Primeiro dia do Campeonato, tivemos o
briefing formal de segurança e procedimentos no auditório do hotel sede da
competição. Fomos para a rampa as 12:00,
subida rápida totalmente asfaltada. Um
dia com bastante Cirrus na Serra do Mamede prometia alguma dificuldade, mas
mesmo assim montaram a prova para Cáceres, em torno de 89 km com alguns pontos
no caminho para manter todos em cima das estradas de “alcatrão”. Decolagem foi um pouco atrasada, e afinal as
14:20 começaram a decolar, eu consegui decolar as 14:41, 1min após a largada,
muito apertado tudo. A rampa bem
bagunçada, sem separação entre área de decolagem e velas abertas. Poucos conseguiam passar de 200m acima da
rampa, e lá fui eu a bordo da flamejante Zeno vermelha. Ficamos uns 20 min tentando subir, todos os
pilotos do campeonato.
Quando conseguimos chega a 1200m, saímos em
direção a Marvão, a ultima cidade Portuguesa antes da fronteira com Espanha.
Mas eu não consegui chegar com altura para voar em cima da montanha, e
já baixo fui para o vale procurando um pouso decente. Como uma ultima cartada joguei em cima de uma
elevação impousável, cheia de pedras, e consegui aos poucos subir. Estava já preparado para pousar. Mas num campo de “pedras” começou a desprender
um pouco, e com um olho no único pouso bom da região, comecei a subir a 100m do
chão, vento forte subia no esquema “carneirinho” mas subia, e aos poucos
comecei a pensar que iria continuar voando.
Claro que vários parapentes entraram embaixo de mim, mas como estava
mais alto, a 1500m fui em frente tinha uma triton azul que estava liderando a
prova, mas logo a frente ele ficou baixo e pousou. Eu peguei mais uma desta vez a 800m liderando
todos. Sem conhecer muito, fui em frente
e o pelotão de Zenos um pouco atrás.
Desta vez esperei todos chegarem na minha altura para não voar sozinho
no azulão, tempo ainda fraco com cirrus e vento.
Aos poucos o dia melhorou bem de 1400m de
base fomos a quase 3000m , meio padrão isso o início do voo sempre difícil e
uns 30km em direção W (Cáceres) a base sobe mais de 1000m, e tudo vai ficando
mais fácil. Voei bastante com a turma da
frente, mas ¾ velas conseguiram engatar numa térmica melhor, e fiquei um pouco
para trás. E aí fiz a besteira do meu
vôo.... Estava todo feliz faltando 500m para o planeio final voando entre 2400
e 2800 quando encontrei uma bombástica térmica. A 3050m lembrei que tinha limite
de altura na Espanha de 3000m .... Fiz a primeira orelha na vela, mas
continuava subindo... Esperei parar a subida, tirei as orelhas. E comecei a rodar uma descendente de 2m/s
para desconfigurar qualquer vantagem, desci até 2600m. Fiquei bravo comigo, pois não tinha colocado
no alarme de limite de espaço aéreo, e com o sofrimento do início do voo nem
lembrava mais do assunto, erro de principiante mesmo. Com essa descida e confusão fiquei um pouco
fora da rota, até me recompor, mais 1 ou 2 velas me passaram.
Aí o caminho para Cáceres foi fácil, tudo
subia, uma hora já estava novamente a 2700m preocupado em não varar novamente o
espaço aéreo. O Flymaster me dava 700m
de reserva e o Oudie zero... Fui ganhando altura no caminho, e cheguei no goal
a 700m, ou seja muito alto mesmo, acho que em Portugal o Flymaster está afiado
mesmo. Poucas velas chegaram no goal, só
o único Boomerang 11, Zenos e 1 King, que voou comigo grande parte do voo. Apesar da furada do espaço aéreo, estava
muito feliz de ter completado a prova de 90km nas difíceis condições iniciais. Levei 4 horas para fazer essa distância !
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