quarta-feira, 3 de agosto de 2011

VOANDO EM ANNECY SEGUNDO DIA


Diário de Bordo, 02/08/2011

2do voo de Parapente em Annecy,
2do voo com o Mentor 2
2do voo com a Selette Suppair 



Após alugar um automóvel Spark, compacto da GM, fui para para a base temporária, que é o quartel general de 3-4 operações de parapente, no pouso chamado Perroit.  Batendo papo um pouco, já dava para ver que o dia estava estável, ou seja poucas térmicas, e o pessoal de voo duplo pensando se ia para decolagem de Planfait , mais próxima e mais baixa (960m) ou para Montmin 1260m.  Na estrada a van levando as 2 passageiras e nós , foi para a decolagem mais alta, mas lá o vento não estava muito bom, as vezes de cauda, outras de frente, mas tinha gente decolando.  O Pierre resolveu voltar para Planfait, pois achava que o vento seria mais constante.  

Falando sobre o Brasil, já esteve em vários locais voando, sendo que Valadares foi o que mais gostou, e japonesa (chamada de Seiko), venceu o ultimo mundial feminino na Turquia, ou seja fera mesmo, levou a outra passageira.  Chegando na área da decolagem, em menos de 10min os 2 foram embora, com seus passageiros.   Eu fiquei um bom tempo olhando, pois era decolagem nova para mim, com o vento rodando um pouco, mais fraco que o dia anterior.  O tempo todo tem gente decolando, parece um fluxo constante de gente indo voar.

Muitos turistas que praticamente ocupam todo estacionamento da decolagem, praticam o turismo aventura, com arborismo, e toda uma infraestrutura, o parapente é apenas mais uma atividade do topo desta montanha.   Aqui tem a cultura francesa de apreciar mais a natureza, e inventar muitas atividades, o que é ótimo pois traz infra estrutura e movimento para as decolagens.


Decolagem Planfait ao fundo, e no meio pessoal passando pendurado numa corda, muitas atividades para todos

Aliás, aqui na França a maioria das decolagens é cuidada pela municipalidade local, sendo que as empresas de voo duplo ajudam financeiramente a manter o local, além de pagar o fiscal de decolagem, que ajuda a todos, e manda tirar da frente se estiver enrolando muito.  Ninguém me pediu documento algum, em qualquer momento !!!  Já o pouso é mais complicado, o terreno é alugado, pois o m2 aqui é caro, mesmo no interior, dizem que dá confusão pousar fora dos locais “oficiais” , especialmente numa região com tanto parapente como Annecy.

Ao lado da decolagem, um monte de atividades para os turistas, cheio de gente !!!

Minha decolagem foi meio chata, pois estava com medo de correr, e o vento estava mais fraco, mas finalmente fui para o ar e de cara turbulência.  Novamente o voo  foi bem chacoalhado, com o vento do lago misturando-se com as térmicas de montanha.  Mais de 60 parapentes voando, apenas nesta decolagem, consegui brincar bastante.   Fiquei a maior parte do tempo na cara da rampa indo e vindo,  mas também dei um pulo até a montanha mais alta, Dents de Lanfon, mas não consegui subir muito não, apenas 2 parapentes conseguiram subir acima do pico da montanha, mas no meu horário a atividade térmica estava mais fraca.    Foi um voo com  lift / colina gerado pelo vento do Lac de Annecy, e umas bolhas aqui e ali.  E derrepente começo a ver que todos vão para o pouso, resolvi ir também afinal a prudência diz, faça como os locais.

Decolagem Planfait

O que já suspeitava estava rolando, com a entrada de cirrus matando de vez a pouca atividade térmica,  o vento aumentara.  Fui para cima do pouso, e no contra vento vi que estava parado no ar, estava a uns 500m do chão ainda, e o acelerador apesar de conectado, estava preso no velcro, mas felizmente não precisei mexer nele.  “Esqueci” as regras de tráfego locais, e fique fazendo o ziguezague em cima do início do pouso, realmente o vento estava forte e havia turbulência.  O pouso fica num local meio chatinho mesmo, eles chamam de técnico, pra mim a palavra é outra (...)  Desci praticamente parado, e vi um parapente aterrissado bem antes do pouso e da rodovia, um sinal forte.  Uma chacoalhada forte a 100m de altura exigiu uma pilotagem ativa, bastante barulho da vela, e eu corrigindo.  No final pousei a uns 10m depois da mosca, com pouquíssima velocidade em relação ao solo, o que foi ótimo para meu “trem de pouso meio avariado”.  Mas posso dizer que foi um dos pousos mais tensos que já fiz, mas dá para ver que os voos no Brasil me ajudaram bastante, para eles pode ser normal pousar com esse vendaval, para mim ainda não.

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