quarta-feira, 23 de julho de 2008

Frequência Livre - Bebedouro 2008


Saiu uma prévia do campeonato de Bebedouro na Revista Frequência Livre, comprem a revista, é a única Nacional que em todas edições publica algo do vôo a vela. Na página seguinte tem um resumo do Primeiro Campeonato Brasileiro de Vôo a Vela efetuado em 1954, e vencido pelo George Munch, o resto é na revista.

Também saiu uma reportagem sobre espaço aéreo, vamos ver se sensibiliza um pouco as autoridades. Também reportagem do Barioni que entre outras respostas, escreve que a aeronave mais significativa que pilotou foi o ..... planador PW5 !!!!

Paracatu - Formosa

A feiosa mineração na maior altura que consegui, 750m do solo :-)

Dava para ver todos os detalhes, seria o TO a KGB dos ares ?

Então, depois de sair os 90 graus fora da rota, andei uns 20km, as margens da rodovia GO020, fiquei a 300m do chão em cima de 2 pivôs centrais, e uma pista de terra, excelente surpresa. A teoria era que iria subir em cima desta região, pois havia um lago e riacho, no planalto central, essas fontes de água geram um diferencial de temperatura (será que estou certo na teoria), que ajudam a disparar térmicas. Procurando aqui e ali, consegui voltar para 750m agl novamente. Um pouco mais a frente consegui subir para 1000m acima do solo, e aí por diante subindo cada vez mais, chegando a 1700m do solo próximo a torre de Unaí, que fica a Oeste da cidade homônima, em cima do platô.

Não foi um dia típico de planalto central, estava bem seco, azul, com térmicas escondidas. Mas cheguei bem em SWFR, onde fui recepcionado pelos amigos do Aeroclube do Planalto Central. Aliás estão construindo mais um hangar para o vôo a vela, de "apenas" 1200m2 !!!!! Pousei na pista de grama e por lá deixei o DG800b !!!

Logo depois de por o planador no hangar fui de carona direto ao Aeroporto de Brasília, consegui pegar o vôo TAM para Congonhas, estava em casa as 20:30 !!!! Nada mal para um vôo de inverno :)

Canastra - Paracatu

Finalmente no topo da Serra da Canastra, graças a destreza do piloto ??? Nãoooo, foi o motor Solo de 53hp, que me levou para cima. No meio da serra, é impossível o pouso fora, tudo rocha, então é importante ficar no cone de um lado ou outro da serra, que tem alguma atividade agrícola. No horizonte as pequenas nuvens que me ajudaram a voar os 380km restantes sem motor. Saí um pouco fora da rota, para conseguir me apoiar no alinhamento das nuvens. No final do dia curva de 90 graus a a direita, para o planeio final a Paracatu (MG).


Pousado no aeroporto de Paracatu, vi algumas melhoras, desde a ultima visita em 2003/4 ? Puseram esta cerca, constuíram um pequeno prédio que serve de recepção com banheiro, etc. Tem segurança 24h, a pista agora é mantida pela prefeitura local.

O balde de água, serve para segurar a asa no chão, em caso de vento, cortesia de Paracatu !!!! Uma boa opção de parada, tem AVGAS , algumas aeronaves agrícolas tem sua sede no local, isso significar 2-3 hangares, gasolina e mecânico. Apenas 1 ultraleve está baseado lá, segundo as informações que me passaram.


A poderosa ANAC, libera a pista de Paracatu, após interdição que durou um bom tempo



Em Paracatu, fiquei no mesmo hotel, Veredas, com um batuque de final de tarde subindo do barzinho ao lado. No dia seguinte, novamente decolei as 10:45, e aí fiquei 1h30 voando baixo entre a minha de ouro e urânio, acima, e a pista. Ficava a 300m de altura, voltava pra pista, um vai e volta danado. Acho que o pessoal da mineração acho que eu estava espionando !! Tinha uns pássaros que também planavam baixo. Nuvens ?? Nada.. Só no horizonte, no setor W, já no platô de Cristalina.

Depois deste tempo todo gramando, estava na hora de sair de lá, pois tinha 200 km para vencer até Formosa (GO), com vento de frente. Então adotei a tática radical, a apenas 750m acima da pista, uns 500m acima do pico dos morros, tomei uma rota 70 graus fora da proa do destino as12:15. Mirei nos unicos arados que conseguia ver, pois a rota direto a Formosa é cheia de vales e montanhas sem opção de pouso, e como ainda estava baixo, não dava para encarar.


Jundiaí Guaxupé Paracatu

Já no final do dia, próximo a Guaxupé, ainda com dificuldades de subir, liguei o motor a 30km fora de Guaxupé, não consegui chegar em Passos MG, havia decolado muito tarde de Jundiaí, 13:15 no meio do inverno. O vôo todo deu 210km sem motor e mais 30 depois de ter acionado o mesmo.

Próximo a Guaxupé (MG)
Pista excelente, ainda consegui guardar o planador no Hangar do Aeroclube, que apesar de pequeno ainda em funcionamento. Até 18m, cabem planadores no hangar. Cidade de 50.000 hab., pequena para nosso padrões, por outro lado muito simpática, é uma boa opção de pernoite subindo para o NE. Não há AVGAS, porém dá pra conseguir uns litros do pessoal local, se necessário.
No dia seguinte, sábado, decolei 10:45, e a base subiu para mais de 2000m. Os primeiros 50km do vôo foram bons, térmicas espaçadas, mas marcadas por alguns fiapos, um pouco mais de umidade ??? Fiquei espantado com a "força" do dia, pois as 11:00 não pensava que teria térmicas aproveitáveis no meio do inverno. Um pouco de dificuldades na travessia do Rio Grande, chegando no pé da Serra da Canastra, não consegui subir novamente. Voei baixo em cima destes arados, próxima as pedras da serra para ver se desprendia algo.



Estava novamente lambendo o chão, mas com uma vista maravilhosa da serra da Canastra

Formada principalmente por quartzito, ela tem cabeceiras das bacias do Rio São Francisco e do Paraná, os de maior importância. As fotos dizem mais que minhas palavras, quem quiser ler um pouco mais, recomendo este link . Mas aqui não teve jeito, tive que ligar o motor novamente, estava próximo a serra da Babilônia, como é chamada a região, a 250m do arado embaixo. O duro foi ver as poucas nuvens desfilando no topo das montanhas, elas se formavam pelo aquecimento das rochas, e alguma umidade remanescente da região. Mas não consegui chegar lá sem motor.

Posted by Picasa

NE2008 Jundiai - Guaxupé

Na sexta feira, estava na duvida se valia a pena tentar ir para Brasília, pois o tempo estava seco azul, com inversão claramente delineada. Dass conversas com a Josélia (Rádio Eldorado) consegui extrair que continuaria seco, meio estável, mas voável. Para completar, em Jundiaí soprava um vento NW meio estranho. Paolo no APP ainda me ajudou dar uma calibrada no pneu principal que estava muiiito baixo. Aí decidi decolar de toda forma, toda minha roupa, mantimentos, gasolina nos tanque das asas com 7litro em cada lado, tudo pronto !!!

Resultado foi que aos poucos consegui ir voando para Sul de MG, inicialmente na proa de Bragança para sair da TMA São Paulo. Mas sempre com muito cuidado, pois era um dia azul, com poucas térmicas, e forte inversão. Mais de 30 dias sem chuva na região, típico do inverno paulista, nem mesmo as frentes frias ultimamente conseguiram vencer o sistema de alta pressão em cima do SE Brasileiro.

Na serra voei muito baixo, sempre entre 300 e 600m agl, não muito mais que isso, mas o vento de 20km/h em média, ajudava a disparar as térmicas na encostas das colinas, então cautelosamente consegui avançar rumo a Passos (MG) meu objetivo do dia.

Voando Colina, fiquei muito baixo, proximo a Serra Negra, realmente voei com urubus a 250m do chão, encostado num morro, embaixo as fazendas de café, região montanhosa cheia de fazendas antigas de café.
Deste morro que aos poucos consegui subir
Este trecho é cheio de eucalyptos ou ...

Ao lado de São João da Boa Vista, novamente vi caminhões na estrada mais alto do que eu, humilhante até um certo ponto, por outro lado feliz por ter o privilégio de voar e conseguir subir novamente, estava no cone de um arado mais para o lado do vale