quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

ULTIMA PROVA DO CAMPEONATO SUL AMERICANO

Na noite anterior todos desmontaram os planadores, pela insistência da meteorologia que informavava aproximação de forte atividade convectiva durante a noite, e realmente a foto de satélite mostrava uma grande mancha vermelha.  Os Brasileiros estavam ainda com os planadores montados, eu tomei a dianteira e resolvi desmontar, em seguida os outros também foram convencidos pelos argentinos.  Existia grande dúvida se haveria prova no ultimo dia, pela aproximação de uma frente.  Durante a noite nada aconteceu, e os quase 90 planadores foram novamente montados e alinhados no Grid.

Vejam onde este planador pousou, atras da rodovia, a cerca já é da pista, o piloto estava vindo para a pista, foi em outra prova, mas dá para sentir como foram as chegadas durante o campeonato, aquio piloto Saurin

O tempo evoluiu de forma fantástica, e provou ser o dia com as maiores médias de velocidade do campeonato.  Estava tão forte o dia, que poderíamos ter decolado pelo menos 1 hora antes.  Muita gente reclamou que poderíamos ter mais de 2 h de prova. 

Pouso fora na Argentina, quase melhor que nossa pista !

Na largada todos saíram num espaço de 10 minutos, pois uma grande linha de cumulus negros, escuros, já anunciava chuva e bastante emoção para o vôo. Chegamos na área de Tres Arroyos, apenas 28km já viramos para a próxima área, para evitar o tempo pior no fundo da área.  A perna seguinte foi debaixo de uma linha de nuvens fantástica, voei quase 70km a 220km/h de média  entre 1900 e 2300m, na base das nuvens, sendo que a esquerda caiao mundo, tudo escuro mesmo.  Algumas vezes tive que sair um pouco para o lado do sol porque as nuvens puxavam para cima (sugavam mesmo) e acelerar o planador mais ainda não era opção, já estava voando no arco amarelo (não é aconselhável voar no arco amarelo em tempo turbulento).  Via alguns ASW20’s, de menor performance a esquerda, alguns se aproximaram demasiadamente da chuva e dos seus rotores.  Minha tática era ficar mais próximo do sol, aproximadamente no ultimo terço desta cobertura fantástica.  Saindo desta enorme sombra para a penúltima perna tivemos um tempo bem mais fraco, a subida de 5m/s caiu para 2 a 3m/s com cumulus bonitos, um vôo mais normal.

Tive que ir para todas as bordas, pois a média de velocidade foi muito mais alta do que a imaginada pela comissão de provas.  No planeio final tomei muita altura novamente, pois estava tudo negro no horizonte, a equipe TO informava que estava escuro o céu, mas ainda não tinha chuva.  Planeio final de apenas 52km saí a 2200m, e no final tive alguma dúvida se iria chegar.  O vento que fora 300 graus com 40km virou nos últimos 5km da prova para 180 com 45km/h !!!! ,o CB estava entrando.  A confusão foi geral para o pouso, parecia um enxame de abelhas nervosas !  Operações gritava no rádio que o vento estava forte e o pouso seria pela 18 e não pela 36 que era a cabeceira de chegada da prova (linha de chegada e pouso direto) o vento de mais de 40km impossibilitava o pouso direto, na rugosa pista de grama.   A sorte que todos no final chegaram com energia, pois contavam com vento de frente que virara, o céu estava preto, vi uns 15 planadores girando base, o Nimbus 3 pousado na soja antes da cabeceira 18, por motivos de segurança preferiu este pouso.  Na final vi uns 8-12 planadores pousando, todos aterrisavam no canto direito da pista e saiam para direita para encostar na soja do lado da pista em uso.  Tivemos muita sorte e habilidade dos pilotos, pois não houve problema ALGUM !!!

Esse vídeo foi feito antes que ficasse mais feia a coisa, justo antes de começar o granizo, quando tudo fechou

Após o pouso começou a chover torrencialmente, fiquei dentro do planador embalando a câmera fotográfica, equipamentos, mas o barulho começou a mudar... tlec tlec tlec, era granizo !!!!! Pulei para fora, e cobri o canopi com o pijama de algodão, as bolas de gelo tinham quase 1cm de diâmetro, as costas doíam, o chão ficou branco.  Rocco queria levar o planador de volta, mas não dava, a visibilidade era nula, cruzar a pista era impossível, vai que um planador estava chegando IFR no GPS... Demos a volta até a cabeceira, tudo virou um lamaçal.  Estavam todos ensopados.  A frota toda fora atingida pelo granizo que todos tanto queriam evitar, e por isso a desmontagem dos planadores na Argentina, quando do alerta meteorlógico.  O DG teve alguns danos no profundor, afundados pelo gelo, na asa apenas em alguns poucos locais, e possivelmente com um aquecedor de cabelo consiga reverter grande parte dos problemas causados.  Foi um terror total, tudo virou um lamaçal neste que foi o campeonato mais seco que voei na Argentina, foi  a única chuva forte que tivemos e o único gelo desde os mais de 10anos que freqüento os campeonatos deles.

O lado bom veio depois, ganhei a prova novamente,  empatado com o ASH25, com 145.6km/h de média, Egon fez no ASW22 151km/h.  Foi um dia e tanto , as cicatrizes no planador marcaram nossos planadores.



Aqui o relato do Jorge Tártara de Azul






El día viernes , último día de campeonato realmente no se esperaban condiciones favorables para el vuelo , al menos basándonos en los informes de meteo no eran buenos, aunque teníamos una leve esperanza porque el dia jueves nos habian dicho que no habría térmicas y se hicieron 120 de promedio. Tal es asi que la informacion meteorológica dada en el briefing nos indico que no se produciría formación de cúmulos, y en ese mismo momento se estaban formando lindos cúmulitos, lo que nos desorientó un poco. 





Los envuelos se desarrollaron normalmente y pudimos pegarnos a las bases inmediatamente. Antes de partir ya se veia que en el oeste los cumulos traian gran desarrollo y prometian cubrir temprano la zona de llegada. Sobre la primer àrea que era cercana a tres arroyos se alcanzaba la zona de la entrada de un frente y que permitia pegarse a las bases y caminar sobre una enorme calle oscura hacia la segunda area , muchos de los que la volaron lograron promedios sorprendentes, a todo esto en el resto de las areas se caminaba muy bien saltando de cumulo en cumulo pero ya ahbia que ir previendo la vuelta porque por radio se nos informaba de la cercania del frente en Chaves. Particularmente la cuña la alcancé a unos 10 kms del punto de alineación sin lluvia y con poca turbulencia, pasandole a los rotores por al lado y llegue al aerodromo sin problemas y con el viento ya rotado al sur, pero minutos despues llegó una nueva cuña que traia nubosidad muy baja , lluvia fuerte y granizo,,, muchos planeadores estaban llegando en ese momento y realmente fue muy complicado el tránsito, utilizando para aterrizar las 4 cabeceras y la soja, en tierra era un loquero ya que el granizo era abundante y todo el mundo escapaba al refugio de los arboles. Más de un planeador quedo con las cicatrices de la piedra. Despues voy a ver si tengo alguna foto del momento , aunque el momento no daba para fotos porque todos andabamos a las corridas desarmando. 

Espero que al menos mis cortos comentarios les haya servido de mínima información y pido disculpas por los que esperaban que escribiera y me demoraba, pero realmente con la pobre conexion de internet y el cansancio acumulado se hacia complicado sentarse a escribir un segundo. 

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