quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Do Baú - A Garçonete do Pouso fora

Iniciando o resgate de alguns relatos do passado, dou seja do Baúy mesmo !...  Este do José Ilton.
Fotos do arquivo de Ishida-san !!! 
Nota: CVV é o Clube de Vôo a Vela de São José dos Campos

IRRECUPERAÇÃO
Há males que vêm para bem. Verdade. No entanto, neste mundo de caminhos
tortuosos onde os contrários por vezes se fundem (serão as tais linhas
tortas pelas quais Deus escreve certo?), pode acontecer que haja bens que
venham para mal. Você duvida? Pois então ouça o acontecido:
Voltemos a 1967, ano em que aconteceu um (mais um) inesquecível Campeonato
de Vôo a Vela, em Ribeirão Preto. 


Sede antiga do Ac de Bauru em ... ????

Naquele tempo, o CVV comparecia em peso
com quase todos seus planadores, rebocadores, carretas, pessoal (o Bruno, o
Lafaiete, o Arthur e tantos outros que deixaram boas recordações). Havia a
elite dos pilotos, olimpicamente instalados nos melhores planadores, e a
ralé - muito mais divertida - da qual eu fazia parte. Eram o Renato, o
Clark, o Mendes, o Groman, e muitos mais.

Renato era um jovem piloto do CVV ainda pouco experiente, mas dotado de uma
formidável habilidade para voar. Algum tempo depois ele faria um memorável
vôo de São José a Bauru pilotando o PBM, um dos nossos gloriosos Olympias,
atravessando a Serra da Mantiqueira em térmicas secas, num dia em que
prudentemente refuguei a bordo do PBU, que era o nosso BN-1.

Olympia PT-PBM

Ele vivia sempre num altíssimo astral e esbanjava simpatia: era um
companheiro muito prezado por todos, incluídas aqui as mocinhas casadoiras
da São José de então, que tinham nele um atencioso confidente...
Pois bem, numa das provas daquele Campeonato - não me lembro mais de qual,
sei que passava perto ou por cima de Mococa - quase todos os vôos foram
interrompidos por CB's que inundaram as rotas e apagaram as térmicas. Renato
teve de pousar o PAS num campo arado de uma fazenda perto daquela cidade.
Contato com Ribeirão, recuperação por carreta. Não, não seria possível
recuperá-lo no mesmo dia, havia muitos planadores pousados fora e poucas
carretas. Que dormisse mesmo por lá, a recuperação iria no dia seguinte.
Desolado, Renato procurou os da fazenda e pediu pousada.
- Não temos alojamentos disponíveis, foi a resposta do administrador, a
menos que você não se importe de dormir no quarto da garçonete, que trabalha
até tarde e não se incomodaria com sua presença.
Renato não titubeou e aceitou. Até hoje não sabemos por que raios havia uma
garçonete naquela fazenda, mas o fato é que havia, e a noite prometia ser
gloriosa. Tomou um banho, jantou na sede e, a tempo, acomodou-se na quarto
da garçonete onde, felizmente, havia uma única cama...
Passaram-se algumas horas e a garçonete não aparecia. Renato começou a ficar
ansioso além do curioso que estava já havia muito... De repente, um coral
afinadíssimo gritou lá de fora, em uníssono:
- Renato! Renatooo!
Abriu a janela e, decepção mortal!, topou com o Arthur, o indefectível jipe
do CVV, a carreta universal e uma garbosa equipe de recuperação!
- Vão embora! Não quero ser recuperado! Voltem amanhã! Seus...
Não adiantou. Havia sido feita uma mudança nos planos de recuperação, a dele
tinha sido antecipada. Vários outros planadores estavam ainda nos pastos,
não havia tempo a perder. E Renato teve de embrenhar-se pelos canaviais,
afundar os pés na terra fofa e úmida do campo arado, desmontar o PAS,
colocá-lo na carreta e retornar a Ribeirão de madrugada, enlameado,
frustrado, irritado, revoltado!
Ficou a decepção, a curiosidade não satisfeita, a dúvida e, tenho certeza,
mais uma deliciosa lembrança na alma do meu amigo Renato!


Ilton 10/08/96

domingo, 19 de outubro de 2008

Mais Vídeos

Acho que virou febre, preciso urgentemente arrumar um sistema de vídeo para gravar os vôos, com as microcameras de hoje dá pra fazer muita coisa que no passado requeria uma tralha enorme de equipamentos, inviável na pequena cabine do DG800b.  Se todas as viagens que fiz pelo NE e Andes estivessem documentadas em vídeo , WOW !!!!

Aqui vai o vídeo de vôo de onda próximo a .... Enfim, as imagens falam muito mais, apreciem o visual !!!!





VIDEO SENSACIONAL DA VIAGEM NE2008

Complemento da viagem do NE é a sensacional filmagem feita pelo Silvestre, ele reuniu mais de 80 horas de filmagem, tanto aérea como terrestre.    Como foram difícil algumas filmagens, as microcameras a bordo caiam pela trepedição do motor 2 tempos, em outros casos os takes aéreos com o Caravan não deram certo, o avião é pesado demais.  Mas tivemos ultraleve em Barreiras que ajudou, em outro caso ele subiu bem ... vejam o filme.  Mais pra frente haverá o longa metragem ... Que será um show com certeza.

Sugiro clicar em FULL SCREEN a qualidade é boas !!!


Encerramento Bebedouro 2008

Interessante que na semana do 12 e 15 de outubro, o tempo em Bebedouro foi sensacional, com base de nuvens de 2000m para cima, céu lindo e ensolarado, de Domingo a sexta feira, no sábado dia18 o tempo fechou.  Tempo bem melhor do que durante o campeonato, mas vôo a vela é assim mesmo, um pouco de sorte com o tempo é vital.  Por outro lado, se você for um agricultor com falta de chuva na sua plantação, é só patrocinar um campeonato de planador que a chuva virá garantida !!!!

Duas gerações dos Ribeiro de Brasília !!! Guiu e Júlio, ano que vem... Jantar e ASH25 :):)

Alguns planadores são de última geração, como o Ventus 2CM, com seus 18m e motor para decolar tem um painel digno de árvore de natal, só falta piscar !  


Aqui uma figura voadora, o "NO" que parece mais um Scheik voador mas que por outro lado estava muito protestante.  Esta foto capta a conecentração total no pouso do SZD55, planador de 15 classe std com um visual fantástico.


Essa foto feita com luzes de um carro ? Ou será o simples flash da incrível câmera do Neumann ? Ela capta as "máquinas maravilhosas" dormindo para o próximo dia de vôo silencioso.


A festa de encerramento do campeonato foi feita em grande estilo, num buffet local.  Parecia mais um comício político, com inumeros discursos, troféus de todos os tipos, e vídeo de vôo a vela passando o tempo todo.  Foi um encerramento muito bom, uns detalhes para o ano que vem valem a pena de serem "notados".  Tipo, fazer o encerramento no aeroclube mesmo, com um super churrasco, ou comida mais "azeitada", menos discursos oficiais, daria um clima mais informal e divertido.

A geração dos novos novatos !!! Avanti Vôo a Vela !


Versão novatos no vôo a vela, Matheus Vice da Olímpica e Pirolla que conduziu a pontuação

E como não poderia faltar, o pódium dos vencedors do 50 Campeonato Nacional de Vôo a Vela - Planadores de 2008.

Vendecedores da Classe Aberta, Claudio Schmidt (2), Henrique Navarro (1), João Widmer (3)



Vencedores da Olímpica: Matheus Fontana (2), Sergio Bassi (1), Braucílio (3)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Fotosssssssssssss

Voar nos expõe a belíssimas imagens, um dos pilotos que mais se destaca na captura de imagens fotográficos é o Gaúcho Jorge Neumann, médico e piloto nas horas vagas, cedeu as imagens abaixo, e várias outras do Blog.   Para melhor visualização sugiro clicar em cima da foto !!!


O T-6 Texan fez parte da FAB, e agora com o patrocínio da Shell e OI  faz parte do Circo Aéredo que faz  lindos espetáculos pelo Brasil afora há mais de 15 anos !

A esquadrilha OI nos brindou com um lindo espetáculo aéreo, no Domingo,  as mais de 2000 pessoas presentes na visita dominical ao Aeródromo puderam se deleitar com as piruetas destas incríveis aeronaves  de então.  Dias depois escutamos comentários dos habitantes de Bebedouro que mesmo de suas casas puderam observar as evoluções aéreas.


O ronco dos enormes motores radiais seduziram até mesmo os silenciosos pilotos de planadores, normalmente avessos aos barulhentos aviões a motor.


Planadores também tem lindas imagens, como são muito esguios, capturar a imagem é sempre muito mais difícil, afinal são quase invísiveis, para diminuir ao máximo o arrastro aerodinâmico.

Planador vindo para pouso, soltando lastro de água (que faz ele voar mais rápido).

Esta é uma das minhas fotos prediletas, o planador parece uma ave de Rapina, com suas asas levemente arqueadas para baixo, indicando que está voando com boa velocidade ainda., ASW22Ble com o Piloto Egon Rehn

Não é fumaça não, e sim lastro de água numa foto arte do Neumann

A operação de chegada foi bem delicada, pois contamos com apenas uma pista oficial, asfaltada, e com laterais de grama que possibilitam o pouso dos planadores de menor porte.  Com o tempo mais seco, ou seja sem nuvens, os planadores partiam para a prova em "bando" , por consequência grande número de planadores retornava a Bebedouro no mesmo horário.  Dimas, fez uma excelente coordenação das chegadas, impondo respeito no rádio.  Com curtas e precisas ordens ditava "BA pouso longo, atenção planador B1 pousando na pista de grama próximo" .  Em alguns momentos a chegada simultânea de 6 planadores conseguimos todos pousar com segurança justamente pela disciplina de acreditar na fonia FBVV.  Obrigado Dimas pela inestimável ajuda.

Três planadores na curta final, vale a pena ampliar a foto

Elfe próximo ao toque 
Libelle com Henrique Navarro, campeão da Aberta

DG800b , com o autor do Blog pronto para o pouso

Uma particularidade dos planadores, em oposições as outras aeronaves, é que não é possível arremeter (ou seja dar mais uma volta), quando os planadores vem para pouso precisam pousar, não podem esperar, gerando algumas vezes a situação de vários pousos simultâneos.

Pouso na pista de asfalto e grama simultâneo

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Meu Primeiro Campeonato de Planadores

Terceira geração do clã volovelista Schubert, Flávia nos brinda com este lindo relato do primeiro campeonato dela, voado em Bebedouro 2008.

Estou aqui fazendo um esforço para escrever algo pós-campeonato aos amigos que lá encontrei e aos que não foram lá, mas de alguma forma acompanham minha vida. (escrever não é uma das coisas que faço com facilidade na vida)
O meu primeiro campeonato de vôo a vela terminou com um saldo muito positivo, não por ter ganho alguma prova mas por ter aprendido muita coisa que não se aprende voando em casa. 
A primeira experiência nova que tive foi rodar térmica com mais de dois planadores, fora o meu. Realmente não me senti confortável no primeiro dia, tanto que nem entrei nos paliteiros (térmica com diversos planadores rodando - explicação aos amigos terrestres). Procurava sempre uma termiquinha marginal, que não subisse tanto mas que eu pudesse rodar tranquilamente...às vezes ela ficava melhor e os planadores acabavam migrando para ela....logo eu ia procurar outra e deixava o filé para os demais. No meu segundo dia de prova me determinei a enfrentar a situação, afinal é impossível voar um campeonato rodando zerinhos sozinha ou não dividindo os "canhões". Consegui. É verdade que até o último vôo em Bebedouro a minha confiança oscilava, tinha dia que eu rodava com os demais numa boa, tinha dia que eu preferia me mandar. Tudo influenciado pela característica da térmica e pelos outros pilotos...e porque não considerar também o meu espírito...tem dia que você está bem...tem dia que nem tanto...e tem aqueles que definitivamente você não deveria sair do chão. Mas posso considerar que o medo do paliteiro eu venci, o respeito eu espero manter para sempre.
Depois de conseguir subir eu precisava tomar coragem e me afastar da pista, no primeiro dia saí 10 km e voltei, achando que só existia térmica em volta da pista em Bebedouro. No dia seguinte resolvi seguir a "mamãe ganso" ou "papai uno", que na verdade era meu pai voando o P1...lá fui eu.

A segunda barreira que rompi durante o campeonato foi o pouso fora. Voando há 3 anos, praticamente sempre no cone (novamente aos amigos terrestres: estar sempre com uma altura e distância que me permitam voltar para à pista de onde decolei) de Ipuã nunca tinha passado por esta experiência, que foi das mais tranquilas tenho que admitir. Após voar atrás da "mamãe ganso" ou "papai uno" quase que a prova toda me aventurei a tomar minhas decisões... não fui muito longe. Fiquei baixo ao lado da pista de Bebedouro, estava decidindo pousar quando a 400 m achei um canhão e consegui subir novamente a 1300 m...agora vai, pensei eu...e fui, na direção de Olímpia, o último ponto desta prova. Mas no meio do caminho não achei mais térmicas (provavelmente algumas delas ainda estavam lá, mas faltou braço e capacidade para localiza-las à manicaca aqui). Como eu estava andando sem achar nada já ia olhando para o chão o elegendo possíveis arados. Quando o GPS acusou um planeio de 21:1 para voltar à pista dei meia volta...e acertei em cheio o caminho das descendentes....a pista ficava cada vez mais alta e aquele arado previamente escolhido começou a se tornar uma necessidade. Para alívio dos que me observavam na pista fiz uma curva e por ali fiquei...a 4,5 km da cabeceira 13 de Bebedouro. Lá recebi a visita dos Rurais, tratoristas e moradores das casinhas em volta...que muitas vezes exclamavam boquiabertos: "É muié..." ao me ver saindo do planador. A explicação usada para diminuir a curiosidade dos visitantes que queriam saber porque eu "caí" ali era a padrão: Acabou o vento! Além de aprender que não é o fim sair do cone em uma região rica em opções de pouso aprendi que passar as coordenadas do GPS para o resgate não é a única coisa necessária para voltar para casa. O tempo do resgate é inversamente proporcional à quantidade de informação que você consegue obter com os locais referente a como chegar no local. Apesar de estar a 4,5 km da pista, meu resgate levou mais de uma hora para chegar e se meu celular fosse pré-pago teria consumido meus créditos.

O pouso em arado me deixou mais confiante para me afastar da pista, e no dia seguinte saí para a prova sem a "mamãe ganso". Consegui entrar na área de todos os pontos...mas na volta do último ponto, Olímpia de novo, eu não achei mais nada e novamente selecionei um belo arado, desta vez na beira de uma rodovia asfaltada (tava ficando esperta) a 20 km da pista de Bebedouro. Pousei, procurei um pessoal que trabalhava ali perto para saber que estrada era e liguei pro papai uno: gostei! to no arado de novo! Desta vez peguei todas as referências para o resgate me achar rapidamente...só que os salvadores estavam tão afoitos para fazer o primeiro resgate em arado deles que saíram antes de receber as dicas da estrada...tinham em mãos apenas as coordenadas. Os tratoristas terminaram o trabalho, foram embora, os rurais iam embora, a polícia que passeava pela estrada veio ver o que se passava, e nada do meu resgate...consegui o telefone deles e descobri que estavam a 15 km...fiquei tranquila que logo eles estariam por ali...passada mais de meia hora nada...liguei novamente e eles estavam a 4 km....mais meia hora e estavam a 3 km....neste momento tinha certeza de que eles haviam pegado o caminho errado ou estavam a fim de um resgate noturno e portanto pararam no meio do caminho esperando o por do sol. Até que enfim chegaram...vieram pelo meio dos canaviais, abrindo porteiras, cortando cercas (aproveito para me desculpar aos fazendeiros prejudicados), passando dentro de plantações de seringueiras, numa linha reta desde a estrada que passa em frente ao aeroclube até o ponto onde eu me encontrava. Colocamos o Junior na carreta minutos antes do por do sol. Dias depois soube que deu na rádio local que suspeitaram que um OVNI havia pousado perto de Colina, mas que no fim a polícia verificou que era um planador...acho que a ET era eu.
Esses pousos no arado me renderam o troféu arado mais bonitinho dos campeonatos no Brasil, um trator puxando um arado que agora se encontra na sala de briefing do CVV-CTA em Ipuã.
Na prova de clube realizada entre as duas etapas finalmente consegui completar um prova e bater meu recorde de distância em navegação, foram mais de 160 km. Nada comparado às marcas já alcançadas no vôo a vela mas uma satisfação pessoal. Tanto pela distância voada quanto pelo retorno ao aeródromo de decolagem.
Na segunda etapa do campeonato dividi o JU (terrestres: prefixo de competição do planador que voei, o Junior) com o Rafael, colega de clube e também estreante em campeonatos que também fez bom proveito completando as provas por ele voadas (pegando 4° lugar na primeira delas) e fechando com chave de ouro em um arado perto de Taiuva num dia em que ninguém conseguiu completar uma prova.
Por essas e por outras o campeonato foi uma experiência muito legal para mim, além da oportunidade de rever e fazer amigos. No próximo espero conseguir completar mais provas, e quem sabe de brinde aumentar as distâncias voadas e as médias de velocidade.
Agradeço a todos que trabalharam para a realização deste campeonato e que dividiram as emoções comigo torcendo ou compartilhando experiências! 

FOTOS E DIVULGAÇÃO

Dificil falar de tudo que ocorreu no campeonato, mas certamente a foi o campeonato mais fotografado, documentado e filmado.  Até no Esporte Espetacular tivemos os nossos 5 minutos de fama, mérito da assessoria de imprensa contratada especialmente para o evento.  



Imagens sempre falam muito mais que um bom texto.  Mas vale salientar novamente a presença Argentina, que acampou entre 2 hangares, dentro de um verdadeiro "venturi" e não deu outra, no dia que entrou a forte chuva a noite, as barracas deles foram praticamente destruidas pelo vento, o que restou eles mesmos derrubaram, para o vento não levar.  Alguns dias depois tudo já era festa novamente, como podemos ver abaixo, num dos lautos jantares preparados debaixo das estrelas.


Um dos poucos rebocadores sem a cor tradicional da fábrica, o "barão vermelho" era visto de muito longe, excelente cor anti colisão.  Dá para ver o momento exato em que o cabo de reboque é solto, notem a esquerda.  O esquema com os rebocadores foi bolado pelo Pontes, mas aperfeiçoado no dia a dia.  Parte do sucesso do camepeonato deveu-se a etapa Sudeste, com menos planadores, onde todos os procedimentos fora aperfeiçoados para a Etapa final.  Fundamental é ter o chefe de operações que administra as decolagens e os poucos, tarefa que foi delegada ao Dimas Sebastião, que soube reger bem a orquestra, após os dias de "treinamento" da etapa Sudeste.


Tivemos 5-6 planadores pousando ao mesmo tempo na pista principal, sempre com o comando "POUSO LONNNNNNNNNNNGO" e ainda alguns planadores na pista de grama ao lado.  Dimas firme no rádio sempre informavava planador B1 pouso na grama, na saia para esquerda, planador JA pouse curto no asfalto, não saia para grama, planador ao seu lado, e assi por diante.

A turma do CVV CTA, aeroclube de planadores que fica no vale do Paraíba (SP) que tem os moradores de São José dos Campos como pilotos, compareceu em peso no evento.  Em especial Schubert era o Diretor de Segurança do Campeonato, e todos os dias nos sabatinava r e l i g i o s a m e n t e  !!! O que não esperávamos era essa garrafinha junto com ele no churrasco pré tormenta, como não haveria vôo no dia seguinte... .Ele aproveitou a deixa, e ... continuou a ser respeitado apesar da 5151515151.


Ekki aproveitando a 51515151, el Director de Segurança, pode ?????


Equipe CVV CTA estava bem representada !!!!

Apesar da maioria dos pilotos ter ficado nos diversos hotéis da cidade, vários pilotos resolveram acampar, deveríamos encorajar masi esta prática, pois gera diversão garantida, maior entrosamento entre os competidors.  Quem sabe aos poucos consigamos melhorar a infraestrutura do Camping durante os campeonatos, e assim mais pilotos se aventurarão nas barracas ou motorhomes.  

Um dos Churrascos no Camping de Bebedouro !

Ter uma boa equipe para organizar o campeonato ... é algo que ainda precisamos aperfeiçoar melhor, mas estamos melhorando com certeza.  Precisamos a meu ver de 6 pessoas bem atuantes e competentes, com isso conseguimos tocar bem o campeonato:
- Pontos
- Pesagem + que pode ser rádio FBVV + lacrador
- Segurança (pode ser um piloto)
- Operações (decolagens e pousos)
- Secretaria com funcionamento efetivo
- Diretor do Campeoanto

Flavia Schubert Bebedouro 2008

Saiu no site Mundo OI !!!!

9/09/2008

Mais um Schubert no ar

Flavia, filha de Ekkehard Schubert, mantém tradição da família e é a única mulher a participar do campeonato

Por: Carolina Caldas





Algumas paixões passam de geração pra geração em uma família. Esse é o caso dos Schubert e do vôo à vela. Começou com Franz Schubert, na Alemanha, passou pro filho Ekkehard, já no Brasil, e agora atingiu Flávia, mesmo que de forma mais tardia. Apesar de acompanhar o pai, nos campeonatos e treinos, há apenas dois anos Flávia tirou o brevê de piloto e pela primeira vez ela vai disputar o Campeonato Brasileiro de Vôo à Vela. 
Recentemente, Flavia montou um blog, Vôo à Vela em Preto e Branco, em que publica fotos deixadas pelo avô, que mostram um pouco da história da aviação no século passado. 

Você vai ser a única mulher a participar do campeonato. É sua primeira vez? Qual é a expectativa? 
É meu primeiro campeonato. Tem poucas mulheres que fazem vôo à vela. No clube onde vôo, só tem três. Sou piloto nova e com pouca experiência, não tenho muitas horas de vôo. Vim pra conhecer, meu objetivo nesse campeonato é completar todas as provas. Não viso chegar em primeiro, fazer tempos tão rápidos. 

Tem algum tipo de preconceito com as mulheres? 
De jeito nenhum. Todos são muito solícitos, ajudam muito. Eu sou muito magrinha, tenho que levar chumbo comigo, eles sempre vêm me ajudar a carregar. Não tem razão de ser um esporte com poucas mulheres. Não é um esporte que precise de força. Só na hora de levantar, mas todo mundo se ajuda. No vôo em si, é indiferente ser homem ou mulher, não tem força, tem habilidade. Aqui no Brasil não temos essa tradição, mas na Europa é comum mulheres competindo. 

Seu pai foi uma influência forte? 
Ele deu uma forcinha sim. Ele projetou um planador e quando ficou pronto, eu voava com ele. Ele ia deixando eu pegar, andar um pouco. E um dia perguntou: “Você não quer fazer o curso?”. Eu disse que queria, óbvio. Na época, eu tinha acabado de me formar e não tinha condições de pagar o curso, mas ele me deu de presente. Fiz instrução com ele e também com outros pilotos. Estou brevitada faz dois anos. 

É praticamente uma tradição familiar, né? Seu pai também começou por causa do seu avô. 
É. A história se repete. Mas com ele foi mais cedo. Eu só comecei a voar com 28 anos, ele tirou o brevê aos 17 anos. Meu avô, que faleceu em 89, deixou muitos álbuns com fotografias da época dele como piloto. Tem foto de 1913, na Alemanha. Eu resolvi montar um blog, posto as fotos, que eu escaneio. Pena que tem pouca informação, meu avô não escrevia muitos comentários. Então estou tentando conseguir informações sobre as fotos. Meu pai não lembra de quase nada, ele não dava muita atenção. 

Mas você demorou pra começar a voar. Por quê? 
Ah, na adolescência tinha interesses variados e não quis fazer nada. Depois tivemos uma fase, com mudanças, que não tínhamos condições de fazer o curso. Eu fui fazer faculdade de veterinária – eu trabalho em uma empresa de importação de produtos veterinários pra cavalos. Quando voltei pra São José dos Campos, veio essa oportunidade. Agora eu tenho que me manter. Acabou o paitrocínio. (rs) 

Tem uma pressão por você ser filha do Ekki? 
Eu tenho um amigo que sempre fala isso, que as pessoas vão criar expectativas. Eu digo que quem estiver esperando alguma coisa, vai quebrar a cara. Estou muito tranqüila. Somos Schubert, mas ele é o Ekki e eu sou a Flávia. Temos outra relação com o esporte. Mas se o bichinho picar, a gente vai competindo. 

Qual é a sua relação com o esporte? 
Sempre vai ser de hobby. Tenho minha profissão, mas posso voar e competir. 

O esporte não é muito popular. Por quê? 
Acho que o esporte é administrado de forma muito amadora. As pessoas têm suas outras profissões e quando podem juntam pra resolver as questões burocráticas. Acho que falta profissionalização da classe. Além disso, não é um esporte barato, mas existem maneiras de custear.

Bebedouro 2008 impressões


Sem sombra de dúvida foi o campeonato mais volumoso dos últimos 10 anos, com o Patrocínio da OI Telecom e Petrobrás voaram com custos de reboque super reduzidos, e os pilotos da classe Olímpica que vinha com participação baixíssima nos últimos campeonatos, teve ajuda de custo até mesmo rodoviária.   

Flávia, a bordo do Possante Junior, única pilota do campeonato em sua estréia bem vinda

Tivemos 48 planadores participando do campeonato com um monte de rebocadores, contei 7 aeroboeros constantes, mas tivemos também a AFA em alguns dias nos ajudando.  Alguns motoplanadores também ajudaram a abrilhantar o evento.

Mas chega de descrever, pois em todos os releases esse bla bla sempre aparece.  Dimas foi recrutado para fazer operações, e realizou a tarefa de forma excelente.  Sem falar em demasia no rádio, fez as decolagens acontecerem em 1 hora na média, levando-se em conta que temos apenas 1 pista de asfalto, e uma auxiliar de terra muito próxima, a média foi excelente.  O ambiente do campeonato foi ótimo, grande camaradagem o tempo todo.  

Nas provas do Pré Nacional, sempre no azul, Fogueiras fizeram a diferença, esta do lado da pista não foi aproveitada, mas a foto de M Juppa mostra o poder deste fogaréu mega !

Visitantes Argentinos deram mais um pouco de “salsa” ao evento, Adrover, Crego e Bossart vieram de longe para voar conosco.  Os Argentinos, CVV CTA e Sulistas acamparam em massa no aeroclube, dando uma vida própria aos gramados atrás dos hangares.  Vários churrascos aconteceram durante o Campeonato, na frente do motorhome do Egon, e ao lado da Gugui’s barraca.

Briefing inicial da Etapa Final no Hotel Plaza Inn

A infraestrutura foi boa, tinha som e datashow na sala de briefing !!! E também som externo que dá um tom todo especial enquanto os equipes limpam os planadores e os pilotos planejam suas provas.  Faltou limpar um pouco melhor os banheiros, e mais gente ajudando o Angelo, que virou um Zombie para tudo dar certo.  Comissões de prova um pouco conservadora, tivemos provas de área com 3 hrs de duração na média, apenas 1 prova com 3h30, nada mais longo.  Resultado, enorme paliteiros em cima da pista, pois a meteorologia foi fraquinha.

  Decolávamos as 11:30 normalmente e todos boiavam até dar a partida entre 13 e 13:30, acho que poderíamos ter feito provas um pouco mais longas, e assim evitar a concentração em cima da linha de partida por tanto tempo.  Mas não tivemos nenhum grave incidente de segurança, apenas um KW1 que exagerou no planeio final, e arrancou a cerca no início da pista... placando logo em seguida, ele “colou relê” deveria ter pousado no arado anterior.     

ivemos provas em dias totalmente secos , que foram a tona da Etapa Sudeste realizada na semana anterior,  e outros bem mais úmidos.  Já na etapa Final, a meteorologia foi média, voamos 4 provas válidas, o mínimo para validar o campeonato.  

Neste no tivemos influência da corrente de jato em cima de nossa região, trazendo umidade para região, cirrus, etc...  Apenas uma prova foi fantástica, com médias de velocidade acima de 130km/h para os Classe Aberta.   Aliás o Egon estourou o limite do polígono, e chegou 3 minutos antes do tempo, claro que a velocidade média dele levou em conta seu vôo efetuado em 2h57 min, fizemos o ajuste, humm este aliás deveria ser incluído no regulamento de campeonatos.

Equipe Bauru feliz antes do vôo !


Resultados das provas emitidos pela Lucas Pirolla, APP-Jundiaí, sempre eram emitidos por via eletrônica, no meio do churrasco correu  a notícia "Saiuuuuuuuuuuu" , e lá iam todos ao computador mais próximo, no caso este Notebook é do próprio Pirolla, que resolveu comer uma carne no agitado camping do aeródromo de Bebedouro.

Aves diferentes também participaram na classe Olímpica, aqui o Sinus de Joaçaba (SC)


Dimas, o chefe de operações, que voou com Ekki no P1, estava com muito medo do sol ...serve de propaganda Sundown ?????????????


A frota de Boeros foi muito importante para o bom andamento do campeonato, tivemos também um pouco de ajuda da AFA, que enviou de forma intermitente o grande rebocador azul colorido.

Fotos de: Thomas, Marcel Jupa, Juca Livre