sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Dia fraco em Valle del Bravo, mas Goal finalmente

Prova 3

Rumo a rampa a bordo da possante PickUp Nissan, que custa 1/3 das Brasileiras,  Martin foi novamente o motorista da vez deixando Thomas e Manuel na rampa.  A previsão mostrava um dia bem mais fraco, e o cirrus mais espesso confirmava “in-loco” .  Como de costume os 50+ pilotos iniciantes também atrasaram sua decolagem e pouco subiam na térmica residente a frente da rampa.  Aliás muito interessante, pois com os dias sem nuvens, a grande quantidade de parapente mostra o comportamento das térmicas, pois muitos ficam boiando mais de 1hora na mesma região, os urubus do coloridos.


Marcaram um prova bem curta para tentar validar o dia.  Apenas 37km e realmente após a decolagem ficamos todos a 300m acima da rampa... rodando junto com os iniciantes, ou seja olho muito aberto para evitar trombadas no ar.  Eu estava mais tranquilo pois sabia que o dia seria fraco e a turbulência mais tranquila.  Após a largada fomos todos ao “Penon” e subimos um pouco num vai volta danado do lado da pedrona me sentindo uma mosca voadora.

Idéia das pedras que temos de voar encostados

Depois já na cordilheira principal consegui ficar mais alto que quase todos pilotos a minha frente para a travessia do vale a frente.  Do outro lado fizemos um lift até o waypoint vários quilômetros sem rodar.  Fiquei meio bravo com o percurso pois não havia alternativa alguma de pouso, tudo árvores, sem planeio para chegar em algum terreno mais aberto.  Mas como tinha 2 pilotos locais a minha frente, pensei se eles vão também posso ir...  A minha esquerda, apoiado nos locais com pouso estava o piloto Francês que escolheu uma rota mais segura.   Na volta resolvi ir para região mais plana, que era direto para o waypoint, fui junto com o Enzo 3 Francês e um Boomerang 11 , claro que a rota foi um pouco mais lenta do que nas montanhas, mas beemmmmm mais segura.  O Boom 11 foi agressivo demais e acabou pousando no caminho.  Eu e o francês fomos nos ajudando, pois o dia estava fraco e cautela totalmente necessária.   Na ponta da cordilheira que nos leva a decolagem, chegamos baixo, e ele “lambeu” melhor a parede de pedra e subiu bem rápido, eu fui bem mais lento e por esta bobeada fiz 100 pontos a menos na prova chegando 10 min atrás dele, vivendo e aprendendo a caprichar mais nessas paredes verticais de pedra !!!

El Penon atrás, subida diária pra chegar na cordilheira.. mas que no tempo forte ainda tenho receio do ar muito mexido e da história do local


Finalmente cheguei no goal  :-)

Rampa em laranja e o Penon...


quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

El Peñon continua me aterrorizando

Prova 2

Mesma inversão flutuando nos ares de Valle de Bravo, segundo alguns pilotos locais é uma das piores meteorologias que tiveram nesta época do ano, e mesmo assim está totalmente voável ! O lugar é muito bom para vôo mesmo.   A prova desta vez um pouco mais curta foi montada para ser voada na borda das montanhas.  O problema para mim é enfrentar “El Peñon” uma rocha gigante na frente da decolagem, parecida com a “Santa de Governador Valares” que gera atividade muito forte com incidentes no passado.  Eu ainda não consegui subir nela, e era praticamente a única maneira de conseguir voar em cima das montanhas.  Largada novamente abaixo do relevo, e aí fiz meu voo pelo plano com velocidade bem reduzida em relação aos pilotos que voaram em cima das montanhas.

Ralei bastante, vento embaixo aumentou, pousei no meio do caminho, com a van azul já me esperando embaixo com outros pilotos.  Pelo menos estou me acostumando com a turbulência aos poucos.  Quem sabe na próxima prova !!!


Já o almoço no goal , terreno do pai de piloto local, foi muito bom !!! Em especial o cactos que parece ervilha torta heheh.  E o desenho da casa que tem um design absurdamente original.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Copa Intrépidos

Prova 1

Prova de 59km marcada pois já sabia-se que o dia não seria muito forte.  Lá fui para a decolagem.  Com todo o treino que fiz no dia anterior, corri e tive que parar o final da rampa porque não consegui entrar em voo... Na segunda tentativa saí meio raspando mas sai do chão uuuufaaaa.  Subida lenta para a base, o ar estava chacoalhada devido a inversão relativamente baixa (só conseguimos subir até onde a temperatura do ar diminui com altura a inversão é justamente o aumento da temperatura do ar quanto maior a altura.   Quando fomos nos posicionar na borda de uma da montanhas mais altas chacoalhou muito, aí resolvei sair fora.  Já estava com o psicológico trabalhando contra, pela fama de Valle... A turbulência chata, me fez abanadonar a térmica e ir para a planície.  Resultado, quando abriu a largada eu estava baixo e longe.   Mas sei que foi escolha minha, estava muito desconfortável em voar no “chacoalho” do ar na vertical do “G” Spot (nome do trecho da montanha onde era nossa largada).    Aí tomei a atitude radical, fui para a região plana, fazer meu vôo mais tranquilo.  Sim segui os pontos da prova, mas tudo por fora, em vez de voar nas montanhas. Estava pensando em pousar, mas por outro lado foi funcionando o voo na área plana. Fui me arrastando com térmicas mais fracas e voo relativamente baixo para o waypoint, enquanto via os outros pilotos voando colados a montanha que era a rota com térmicas muito melhores.   Mas aos poucos fui progredindo, e na volta comecei encontrar alguns competidores.

No final do vôo tentei subir no fundo do vale com vários arados como local de pouso, mas não consegui vencer o tempo fraco, e pousei num plantação de batatas.  Ao lado um terreno que parecia uma pista de ultraleve parecia terra movediça, meu pé afundava na terra até a canela.  Um garoto veio ver o que acontecia e me ajudou a dobrar a vela “nas batatas”.  Logo depois apareceu o Manuel dirigindo o caminhão de resgate, e fomos até a entrada da fazenda, afinal viajar na caçamba estava meio desconfortável kkk.


Foi um dia fraco, ninguém chegou no goal , o teto de 2700m estava baixo demais  para o cruzamento com segurança das montanhas e a forte inversão atrapalhando bastante.

Valle del Bravo

Valle del Bravo

A rodovia de Ciudad Guzman, ao sul de Guadalajara, para Valle del Bravo foi uma excelente surpresa, viajamos em pista dupla 95% do trecho e como aqui ainda não tem os radares de velocidade percorremos os 650km em cerca de 5h.  A possante Amarok da Paty parava só nos mais de 15 pedágios e para comprar morangos no Estado de Michoacán.

Ficamos num ótimo hotel chamado Santa Rosa, que fica um pouco longe do centro de Valle del Bravo, mas com uma vista de encher os olhos.   A maioria dos pilotos acaba se hospedando nas imediações do centro de Santa Maria, que possui muitas opções a um custo baixo. 

Uma das “mecas” mundiais do voo livre, mais de 100 pilotos voando quando chegamos na decolagem.  Várias escolas dos EUA e da Noruega com seus alunos ainda aprendendo a girar térmica direito.  Fizemos um voo de reconhecimento com o Manuel nos explicando onde subir e principalmente os locais de maior turbulência, que fazem a fama de Valle.  Também comentou para não voarmos encostados nas rochas, pois a região é turbulenta com o relevo bem difícil e ventos canalizando em 2 direções.  Fizemos um passeio até o Goal, conhecendo um pouco o relevo local, percebi que estava um pouco mexico próximo a decolagem, em especial com a inversão térmica a 3000m, atrapalhando um pouco o nosso voo, já que a região fica a 1800m do nível do mar , em média.

O pouso fica as margens da represa com um visual alucinante.  Como fica numa região bastante valorizada, ele é relativamente pequeno.  Confesso que na minha aproximação para pouso sem não ter dica alguma ou conhecimento local, fiquei um pouco apreensivo.  Mas no final o pouso foi muito fácil com a brisa constante soprando do lago.  Fizemos uma sessão de fotos aéreas que ficaram muito bacanas.   Aproveitei para empinar a vela por mais de 1 hora, pela primeira vez com a vela Zeno (deve ter umas 80h).  Ahhh e vale salientar que a região é muito bonita para o voo, com florestas, serras, e as mansões da região que concentra a elite da Cidade do México que vem passar os finais de semana nesse local de clima ameno apenas 1,5h da capital em rodovia duplicada.


A noite meio sem querer acabei me envolvendo com a procissão da N Sra de Guadalupe, procissão de populares que parou todo o centro da cidade e para mim foi muito interessante.  Após jantar com o Ucraniano Vitaly e o Alemão-Suiço fui para o hotel dormir.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Zapoltitic Prova 2

Prova 2

Todos os dias realizam um briefing as 09:00 no auditório do hotel, comentando o dia anterior, informações gerais muito bem conduzidas pelo inglês Jocky Sanderson.  Tudo é falado apenas em inglês, formato bom já que todos ficam bem acomodados sem torrar no sol.  

O caminho para rampa de Zapoltitic dura ao redor de 45 minutos, de Ciudad Guzman por estradas de asfalto esburacadas, e a subida da rampa que tem um desnível de quase 1000m leva mais um bom tempo.  A estrada de terra foi alargada para o campeonato e ainda tem muita poeira por causa do grande movimento de terra.   A bordo do possante Volkswagen Touareg do amigo Manuel a subida foi muito mais confortável do que nas vans do evento.

Definiram uma prova menor pois havia dúvidas sobre a meteorologia.  Como temos muitos pilotos iniciantes, resolveram dar maior oportunidade de mais pilotos no goal.  Mas já na decolagem vimos que o dia estava bem mais fraco, o piloto de duplo de Vale del Bravo não conseguiu manter-se em vôo.  Mas mesmo assim as decolagens prosseguiram e ficamos boiando na frente da rampa sem passar de 2300m (altura da rampa).  Alguns pousaram antes da largada, pois estava um pouco difícil de subir, tinha que ter um pouco de paciência.  Após a largada fomos ralando pelas montanhas até o primeiro ponto, e depois de volta para a serra da rampa.  Voamos baixo, encostamos na montanha abaixo da rampa para aos poucos subir novamente.  Foi um pouco difícil essa parte inicial do vôo, mas depois a base começou a subir e conseguimos voar um pouco mais alto, mas não passei de 2800m.   Desta vez tentando errar menos que no dia anterior.  Fui por cima das montanhas, os grandes grupos de parapentes que andavam lento não saíam da térmica mesmo enfraquecida.  Fui voando um pouco mais veloz e conseguir alcançar os pilotos que estava na frente da prova.  Porém um piloto conseguiu furar a segunda (ou terceira) camada de inversão e estava voando uns 1000m acima de todos no que parecia ser uma outra massa de ar.  Mas como ele foi um pouco conservador acabou vencendo a prova por poucos pontos.

No excelente gramado para dobrar a vela, após o pouso no arado

Fiz a lição de casa direitinho, seguindo o plano de voar nas montanhas, porém quando consegui mais altura 2 velas Zenos (iguais a minha) resolveram ir para a borda da cordilheira, enquanto o Quintanilla e o Gunnuscio que estava mais baixos a frente forçaram mais a direita para dentro do terreno elevado.  Em vez de seguir meu plano me deixei levar pelo conforto de ter as 2 velas ao meu lado.  Não foi uma decisão acertada, tive que girar  algumas térmicas fracas para depois chegar 450m acima do goal !!! 


O pouso era num arado gigante com fiação elétrica bem visível, o diretor de provas Jocky estava de pé no aradão com rádio na mão avisando da fiação a cada 2/3 minutos na frequência de  segurança.  Do outro lado da rua o campo de futebol do povoado local, e um excelente gramado para dobrarmos as velas.   O vencedor completou a prova de 50km em 1h37 eu cheguei 11 minutos depois.   

Hotel do campeonato de parapente, todos os dias com alguma vela aberta no estacionamento...