segunda-feira, 11 de julho de 2016

PWC Portugal - Prova 4 - Encerramento

Prova 4 PWC Portugal

Sábado, último dia de prova do PWC Portugal os ânimos estavam bons na equipe brasileira, afinal o Bigode em primeiro lugar e o Zé Guima em quarta posição já garantiam uma excelente posição.  Saladini subindo de posições novamente e o Malcher tirando o couro do Boomerang 9 , vela com performance inferior aos Enzos 2 em voga no momento.  Quando chegamos na rampa ainda estava de cauda o vento, mas a previsão se confirmou tanto no vento como num dia com menos inversão.  

José Guimarães foi entrevistado, já que virou uma celebridade local por ter ganho 2 provas seguidas no PWC, algo difícil para pilotos brasileiros.  Vale salientar que na primeira prova ele estava na frente de todos, já no planeio para o goal, porém devido as nuvens de tempestade próxima declarou no rádio nível 3 (condições de voo perigosas) e pousou, com isso abrindo mão de ganhar a primeira prova, sábia decisão conforme as palavras do piloto Donizete “Bigode” Lemos que comentou que as nuvens puxavam muito e foi muito difícil descer e pousar com segurança no goal. 

Prova de 121km marcada, e fomos nós para o azul novamente.  Demorei demais para decolar, e na abertura da janela ainda não estava bem posicionado, ou seja baixo... E com isso fiquei de cara para trás, só consegui subir bem mais a frente, pegando muitas velas no caminho, mas cometi um erro que custou caro na prova.  Fiquei muito baixo mais a frente antes da primeira cordilheira, e com isso fui me arrastando por muito tempo, com vento de 25km/h com térmicas bem cisalhadas.  Peguei bastante turbulência a baixa altura, mas fiquei feliz de não ficar muito incomodado, ou seja recobrei minha auto-confiança sem entrar em pânico em situações muito turbulentas, apenas estava bem ineficiente a subida pois próximo do chão estava difícil achar o centro das térmicas. 

Aí começou meu voo totalmente individual num céu completamente azul, com isso a média de velocidade caiu bastante, mas a base estava alta, 2500m e consegui me virar no azulão.   Prova com um zig zag, quando avistei o pelotão principal eles estavam no zag enquanto eu estava no zig ainda... Ou seja estava muito muito atrasado.   O dia foi ficando tarde, afinal havíamos saído para a prova as 14:30, e as 18:00 eu estava em pleno vôo sendo que os vencedores tinham pousado as 17:30... No vôo de cross a idéia é tentar fazer a maior distancia possível então fui pegando as térmicas cada vez mais fracas, sendo que a última decente foi ao redor das 18:30, eu pousei as 18:52, ou seja voei 5h, e fiquei a 7km do goal.  Fui sempre buscando as formações rochosas no solo, borda dos pequenos rios, morros e pequenas elevações de terreno.  Interessante como neste voo sem ter outros parapentes a volta fiquei muito mais atento aos detalhes do solo até porque não havia outra sinalização indicando as regiões de ascendentes.  Voei 4:57 no dia, com uma velocidade baixa, de 26km/h mostrando claramente que o fato de ter ficado muito baixo no início e depois ter descolado de outros parapentes diminui muito minha média.  

O voo foi delicioso, principalmente quando estava alto observando a belíssima paisagem Portuguesa, terreno relativamente plano, parecido com regiões do Brasil, riachos, muitos povoados enfim o visual que sempre nos atrai para o vôo sem motor.  Só neste ultimo dia que vi algumas aves voando, mas elas não são como nossos urubus, não fazem questão de subir muito ???  O ambiente português do voo livre foi muito bom, os pilotos locais muito bacanas e acolhedores.  Os resgateiros felizes por falarmos a língua portuguesa, e mesmo as brincadeiras das semelhanças e diferenças dos dois idiomas foram motivo de humor diário entre os pilotos brasileiros e portugueses.  Fiquei muito bem surpreendido e espero voltar em breve.  Ahh, para voar aqui tem que aprender a lidar com bastante vento em voo, as decolagens bem protegidas não requereram habilidade especial, mas durante o voo e alguns pousos, muita atenção.  Excelente cobertura de rede de celular na região, éramos buscados pelas vans apenas com o sinal do Flymaster, entregue para cada competidor.

Claro que a premiação foi uma festa Brasileira - Lusa, pois o pódio foi nosso: 
1. Donizete “Bigode” Lemos  (BRA)
2. Cláudio Virgilio (PRT)
3. José Guimarães (BRA)
8.     Rafael Saladini (BRA)
52.   Alexandre Malcher (BRA)
81.   Eu 
115. O último

Nenhum comentário: