco de onde são lançadas estava todo avermelhado.
Depois
de ter dado uma boa limpada no avião, decolei mais ou menos 1h30 depois das
Land Rovers Defenders. Pelo celular
tinha recebido a localização deles na ruta 7, plotei no GPS Garmin Montana, que
costumo levar no parapente, subi a 1500” acima do solo, e fui atrás deles. Tinha conectado no fone de ouvido do avião o
rádio amador portátil para me comunicar com eles na frequência do voo livre,
diferente do VHF aeronáutico. Já tinha
passado das 10 da manhã entõa o voo já estava levemente turbulento. Pensei em fazer uma surpresa dando um rasante
acima deles, mas para não gerar nenhum acidente... pensei melhor e coordenei
pelo rádio. Argentina fora as
cordilheiras é essencialmente plana, e por isso muito cuidado com as torres de
comunicação que são mais altas que no Brasil, pois aqui sempre temos algum
morro para “espetá-las”. Quando
consegui contato rádio com eles, estavam saindo de um controle sanitário na
divisa das províncias de Mendoza e San
Luis. Meio ruim para bater fotos, pois
haviam alguns caminhões em volta. Ahhh
mas dei algumas passadas, tentei voar ao lado deles, mas mesmo com todo o flap
baixo, voando no pré-estol ainda passava as “tortugas blancas”. Mas a brincadeira foi boa, e desta vez nos
despedimos, pois o PT-ZTO voando a 280km/h não acompanha as Land Rovers a
80km/h.
Laguna Mar Chiquita, sempre no caminho :)
O
voo foi bem tranquilo, sem turbulência, tempo bom, com o visual mudando do semi
árido Mendozino às Sierras de Córdoba, onde voei de parapente em Merlo em
2013. Já na região de Rio Cuarto, as
verdejantes terras agrícolas numa planície a perder de vista. Na aproximação para Reconquista muitas nuvens
no céu ainda de brigadeiro. Foi uma
ótima opção, por tratar-se de uma base militar, a burocracia resumiu-se a fazer
o novo plano de voo, e certificar-se de que haveria Aduana e Migraciones no
Aeroporto de Cataratas, para eu poder sair da Argentina. Tentei fotografar os antigos Pucarás, que já
eram antigos durante a guerra das Malvinas !!! Mas ainda estão em serviço na
Fuerza Aerea Argentina, mas teria de pedir autorização a um militar de maior
patente, não quis atrasar a viagem, pois estava um pouco apertado de horário
para pousar antes do sol se por no Brasil.
Abastecendo em Reconquista, com os Pucarás da Fuerza Aérea Argentina
Todos ressecados, larvas já saíram do corpo, no abastecimento em Reconquista
Cataratas
del Iguazu, na minha opinião, não é um bom local para passar a noite, pois o
aeroporto é bem isolado da cidade, aí melhor ficar em Posadas. Um pequeno cuidado neste trecho que tomei,
foi de não sobrevoar o Paraguai em momento algum , pois no ano passado recebi
alguns meses depois uma taxa de xx US$ (não lembro) por ter sobrevoado o
território deles.
Goya, as margens do imponente rio Paraná
Umidade chegando, me acompanharia até a chegada em Iguaçu
Aduana
e Migraciones foram realizados em tempo record, acho que queriam ir para casa,
por isso foi muito rápido. Vale
novamente salientar, que após as 12:00 eles só vão para o aeroporto sob pedido,
eu havia feito em Reconquista, 2h30 de voo até Iguazu. Para minha sorte tinha um bimotor indo para o
Brasil também, então estavam todos lá.
Em menos de 30min consegui fazer tudo e abastecer a “full” o RV7. Estava pronto para o meu voo de 10min até o
lado Brasileiro.
SARI - Cataratas - Aeroporto Argentino no meio do Parque Nacional de Iguazu
Cataratas do Iguaçu vistas sob outro ângulo
Iguaçu foto tradicional aérea
Já
no lado Brasileiro, tive tempo de sobrevoar as Cataratas, e 45min antes do por
do sol aterrissei no Internacional de Foz do Iguaçu. Tive que pedir para deixarem estacionar o
leve RV7 onde tem gancho no pátio, e depois de parado, veio um funcionário da
Infraero dizendo que mais pra frente tinha um local melhor, ainda fiz ele me
ajudar empurrar o avião até lá, pois depois do dia inteiro voando não quis
entrar no avião novamente. No aeroporto,
ninguém estava nem aí, tive que achar o escritório da Aduana, e a fiscal da
receita federal estava jantando, quase fui embora, mas depois a confusão seria
maior, ainda fiquei uns 20min esperando ela voltar e para entregar copias da Declaração
Geral (Gendec).
Fim do longo dia, cruzando a pista de Foz de Iguaçu - SBFI
Bem estacionado ao lado de aviões bem maiores
Lindo por do sol
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