quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Swiss Open em Fiesch


No dia seguinte, junto com o Canadense Brett fomos para o teleférico subir para o primeiro voo. Estava com toda a teoria dos ventos locais na cabeça.  Conversando com um piloto local ele falara para mim que havia um leve Föehn de Sul, que dava para ver com as nuvens do outro lado do vale tentando atravessar as montanhas para o nosso lado.  Muita gente decolando, fui também, briguei um pouco na primeira térmica, mas consegui subir, e fui para os “goms” que são as montanhas no vale principal indo na direção W.  O detalhe que estava turbulento, achei que tinha algo errado com minha vela, mas realmente tive que corrigir a vela o tempo todo, e depois de 2h de voo, tentando voltar para o pouso oficial vi que minha velocidade estava abaixo de 15km/h, ou seja claro sinal de vento forte.  Já tinha inspecionado com o automóvel alguns pousos alternativos, e não tive duvida fui para o meio do vale e perdi altura em cima do pouso da igreja (Ritzingerfeld).   Após o pouso estava pensando que não teria muito prazer em voar na região, mas os próprios pilotos locais confirmaram que o dia estivera muito turbulento mesmo. 

 Na primeira noite em Fiesch fui neste indo Camping, dormi com o som do caudaloso rio de degelo

 Esse trailer achei demais, rebocado com um pequeno carro, tinha até TV de satélite instalada !

Vários pilotos pousaram lá, e em menos de 10 min de caminhada já estava na estação de trem, aguardando o mesmo para voltar a Fiesch, auto resgate perfeito sem depender de automóvel e/ou resgateiro.  Caminhando para o estacionamento do teleférico, onde havia deixado o motorhome, vi o Brett pousando em Fiesch, o parapente dele de alta performance, Boomerang 10, mexendo muito, ou seja o pouso estava bem difícil com o forte vento que já soprava no pouso oficial. 

A pequena geleira de Fiesch ao fundo

Como era o dia 1 de Agosto fui ver a festa típica Suiça, em Fiescher Tal, depois de tirara algumas fotos, vi que haviam 2 motorhomes estacionados, pus o meu lá também no meio dos automóveis, fechei tudo e fui dormir.  No dia seguinte, me falaram que era o camping oficial do campeonato, então já estava no lugar certo !!! Pagamos Sfr10.- por dia, em vez dos Sfr35/40 do Camping da cidade, que tinha mais estrutura, logicamente.  Mas neste foram muitos pilotos Suiços e estrangeiros, formamos a “comunidade” voadora, que sempre é mais interessante.  O banho era na escola ao lado, tudo perfeito.  Único detalhe que após tomar a conversa ia para o default alemão-suiço, meio difícil de entender para os únicos 3 pilotos estrangeiros daquela turma.  Claro que tinham pilotos de diversas outras nacionalidades, mas eles hospedaram-se nos hotéis do pequeno vilarejo.  

 Só na Suiça, no caminho para a decolagem, plástico para recolher os restos caninos ! hidrante, etc etc

Entrando na gondola com as "pequenas" mochilas voadoras

No primeiro dia de prova, domingo, estava tão tenso que um torcicolo constante me atrapalhou no voo todo que foi em condições fracas, e por isso bem tranquilas, ou seja o voo tinha sido o oposto do treino, ar calmo e térmicas fracas.   Todo sistema de notificação do campeonato era por SMS, informação as 08:00 de que horas seria o briefing, e informações de meteoro básicas.  Antes de decolar tinha que enviar um “Para Start” , e após o pouso “Para Stop” com isso o sistema deles já controlava automaticamente os pilotos, sem precisar assinar nada.  Quando os resultados saiam, vinha um SMS informando, achei bem bacana o sistema.

Antes da largada em cima da Aletsch Gletcher

Tivemos provas em diversas condições meteorológicas, tempo forte/fraco mas sempre voando em cima do incrível visual do Aletsch Gletcher, a geleira mais longa dos Alpes.  Um dos dias o tempo estava ruim, ninguém queria decolar, e faltando menos de 10 minutos para abertura da largada (start mesmo), começaram a decolar, e não é que a prova valeu, apesar de poucos pilotos terem completado.  Eu decolei achando que iria pousar logo depois, mas até que consegui voar por menos de 1h, o detalhe que não conseguia subir muito acima da rampa, e com isso ficava mais a mercê do vento de vale.  Os pilotos mais experientes locais conseguiram subir a 2700m e com isso voaram acima da linha de árvores, em melhores condições de voo.  Quando vi que o vento estava forte demais fui para o pouso um pouco depois da igreja, no vale principal, a prova da classe Sport valeu 200 pontos, apenas. 

Famoso pouso da Igreja, com vários competidores já pousados

Interessante salientar que com a finalidade de motivar mais as pilotas e os pilotos da classe Sport, a Liga Suiça resolveu que nos campeonatos sempre haverão 3 rankings, o geral para todos, Feminino e Sport, sempre valendo 1000 pontos (caso não exista desvalorização, claro).  Achei a idéia muito interessante pois valoriza mais os vencedores destas 2 categorias, que tem uma pontuação relativa maior vs. estar com os pontos no meio da Open, talvez algo que poderíamos pensar em implantar também. 

Largando (mal) para a prova

Foi o campeonato que fiquei com a pior colocação dentre todos que participei nesta temporada, porém foi o que mais aprendi.  Voei em regiões que jamais iria sozinho pois tem que entender bem os sistema de ventos/térmicas da região.  Visual incrível recompensando a dificuldade do voo.  Infelizmente alguns reservas, mas com resgate ultra veloz por helicóptero pela REGA, eficiente sistema de resgate Suiço para os acidentados no meio dos Alpes.

Cuidado com o teleférico ! Após o primeiro ponto indo para o Furka Pass, próximo a Fiesch


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