domingo, 10 de outubro de 2010

FOI A PRIMEIRA VEZ

Primeira prova do 52 Campeonato Brasileiro de Voo a Vela, em Luis Eduardo Magalhães (BA), prometia ser um pouco complicada.  Com uma massa de ar mais umida, e muita fumaça proveniente das queimadas iríamos ter um dia bem difícil.  Tivemos que inverter a cabeceira da decolagem, sempre usamos a cabeceira #10 durante a etapa Centro Oeste, mas o dia estava realmente diferente.  Fui o quarto a decolar, e via algumas nuvens a 10km da pista, para lá fui todo feliz, e começaram as dificuldades.  Fiquei a 300m em cima de uma pista, mas não conseguia voltar para LEM, se eu pousasse faria zero pontos na prova do dia.  Mas depois de uns bons30 minutos consegui subir, já com 40 litros a menos de água nas asas.  Quando estava na base avistei embaixo meia duzia de planadores classe std, vários planadores modelo Jantar Std3 que acabavam de partir para a prova. 

Voltei  a LEM e dei a largada com 1000m, proximo a pista a bruma estava muito forte, mas uns 10-15km fora a visibilidade melhorava bastante e até um pouco de sol aquecia mais o solo, térmicas de 2m/s que foram melhorando para até mesmo os famosos 4m/s , que saudades de etapa centro oeste com meteorologia fantástica.   Seguindo os cumulus um pouco maiores  entre na primeira área, mas com a velocidade média baixa, fui logo para a segunda área, e ai começaram os problemas.  Grandes desvios foram necessários para conseguir manter-se em vôo.   E logo depois começou o festival de pouso fora, YY, B1, CJ e assim por diante foram pousando.  Dava para ver que a região que estavam voando estava sem atividade térmica.   Como estava voando na nova Classe „C” planadores de maior performance, nossa prova era um pouco maior, e para chegar no o ultimo ponto de virada teria de atravesar essa região „morta” de atividade termal.  
Tive que fazer praticamente um planeio final para beliscar o segundo ponto de virada, em seguida voltei para as nuvens na direção contrária a prova que estava voando.   E resolvi que iria retornar para próximo de LEM, e aos poucos fui dando a volta em direção quase oposta da prova.  Voei convergência, chuva, o planador ficou todo molhado, me assustei com os raios que caíram muito próximo, enfim, bem diferente dos dias anteriores, quando a meteorologia nos ofereceu tempo seco e térmicas fortíssimas de 4 a 5m/s.   Mas consegui voar por bastante tempo até as 17:20, estava a 40km de LEM, mas precisava subir mais 400m para entrar no planeio final.

A 40km de LEM, resolvi abrir o motor, acionei tudo, e ele começou a subir o mastro, mas parou, pelo espelho vi que a hélice já não estava na vertical, fiz o checklist, mas nada, o disjunto havia pulado, enfiei ele de volta.  Descia mas não subia muito, resignado tentei chamar radio FBVV, mas estava muito baixo para ter contato rádio.  Me preparei para o pouso com o motor um pouco para fora, uma otima pista de terra, com silos de metal na propriedade, indicando uma grande fazendo agroindustrial.  Pouso tudo ok, as 5:20 da tarde, saí do planador, e vi que o cabo de aço havia enrolado na hélice, desenrolei, e consegui por o motor para fora.  O elástico que ajudou a recolher o cabo de aço havia rompido. Decolei e fui rumo a LEM, consegui chegar 2 minutos antes do por do sol, com visibilidade bastante reduzida, pois a fumaça era forte no ar.

Foi a primeira vez em 10 anos que não consegui ligar o motor em vôo !! Valeu a pena o procedimento de dar partida de preferencia em cima de uma pista.  Foi um grande susto, e mais nada !!  Vale a máxima, um dia o motor não irá pegar, tem que ter uma alternativa, de preferência uma pista, se não for possível um bom campo de pouso fora. 

sábado, 9 de outubro de 2010

Campeonato de LEM

Faixas espalhadas por toda a cidade, inclusive na rodovia, efetuado pela Prefeitura Municipal, grande apoiadora do campeonato.



Clima muito seco, fogo abundante, inclusive muito próximo a nossa pista, assustou um pouco sim



quinta-feira, 7 de outubro de 2010

LUIS EDUARDO MAGALHÃES BAHIA

Sede das etapas Centro Oeste e Final do Campeonato Brasileiro de Vôo a Vela.

Começa agora em outubro.  Nossa janta de ontem foi abará !! Abará é um dos pratos da culinária baiana e como o acarajé também faz parte da comida ritual do candomblé. O abará tem a mesma massa que o acarajé: a única diferença é que o abará é cozido, enquanto o acarajé é frito. O preparo da massa é feito com feijão fradinho, que deve ser quebrado em um moinho em pedaços grandes e colocado de molho na água para soltar a casca. Após retirada toda a casca, passa-se novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescentam-se cebola ralada, um pouco de sal, duas colheres de dendê.
Quando for comida de ritual, coloca-se um pouco de pó de camarão, e, quando fizer parte da culinária baiana, colocam-se camarões secos previamente escaldados para tirar o sal, que podem ser moído junto com o feijão, além de alguns inteiros.

Voamos a etapa Centro Oeste, com térmicas fortíssimas ! Veja mais no site www.planadores.org.br

LUIS EDUARDO MAGALHÃES BAHIA

Sede das etapas Centro Oeste e Final do Campeonato Brasileiro de Vôo a Vela.


Começa agora em outubro


Nossa janta de ontem foi abará !!


Abará é um dos pratos da culinária baiana e como o acarajé também faz parte da comida ritual do candomblé.
O abará tem a mesma massa que o acarajé: a única diferença é que o abará é cozido, enquanto o acarajé é frito.
O preparo da massa é feito com feijão fradinho, que deve ser quebrado em um moinho em pedaços grandes e colocado de molho na água para soltar a casca. Após retirada toda a casca, passa-se novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescentam-se cebola ralada, um pouco de sal, duas colheres de dendê.
Quando for comida de ritual, coloca-se um pouco de pó de camarão, e, quando fizer parte da culinária baiana, colocam-se camarões secos previamente escaldados para tirar o sal, que podem ser moído junto com o feijão, além de alguns inteiros.

sábado, 14 de agosto de 2010

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Fotos


Jantar de encerramento da equipe Brasileira comendo peixe no "Fehértói HalászCsárda"
Bassi, Moure, Sra Heinz, Blois, Cláudio Abreu, Heinz (nosso equipe alemão), eu

A vedete da classe 18M (clicar para ler mais detalhes)

Limpador de mosquitos do bordo de ataque elétrico

Jet !!! No HPH, muito barulho, pouca subida

O melhor sistema de guincho !!!!

Resultados do WGC2010

Fico devendo ainda reflexões sobre o campeonato, que foi o MÁXIMO !!! Uma experiência que me deu um ânimo danado de voar de planador.  Aliás espero logo o Campeonato Brasileiro de Planador que será no SW da Bahia, em Luiz Eduardo Magalhães no começo de Outubro, onde  espero voar bem mais do que na Hungria onde a meteorologia foi fraca, mas mesmo com a meteoro ruim os vôos foram super interessantes.

Resultados do Mundial aprovados pela FAI:
Sport: Gliding
Title: 31th FAI World Gliding Championship
Type : World
Date:  24.07 - 08.08.2010
Location: Szeged (Hungary)

Final Results :
Open Class - Overall
1st : Michael Sommer            GER
2nd : Steve Jones               GBR
3rd : Pierre de Broqueville     BEL

15M Class - Overall
1st: Stefano Ghiorzo    ITA
2nd: Leigh Wells        GBR
3rd: Thomas Gostner     ITA

18M Class - Overall
1st: Zbigniew Nieradka  POL
2nd: Uys Jonker         RSA
3rd: Karol Staryszak    POL


Colocações dos Brasileiros ai ai ai, todos lá no final... 

38 Egon Rehn Open (43 participantes)
43 Claudio Blois 15m (49 participantes)

36 Thomas Milko 18m (51 participantes)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Acabaram os voos...Fotos !!!

E o Diretor do Campeonato declarou finalizado, devido as chuvas que se aproximam de Szeged

Planador FOX acrobático

O 15m ousado da Polonia, com performance fantástica

Notem od detalhes do canopi, pinos da asa, o planador não tem longarina principal, o próprio revestimento é estrutural.  Peso total do planador de 15m com flaps é de apenas 182kg vazio vs. o ASG29 que pesa 280kg, vejam a diferença !

Torcia para pegar esse rebocador, super potente, mas não de certo (acima o Cmelak) rebocador monstro

Na curta final

Moure, eu e Bassi no grid, pronto para decolar



Maioria das fotos cortesia do Rodrigo (AR)

Prova do dia #7 After flight

Mais um dia fantástico nas planícies molhadas da Hungria.  Tivemos muita sorte de conseguir voar no campeonato, pois 1 mês antes, a Hungria estava inundada com as piores chuvas dos ultimos 100 anos, amplamente divulgado na imprensa mundial.  Mas voltando a prova do dia, a previsão era ruim, base entre 800 a 1200m, com muita umidade no ar, sombreamento em várias regiões, foto de satélite animadora para ir ao cinema.  Mas como ninguém entende o cinema em Húngaro... e faltava apenas 1 dia para terminar o campeonato, resolveram que iríamos tentar voar.  

O autor deste blog e o mapa do campeonato

Briefing como de costuma começou as 10:00 pontualmente, premiação dos vencedores de 2 dias atrás, cada um ganha uma garrafa de pinga húngara (tá bom, ela se chama „Pálinka”).  E o meteorologista que a cada terceira palavara falava o „As you can see” no seu macarrônico ingles, porém bem mais compreenssível que o meteorologista da primeira semana, que não dava para entender absolutamente nada.
Recebemos 2 provas,  ambas  de velocidade em circuito fechado.  Uma de 420km e outra de 380km, algo não batia com a meteorologia.  Logo depois do Briefing anunciaram a prova „C” que não diminuia muito a distância. Confusão geral, Grid montada, ½ hora depois veio a prova „D” esta com 289km também em circuito fechado, pois a organização precisava atender ao número mínimo de provas desta modalidade, requisito do regulamento da FAI.  O tempo já bastante encoberto 7/8 de cumulus , mais cirrus e outras nuvens bagaceiras mesmo.  Tive a honra de ter minha posição mudada no grid, para o outro lado da classe 18m, e com isso bati papo com outros pilotos.  E mais algumas fotos de outros planadores.

Fui brindado na decolagem com o pior rebocador de todos, aliás eu digo que é um acidente esperando para acontecer, o ultraleve Dynamic WT, com seu pequeno ROTAX, deve ser ótimo para decolar planadores mais leves em pista de asfalto.  No meu caso, estava com 600kg, carga alar de 57kg/m2 numa horrível pista de grama, onde um piloto inclusive quebrou o plexi (capô) de tanto bater a cabeça na decolagem.  Decolagem muito marginal, tive que manter 2 dentes de Flap positivo, pois a 90km/h o avião estava voando e eu saltando como um canguru na pista, saltando e voltando para o chão.  Uma vez em vôo não foi tão ruim assim o reboque, levamos 4:30minutos para chegar a 600m, o ultraleve tem uma aerodinâmica muito boa.
Grrrrrrrrrrrrrrrrr foi esse que me levou para cima ... depois colocarei o video da decolagem

O posicionamento para largada foi uma batalha constante para não ficar baixo, cheguei a ficar a menos de 400m, mas consegui subir novamente e larguei na incrível altura de 950m acima do solo, era a altura da base das nuvens.  Muitos planadores tentando vários caminhos, já que haviam nuvens, fui ficando baixo e a 500m proximo ao ponto de virada tive que ciscar para achar algo, depois de perder uns preciosos 5 minutos ciscando e subindo pouco, vi um planador numa térmica decente, e fui para 1150m com média de 2.4m/s, mas se calcular o tempo perdido para achar a dita cuja... Foi a altura mais alta do dia.  Mas como tive que ainda ir beliscar o ponto de virada, perdi o bando de planadores. 

Campeonato mundial de remo em Szeged

Estava virando modulo de sobrevivência pois o tempo estava cada vez mais encoberto, joguei ½ do lastro para ter carga alar de 48kg/m2, e continuei navegando para o proximo ponto desviando para o lado do sol, não via mais planadores.  Rodava térmica cada vez que achava algo ao redor de 1m/s, voando entre 600 e 800m, após o ponto de virada começou a ficar complicado pois tinha que entrar na sombra.  A 330m peguei uma boa térmica de 1m/s e consegui voltar para a baseque estava a 930m, parecia tão alto que comecei a comer o lanche da tarde a bordo do ASG29E.  Consegui contato rádio com a equipe Brasil, e o Bassi me informou baseado no SPOT (que eu levo a bordo e emite sinal a cada 10min de onde stou) e no Yellow Brick (sistema de rastreamento em tempo real que poucos pilotos levam) estava perto do bando da frente.  Um pouco depois vi vários planadores girando mais baixo, ou seja aos poucos consegui recuperar o tempo perdido no início do voo.  Quando cheguei no bando grande a 500m, vi uns 25 planadores girando 0,3m/s, nada muito animador e a tradicional bagunça na térmica fraca.  Subimos juntos todos, mas meio tenso com o excesso de planadores.   Resolvi sair em frente, e esse foi o grande erro que me custou um grande número de pon tos, pois em vez de esperar o bando de planadores sair para ir junto, fui um pouco a frente um pouco mais baixo.  Fui ficando baixo, e liguei o motor, vendo os outros planadores subirem numa térmica mais a direita.  Foi um voo super interessante, e esse pequeno erro me custou muitos pontos , fiz apenas 600 !!!  No final apenas 2 dos 50 planadores chegaram com média de 70km/h. 

Moure e Bassi mostrando o "kit de pouso fora para Sérvia", se o carro atolar ... Mas no final foi o trator que resolveu o atoleiro, será que irão levar de lembrança para o Brasil ?

Sede do nosso bunker !

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Prova do dia #7 para 18M

Tempo estranhooooooooooooooooo, prova de 430km, viajaram... alternativa 377km, também improvável... Acabaram de anunciar que virá alternativa "C", vamos passear pela Transilvânia (Romenia) espero que seja só voando, sem resgate automotivo.

Ahh acabou de chegar alternativa "C" para 300km, todas provas de velocidade.

Não consigo enviar imagens, net está lenta.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Poucas Noticias

Tempo estranho, passou uma frente, só voaram com a classe 15m, outras classes descanso mesmo, para resolver a vida por aqui um pouco.  Blois completou a prova em 29 lugar.

Nosso Mercedes achou um irmão bem parecido, do time Polonês

Equipe Polonesa !

Na festa internacional, o improviso de ultima hora, servimos bolo de sobremesa

Na festa internacional, mostramos o video do Nordeste, e servimos 4 tortas, cada time fez algo de comida, mas principalmente bebida !  Foi bem bacana, boa confraternização.  Agora dormir, amanhã voaremos provavelmente.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Instrumentos e Flarm

Interessante também são os instrumentos, não existe consenso cada equipe no final leva o equipamento vendido próximo de casa.  Os americanos e canadenses, além do Blois, com o Clear Nav, muito Zander também e LX8000, cujo fabricante tem um chalé no aeroclube que fica a 8km daqui (ponto de virada 099). Muitos pilotos bem treinados, isso é fácil de perceber, por outro lado muito acostumados a voar nos "paliteiros", que ainda me deixam um pouco tenso, mas bem menos que no início.   Irei fotografar alguns painéis se der tempo !

Flarm é consenso, quase todos tem, apesar de não ser obrigatório.  Ajudou muito nos dias com visibilidade reduzida quando voamos proximo a base em direção oposta, como o tempo está mais azul não faz tanta diferença.  Na térmica com 30 planadores até atrapalha um pouco, pois o alarme soa com bastante frequencia.  Mas creio ser um grande aumento na segurança, eu que era contra o uso de Flarm no Brasil, mudei de idéia totalmente.  E se fizermos uma compra em quantidade teremos um bom desconto, já conversando com o pessoal da LX, e como é instrumento aeronáutico é isento da maioria dos impostos.  

Tem o instrumento Butterfly que muitos estão usando (o Blois também tem) que é um display que mostra visualmente os outros planadores e ainda calcula a taxa de subida dos outros... aí o que acontece, um monte de gente coloca o Flarm no modulo "stealth" então por 5 minutos o Flarm não é detectado o que não é um grande problema de segurança, pois o Flarm ajuda mais quando estamos navegando, na térmica vale mesmo é olhar para fora.  
Já é possível usar um display que agrega informações do Flarm , Transponder e o futuro ADS-b, ou seja praticamente um TCAS (radar anti colisão) no pequeno painel de planador.  Para o Brasil essa pode ser uma interessante solução.  Ainda meio cara, o instrumento é fabricado pela Garrecht (Volokslogger) e outros também.  Fica assim:
- Flarm box
- TCA transponder box
- Visor LCD que pode ser Butterfly, LX, PDA, etc que consolida esses dados e temos na prática um Traffic Avoidance System bem melhor que os portáteis tipo ZAON.

Depois tem que pesquisar com calma, mas é o caminho anti colisão mesmo.

Hoje a noite palestra da OSTIV sobre segurança de vôo e novas idéias

Prova do dia #5 para 18M

Na prova #5 fiz o erro básico, impaciencia para largar, estava ficando tarde, 1415, estávamos rodando pequenos fiapos para subir.  E eu um pouco mais baixo, querendo sair logo para a prova de 3 horas, cometi o erro de sair 200-300m mais baixo que a base, isso custou lá na frente, pois muitos planadores me passaram mais alto.  Dia majoritariamente azul, (novamente), alguns setores mais difíceis que outros.   Voei sozinho parte do tempo, e fui parar a 350m na primeira hora do vôo.  Vi umas estufas de flores, proximo a uma pequena cidade, e pensei é aqui mesmo, aí ainda um cemitério, perfeito !! E não deu outra, comecei com 0,5m/s o que foi melhorando para 1,5m/s e uns 15 planadores entrando na térmica por baixo por cima, a zona total de sempre.   Então hoje mais disciplina no assunto.  No final da prova até que consegui voar sempre alto, recuperando um pouco da terrível média de velocidade, o vencedor da Nova Zelandia fez 102.9km/h eu fiz 89.8km/h , não foi um dia bom para mim.

Vale destacar a dupla polonesa que voa em equipe o tempo todo e bem disciplinada, mostram os melhores resultados no campeonato (classe 18m) e pela diferença de pontos tem todo o jeito de levar o caneco.  Aliás nenhum alemão, francês ou inglês dentro dos 10 primeiros colocados.  Uns falam que é a meteorologia que não está ajudando, realmente ela está bem diferente do pré mundial, onde o tempo foi muito bom  em 2009.

domingo, 1 de agosto de 2010

Prova do dia #4 para 18m

Várias histórias já rolando do tipo, o planador americano pousou num local muito molhado, deu cavalo de pau, mas não consegue tirar o planador em 4 do arado, precisa de um 4x4 porque está atolado.  O Blois parece que pousou num Arrozal... O Chefe da delegação alemã reclamando que para chegar no local do pouso fora, apenas 50km dentro da Sérvia, são mais de 200km, pois as pontes sobre o rio Tisza (ou Danubio ? ) são poucas apesar de constarem nos mapas.  Já falou que os pilotos vão chegar amanhã de manhã e talvez terão de declarar dia de descanso para a classe 15m..

Domingo, tivemos a visita do "Dodo" que até húngaro já sabe falar !

O voo foi bem enrolado, térmicas bem fracas, furando até a previsão meteorológica, voando entre 600 e 800m na maior parte do tempo.  No meio do vôo já tinha jogado fora toda água, grandes patotas voando junto.  Tivemos que aceitar térmicas de 1m/s e até menos.  Na pontuação se eu tivesse feito 2 quilometros a mais dos 272km voados em 5 horas... , teria pulado de 22 para 12 colocado !!! Foi um dia de muita paciência, onde bons pilotos foram ficando pelo caminho.

Antes da decolagem tudo era alegria 

Já o respeitável GRID da classe aberta foi um banho para os olhos, máquinas antigas, com idade média de 15-20 anos dominam , mas aos poucos entram os novos EB28-29s além do debutante ASH31Mi que não tem chance com tempo tão fraco, 21, contra 26 ou até mesmo os quase 30m do americano.

ASH31mi voado pelo polones Centka

Este tem quase 30m de asa é um ASW22 altamente modificado

EB28 voado pelo Argentino Joaquim Blanco e o copiloto Aimar Matanó



E o por do sol pela primeira vez em 3 dias foi sem chuva ou nuvens, e infelizmente com a maioria das carretas no resgate, seja na Hungria ou na Servia, aqui o 18m Jonkers JS (fabricado na África do Sul) com muito sucesso no campeonato também, veja a asa que interssante.

PARA QUE METEOROLOGISTA ? PROVA 4

Hoje foi sacanagem, todos sabiam que o tempo não seria grande coisa, fizeram provas em que TODOS pousaram fora, os que pousaram de volta em Szeged vieram com o motor auxiliar para casa.  O tempo está fraco, e umido, porque puxar tanto nas provas ? 

E era óbvio, mandaram a classe 15 (Blois) para Sérvia, na prova "C" a maioria pousou por lá.  Nossa classe (18m) mandaram para o oeste, onde choveu um monte ontem, prova de 360 km, pow foi um jogo de paciencia.. Voei quase 6h, media de 50 a 60km/h, nem olhei o voo ainda.  Paliteiros monstros, de 30-35 planadores, no meio do caminho.  Não conseguia fazer o voo sozinho, não rendia, então o jeito foi se resignar mesmo e ir tocando.  A  cada 20 min, via um planador ligando o motor ou pousando fora.  A 900m comecei a comer o lanche de tão alto que parecia estar.  Ao lado do Danubio, fiquei a 400m, o mais baixo, e ciscando... andei para trás 3km e peguei uma térmica super forte, 1,5m/s !!!!  Alcancei o grupo de 20 planadores rodando do outro lado do rio.

Resumindo foi um dia fraco, prova de distância, mantiveram a prova AST em vez de por a de área ?? @$%#$^%@#$ !!!!

O Danubio foi bonito, passamos ao lado da Usina Nuclear que o Egon entrou na área proibida no primeiro dia de treino :-) e levou a lambança.  Depois em cima de uma ex base militar, aeroporto de concreto, com mais de 15 linguas de concreto para estacionar caça, hangares, etc.   Um monte de gente na pista, aeromodelo, kart, etc.. o ponto de virada de Kalocsa.

Sairam para resgatar o Blois que pousou fora no 4 ou 5 dia seguido (ou seja todos os dias), mas hoje foi a classe toda no arado.  Parece que o terreno é meio fofo, tipo um arrozal.  O Bassi foi junto com o Moure auxiliar o resgate.  Vai ser longa a noite deles pois é bem para dentro da Sérvia, e eles são meio chatos por lá, mas com tanto planador pousado talvez irão causar menos dor de cabeça.

Bom esse foi o desabafo pós vôo, agora vou guardar o planador, pois meu equipe está a caminho da Sérvia.

sábado, 31 de julho de 2010

Infelicidades acontecem

Na dúvida se deveria escrever sobre assuntos ruins, mas como fazem parte do campeonato, e serve de lição para todos nós para aumentar a segurança de voo vamos lá. 

Temos perto de 150 planadores voando este campeonato, número altíssimo, todos giram térmica a mais de 110km/h pois decolam cheio de água (para aumentar o peso mesmo e voar mais rápido).  Como tempo fraco enormes "paliteiros" se formam, e alguns pilotos se acham no direito de girar no miolo das térmicas, jogam outros planadores para fora da térmica.  O comentário é geral de várias "quase batidas em vôo" com desvios de ultimo momento.  A agressividade de alguns é impressionante.

E numa dessas tivemos um terrível acidente, onde um piloto chegou tão baixo na pisa, que a asa do planador entrou no parabrisa de um caminhão !!!  Infelizmente o motorista ficou gravemente ferido. Hoje será feito coleta de $$ para ajudá-lo.  No dia seguinte do acidente os caminhões que passam ao lado da pista passaram buzinando mesmo !!!


Porque chegar tão baixo ?  Já vimos isso acontecendo na Argentina no passado, mas nunca houve colisão, sempre temos que esperar acontecer para tomar alguma providência ?   Modificaram a chegada, em vez de linha é um círculo com raio de 3km com centro na cabeceira oposta, e altura mínima variável conforme o dia, mas ontem foi de 60m acima do solo, sendo que abaixo disso é considerado voo perigoso, com as sanções previstas.   Tem uma outra, aqui não é obrigatório girar a direita antes da largada, apenas "recomendado".

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Prova do dia #2 para 18M

Mais um dia completamente caótico em questão da meteorologia. As fotos de satélite mostravam metade da Hungria encoberta ( o país é pequeno) com uma nova frente fria, semi estacionada, mas que provavelmente o dia seria super instável com formação de trovoadas, CBs. Vento forte de manhã já indicava um dia bem distinto. Eu estava como primeiro para decolar, então cedo no grid. As provas foram mudadas para opção "B", mas mesmo assim algo não batia. Distância mínima das áreas 245km, com 2h30, já dava para ver que ninguém faria a média de velocidade necessária.

A direção do campeonato, antes do início dos voos, vejam o céu como estava azul

O início estava mais fácil, mas logo gigantescos "paliteiros" de planadores se formaram, e não fazem bem para a saúde. Tem pilotos top que cortam mesmo, se sentem "donos" do pedaço, isso comentado por terceiros. Enfim, a vida é muito preciosa, mas o fato é que acaba prejudicando a subida, imaginem 30-40 planadores rodando na mesma térmica a 700m.

Fui flagrado no Grid pelo artista de fotos 360 graus.


Prova emocionante novamente, fiquei baixo várias vezes e perdi a "patota" que ia voando tudo junto, desliguei o rádio e fui em frente, velocidade média baixa, mas andando em frente.  Fiquei baixo na Sérvia, mas deu para subir novamente, e na volta avisei a equipe Brasil, que estava de volta na Hungria, e eles ficaram mais aliviados, só não tinha avisado que tinha ficado a 400m por lá, em cima de Subotica (Szabadka em Hungaro), onde meu pai passou vários verões, de férias, quando adolescente.  

Grande sombreamento, poucas chances de voltar para casa, mesmo assim fui para a área, consegui chegar nas nuvens e talz.  E na volta, como previsto não deu, estava baixo, uma fogueira insuficiente, liguei o motor, e vi vários planadores espalhados nos arados em volta, e no caminho.  Uns 9 planadores da classe 18m chegaram, uns 6 da aberta e 2 da 15m, ou seja a maioria pousou fora mesmo.  O interessante foi alguns planadores que sairam mais de 50km para pegar nuvens longe, e depois montar na linha da frente fria que estava chegando no campo, como foi o caso do Sul Africano com seu planador  JS1 fabricado na África do Sul , que pousou 2 horas depois que os demais, fez a prova em 5h !!  Foi o caso também do planador polonês da classe 15m que a bordo do italiano Stefano Ghiorzo e o inglês Leigh Wells no ASG29 foram os unicos a chegarem na classe as 1840 da tarde !  Acho que exageraram nas provas...

E o dia terminou assim

Aliás após o pouso, desmontamos rapidamente o planador ASG29, com medo da tempestade que se aproximava, felizmente não entrou na pista.  Mas o Blois voltando do pouso fora, falou que havia pego granizo na estrada !!!  Fui um pouco melhor, 17 contra 42 no primeiro dia.  Auto estima um pouco recuperada :-)

Team Germany vs. Team 2J todos no supermercado !

Primeira prova válida 18M e muita tensão

Todos super animados já que depois de 4 dias de provas canceladas, e uma prova na classe 18m que decolamos mas não partimos, ávidos para voar sem duvida alguma.  Decolada toda classe aberta e 15m, de forma simultânea, era nossa vez. Hmmm, decolagens suspensas, e eu dentro do planador para decolar, era a segunda fila.  Poucas térmicas, vi uns 40 planadores na mesma térmica entre 500 e 700 metros visão bonita do chão mas em vôo bem complicado. 

Finalmente nossa decolagem, passa do meu lado um rebocador com motor a turbina, cheiro de querosene, mas eu fui brindado com um Scout, decolagem foi ótima já que o vento ajudou, mas subia muito pouco, estava com 600kg, soltei 40litros de água no reboque mesmo.  Em cima da cidade a primeira térmica, e muitos mas muitos planadores, numa raio de poucos quilometros mais de 100 planadores encurralados em 2-3 térmicas.  Como estava mais baixo, me instalei tranquilamente e fui subindo aos poucos.  Quando alguém muda de térmica e sobe um pouco melhor, uns 30 planadores chegam em questão de segundos.  Tensão forte no ar, o „Flarm” apitando o tempo todo, nem olhava mais para ele, o negócio era olhar para fora.  A maioria dos pilotos entram na térmica de forma respeitosa, mas alguns mais arrojados (idiotas mesmo) entram cortando mesmo, uma hora olho para cima e vejo a menos de 1m um planador passando... Tensão total, boca amarga.
Faixa aberta, tinha que subir um pouco mais, e no segundo pelotão de partida fui no junto grudado na base.  Primeira perna muitos planadores juntos, praticamente impossível de fazer o vôo individual, planadores para todos os lados.  Conversando um pouco com o Damian (Argentina) e Carlos (Chile), fomos trocando idéias por onde andar e tal.  Aproximação de cirrus, reduzimos o anel um pouco, como todos aliás.  No ponto de virada que as coisas começaram a piorar para o meu lado, cheguei um pouco mais baixo tipo 200m, e perdi contato com o enorme „gaggle”.  Sem muito o que fazer fui em frente, tempo bem estranho a esquerda sem térmicas e a direita lindos cumulus... mas... era espaço aéreo proibido, fronteira com a Sérvia que estava fechada infelizmente.  Alguns planadores mais atrasados aqui e ali, fiz grande parte do voo sozinho mesmo.  

Passei por cima de Szeged, a caminho do proximo ponto mais a Leste, cheguei a 400m proximo a pista, consegui subir junto com uns 3-4 planadores da classe aberta, até 800m, e fui em frente, já pensando que seria o pouso fora, mas do lado de um riozinho, engrenei quase 2m e junto com ½ duzia de Nimbus4 e ASW22 subimos até uns 1200m mas já era 4 da tarde.  O Blois avisando a equipe que não iria completar a prova e o Egon meio pessimista.  Consegui contactar as nuvens na outra ponta, mas não era o 3m/s que parecia, subia, mas apenas 1,8m/s, subi a 1700m a altura máxima para o dia.  E rumo ao penultimo ponto de virada, horizonte totalmente azul, 5:30 da tarde, sabia que as chances eram pequenas, mas estava lutando.  Varios planadores da classe aberta, e alguns 18m também.  Foi um planeio final interrompido por uma  termiquinha que me levou 300m para cima.  Já no melhor planeio, passei em cima de uma pequena cidade, e 2 planadores uns 200m mais baixo que eu.  Aí o dilema 2 bandos de pássaros brancos  e a direita 2 planadores girando, como as aves podiam estar atrás de mosquitos, fui para o lados dos planadores.  Junto com o XX Nimbus4 e o HE (se não me engano), fiquei 20 minutos girando entre 250 e 300m uma térmica ridícula, mas tinha esperança que acontecesse algo de novo.  Observei vários planadores pousando fora, perto de mim.  Mas fiquei firme no 0,2m/s, nem eu nem o Nimbus conseguimos subir.  as 17:40 pensei comigo, ninguém vai queimar um pasto aqui, então vou para casa.  Liguei o motor a 300m, perdi 100m, e fui para casa.   

Resultado ruim na prova, faltou 400m para chegar, mas faz parte.  Muito cansado pela tensão do voo, fui dormir cedo, e hoje pronto para outra.

Teve um acidente muito grave, mas agora vou preparar minha prova para voar.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Voaremos !

Daqui a pouco primeira decolagem , o tempo parece bem melhor, mas a previsão é térmicas de 1.3 a 1.5 e depois 1.8 a 2.3m/s .  Prova AST para todos, como opção área.  Coloquei restritor de lastro na cauda.

Um certo piloto que tem uma pequena frota planadores, veio da Itália e estacionou seu jatinho e está participando do campeonato, queria uma carona para o Brasil com esse avião !

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Primeira Prova Válida

Egon ficou em 9 lugar numa prova extremamente complicada, foi um ótimo resultado.  Analisando os voos dos unicos 2 que completaram a prova, dá para ver que faltaram apenas 2 térmicas para ele ter pousado em Szeged novamente.  Vamos laaaaaaaa, todos ansiosos por voar.

Resgate na Sérvia Lição Aprendida

Todos em casa as 3h da manhã, escutei o Bassi entrando no quarto... E de manhã veio o extenso depoimento este que foi o resgate mais complicado da carreira volovelista dele, e olha que são mais de 30a nas costas apenas de vôo a vela !!!  

Desde a nuvem de mosquitos que atacou o Egon no por do sol, até os caracteres cirilicos da língua sérvia, impossível de entender algo.  Vale salientar que um certo despreparo nosso acabou atrasando um pouco mais o resgate.   Por outro lado as equipes do Nimbus4DM da Russia e do Nimbus 4 da Lituânia também tiveram dificuldades em cruzar a fronteira.  As 3 equipes foram liberadas juntas, na ida e na volta depois de 2 horas na fronteira, em cada sentido... Os Sérvios falam Russo, o que ajudou as outras duas equipes, um pouco mais que a nossa.

Acho que ficou o aprendizado para os pequenos detalhes que agilizam o resgate, muito importante, a sorte foi que no dia seguinte não houve voo, senão ...

Abaixo o ótimo texto do Moure, equipe do Blois que foi ajudar no resgate.


Ontem as provas das classes 15 e 18 metros foram canceladas e somente a classe aberta continuou voando. O tempo era marginal, sendo otimista, e o Egon acabou pousando fora, uns 60 km dentro do território sérvio. Montamos uma equipe de resgate, o Claudio Abreu, o Bassi e eu. O ASW-22 é um planador grande e relativamente pesado, e vimos pela foto do satélite que o pouso foi em um arado perto de uma estrada. Moleza. Ou nem tanto… Eu aposto que o pessoal da Sérvia retoca as fotos do satélite…
A confusão começou quando ao chegarmos na fronteira sérvia descobrimos que o Claudio estava sem os documentos do carro, da carreta, do planador e que o Egon não tinha visto para a Sérvia… Capitão, isso vai dar m*rda… :p A decisão correta teria sido retornar e pegar os documentos. Szeged fica a apenas uns 10 km da fronteira. Mas somos brasileiros e não desistimos nunca…
Uma das coisas que mais odeio em fronteiras é que a primeira ação dos oficiais é pegar o seu passaporte e sumir com ele. Dai estacionamos junto  ao carro do time da Lituânia, cujo piloto também havia pousado na Sérvia. Poucos minutos depois chegou a equipe de resgate da Rússia. Verificamos que o piloto lituano havia pousado a uns 500 metros  do Egon e combinamos de ir junto.
Conversa vai, conversa vem, organização do campeonato acionou a polícia de fronteira húngara, que conversa com a polícia de fronteira sérvia… deixaram a gente entrar para ao menos resgatar o piloto. Mas com o compromisso de voltar pelo mesmo posto de fronteira e ter com o oficial do dia.  O Bassi aproveitou para pagar 300 Forints (uns 2,5 reais) pelo privilégio de usar o banheiro do posto de fronteira.
Já quase escurecendo tomamos o rumo do ponto onde o Egon havia pousado. Um outro problema aparece: tá tudo em obras. Olhando pelo mapa desceríamos pela rodovia 75, sul, e pegaríamos uma vicinal à esquerda, andaríamos 4 km e chegaríamos no Egon vindos do oeste. Mas as as vicinais somente cruzam as rodovias, sem acesso algum. Os caras tiveram a capacidade de fazer as pontes mas não colocaram as alças… Então a solução foi prosseguir até Feketic, pegar um retorno até Backa Topola e então acessar a rodovia 108, que cruza a 75, levando-nos até Milesevo e então Drljan (sim, só uma vogal…), onde estaríamos aos mesmos 4 km do Egon, mas do lado leste. Parece fácil? Vai fazer isso no escuro, com toda a cidade dormindo e as únicas pessoas na rua não falam outra língua que não a natal.
Passamos Milesevo e prosseguimos para Drljan, onde encontramos o piloto lituano na beira do asfalto. Ele então nos conduziu por um labirinto de estradas de terra (lama, pois havia chovido muito) onde finalmente encontramos o Egon. Combinamos de cada equipe recuperar o planador e voltarmos juntos para a fronteira. A volta seria mais fácil, pois era só seguir o caminho inverso da rota gravada no GPS. Conta rápida: saímos de Szeged umas 5 da tarde. Chegamos no Egon era pouco antes das 10 da noite.
Desmontamos o 22 e colocamos na carreta. Já fazia um pouquinho de frio. Levamos 1:15 h para o serviço. Nos reunimos com os lituanos, combinamos a rota de regresso e tocamos em direção à fronteira. Como nem tudo é desgraça, nenhum carro encalhou nas estradinhas de terra.
Chegando na fronteira, a coisa azedou. A polícia de fronteira exigiu todos os documentos e disse que sem eles não seria possível sair do país (óbvio que a essa altura alguém já tinha recolhido nossos passaportes…). Perguntamos se seria possível deixar a carreta, ir para a Hungria, pegar a papelada e voltar para pegar a carreta. O oficial resmungou alguma coisa em sérvio que me pareceu ser um “você tá de sacanagem?”.
Repassei então, mentalmente, a situação: na europa central, de madrugada, com os passportes retidos, sem moeda local, com um carro e um planador sem documentos, um piloto sem visto… É, vamos ter que pedir ajuda.
Ligamos para o Blois, aliás, acordamos o Blois, que saiu do hotel, foi até o bunker no aeroclube, pegou os documentos, atravessou a fronteira e entregou a papelada para as autoridades sérvias. Mais uma hora e meia sentados dentro do carro, conversa vai, conversa vem, fomos escoltados até o ponto de controle húngaro. Mais uma meia hora de conversa vai, conversa vem, de repente o pessoal da sérvia sai de um prédio com cara de poucos amigos, entra no carro deles e vai embora. Mais meia hora de conversa vai, conversa vem, fomos liberados pelo controle húngaro para entrar no país. Chegamos em Szeged eram mais de 3 da madrugada. Salvo engano foi a primeira vez que um piloto resgatou a equipe. :)
Os lituanos e russos foram liberados juntos (outras equipes trouxeram a papelada deles) e até agora não sei se o fato de estarmos os 3 times juntos ajudou ou atrapalhou a coisa toda, na fronteira. O certo é que sem a ajuda do time da lituânia jamais teríamos conseguido encontrar o Egon, durante a noite. E no dia seguinte já seria celular sem bateria, crédito acabando, organização do campeonato acionando o SAR, polícia sérvia procurando todo mundo…
A verdade é que, em geral, resgate não é um passeio no parque. E resgatar para além de qualquer fronteira é muito mais complicado e exige um planejamento adequado. Sem falar na imperiosa necessidade, óbvia, de ter os documentos em dia.
Sem fotos do resgate pois estava realmente ocupado.
Alessandro MOURE

terça-feira, 27 de julho de 2010

Motor Sustainer Frontal

Parte do grid de hoje, todos os planadores alinhados, muito bonito de ver mesmo !



Que mundo de planadores !!!

O interessante também é ver as novidades que aparecem, já vistas na internet, mas ao vivo sempre diferente.  Abaixo as fotos e o filminho do Lak17b com um motor tipo sustainer muito interessante.  Pois além de ser elétrico, não tem quase arrastro, dá para ligar a 50 metros de altura, e tem potencia de subida bem melhor que os sustainers com motor a explosão como do ASG29e.  O inventor, que está voando outro Lak aqui na Hungria, disse que pode ser instalado em planadores mais antigos, desde que tenham o nariz arredondado.  Leva uns 25-30kg de baterias na fuselagem, o que dá 100km de autonomia.

As pás se dobram com o vento, não dá para decolar mesmo porque a distancia do solo é muito pequena

Pouquíssimo barulho, partida na hora, tem que manter a voltagem entre 100 e 70 volts, para nao destruir as baterias, que tem que ser carregadas a noite, ahhhhh, podem ser usadas para o painel também.





Motor sustainer bem diferente, aqui instalado no Lak.

Segunda tentativa de prova

Dia complicado, o meteorologista por 2x afirmou que nao iríamos voar... Mas a organização menos húngara (mais otimista portanto), foi bola para frente.  Grid, e decolaram 100 planadores, todos um pouco céticos é verdade.  Base de 800m debaixo de negras nuvens de pré chuva.  Mas sustentava bem, com alguns buracos mais claros aqui e ali.  Contagem regressiva para largada e eu pensando, estou a 800m na base !!! No horizonte já via algumas chuvas, pensando na estratégia de sobrevivencia, ou seja desviar uns 80 graus da rota para tentar beliscar a primeira área.

Classe aberta largou, faltavam poucos minutos para a nossa (18metros), os da racing 15m não decolaram, hummm que estranho.  Faltando menos de 10 minutos, cancelaram nossa prova.  Fui dar uma volta, mas aí vi um planador, frances, abrindo e fechando o freio... acho que queria dizer que era para eu pousar... Perguntei no rádio para equipe Brasil, mas ninguém sabia direito, voltei e treinei o pouso direto. 

Sem noticias do Egon , que voa na classe livre, alguns classe livre chegando sem completar a prova.  E alguns minutos depois a noticia do pouso fora dele.  Todos se preparando para ajudar ele.  O Claudio Abreu, equipe dele, esquecera o passaporte no hotel.  O SPOT indicou o pouso uns 70km ao sul da fronteira Hungara com a Sérvia.  Grandes preparativos, avisei que era necessário informar o nome de todos, passaporte, placa de carro / carreta para organização.   Neste momento um pouco sem notícias, sao 2030 e não sabemos o que está acontecendo.  Apenas que levaram mais de 1 hora para cruzar a fronteira, pois não informaram os dados acima a organização.  Vamos torcer para voltarem logo, estamos no standby, eu e Blois, os unicos da equipe que ficaram em território hungaro.

Enquando isso um bom youtube da manhã de hoje feita pelo Piombo da equipe argentina.  Gracias por el video !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!