Atrasei minha ida para o Aeroporto de Foz
de Iguaçu, ao redor das 9:00 cheguei, e rapidamente fiz o plano de voo. Infelizmente não tem mais ninguém para fazer
o briefing meteorológico, o responsável por plano de voo disponibilizou um
computador e o site REDEMET. Será que as
taxas de pouso / uso do aeroporto caíram ?
Inspecionei o PT-ZTO, como não tinha passado os 45” desde o plano de
voo, abasteci o tanque com oito (8) litros de AVGAS, para decolar cheio. Tudo pronto, fui taxiando pra pista, decolei,
mas logo depois de ter virado para direita, notei que a tampinha da janela de
inspeção do óleo estava aberta. Chamei a
torre e pousei em seguida.
Tampa de inspeção do óleo aberta no pouso em Foz de Iguaçu
Com muita
vergonha da besteira que fiz, estacionei o ZTO, fechei a tampinha com a chave
de fenda, e em poucos minutos já estava no ar novamente. Essa foi a primeira vez que esqueci algo mais
importante, e tenho certeza que foi falta de concentração, pois justamente na
hora que estava completando o óleo, alguém veio falar comigo. Vale a máxima de sempre de concentrar-se na
hora de repassar o checklist de tudo que voa !
Trinta minutos após a decolagem de SBFI,
estava no través de Cascavel, e aí a barreira de nuvens não deixou eu passar,
embaixo a camada estava praticamente colada no relevo, não passava com
segurança. Chamei o Volmet (informações
de meteorologia para aviação), que explicou alguns detalhes das formações. Empreendi a longa subida para 13.500pés, e
consegui passar por cima das formações, que não tinham grande desenvolvimento
vertical. Claro que o Centro Curitiba me
chamou perguntando qual o nível de voo que eu manteria, mas avisei que tinha
que desviar de formações. Até que o RV7
subiu bem para o FL135, mas eu estava sozinho com pouca bagagem, com certeza
ajudou na subida. Consegui passar por
cima delas, e por grande parte do voo voei neste nível baixando depois para
11.500” pois senti um pouco de dor de cabeça, primeiros sintomas de hipóxia (no
meu caso).
Por 2 horas esse foi o panorama geral, com um buraco aqui e outro ali...
Já entrando no estado de SP avistava
grandes CBs (nuvens de grande desenvolvimento vertical) e também chuvas mas meu
caminho ainda parecia razoável, sempre com alguns buracos conseguia avistar o
solo. Coloquei na frequência livre, e
escutei o pessoal operando em Botucatu e Sorocaba, o que tranquilizou um pouco
o meu voo. Próximo a Itapetininga, uma
cortina escura na minha frente causou problemas. Desci para 1000 pés (300m) acima do solo e
passei por baixo das nuvens prestes a despejar muita água.
Negociando próximo a Itapetininga (SP)
Logo em seguida o tempo abriu novamente, e já
avistava a cidade de Sorocaba. Leve
desvio, na proa de Alumínio/Votorantim, continuei pelo corredor visual Delta,
da TMA SP, que estava razoavelmente aberto para o voo VFR. Em São Roque atravessei um pouco mais alto
que as antenas com boa visibilidade, mas teto baixo. E finalmente a pista em Cotia, estava com
teto alto, ainda molhada de uma chuva anterior me recebeu neste fim de mais uma
viagem inesquecível com o PT-ZTO. Com um
pouco mais de 30h voadas, percorri um bom pedaço do cone sul.
Na reta final em Cotia
Foi o dia que tive que negociar a alta umidade que existia na região, claro que sempre tinha a opção de voltar, mas tive que dar várias voltas, descer, subir enfim usar todo conhecimento para chegar no destino. Pouso foi as 14:00 (hora de verão). Duas horas mais tarde inundações assolaram partes da cidade de São Paulo. A boa motorização do RV7 possibilitou eu subir bastante para cruzar a barragem de nuvens. Interessante que o consumo lá em cima foi de 24l/h, ainda cruzando 160kts, ajudado por componente de vento de cauda, o que acabou compensando o combustível extra causado pelo zigue zague vertical e horizontal.
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