segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Flavia Schubert Bebedouro 2008

Saiu no site Mundo OI !!!!

9/09/2008

Mais um Schubert no ar

Flavia, filha de Ekkehard Schubert, mantém tradição da família e é a única mulher a participar do campeonato

Por: Carolina Caldas





Algumas paixões passam de geração pra geração em uma família. Esse é o caso dos Schubert e do vôo à vela. Começou com Franz Schubert, na Alemanha, passou pro filho Ekkehard, já no Brasil, e agora atingiu Flávia, mesmo que de forma mais tardia. Apesar de acompanhar o pai, nos campeonatos e treinos, há apenas dois anos Flávia tirou o brevê de piloto e pela primeira vez ela vai disputar o Campeonato Brasileiro de Vôo à Vela. 
Recentemente, Flavia montou um blog, Vôo à Vela em Preto e Branco, em que publica fotos deixadas pelo avô, que mostram um pouco da história da aviação no século passado. 

Você vai ser a única mulher a participar do campeonato. É sua primeira vez? Qual é a expectativa? 
É meu primeiro campeonato. Tem poucas mulheres que fazem vôo à vela. No clube onde vôo, só tem três. Sou piloto nova e com pouca experiência, não tenho muitas horas de vôo. Vim pra conhecer, meu objetivo nesse campeonato é completar todas as provas. Não viso chegar em primeiro, fazer tempos tão rápidos. 

Tem algum tipo de preconceito com as mulheres? 
De jeito nenhum. Todos são muito solícitos, ajudam muito. Eu sou muito magrinha, tenho que levar chumbo comigo, eles sempre vêm me ajudar a carregar. Não tem razão de ser um esporte com poucas mulheres. Não é um esporte que precise de força. Só na hora de levantar, mas todo mundo se ajuda. No vôo em si, é indiferente ser homem ou mulher, não tem força, tem habilidade. Aqui no Brasil não temos essa tradição, mas na Europa é comum mulheres competindo. 

Seu pai foi uma influência forte? 
Ele deu uma forcinha sim. Ele projetou um planador e quando ficou pronto, eu voava com ele. Ele ia deixando eu pegar, andar um pouco. E um dia perguntou: “Você não quer fazer o curso?”. Eu disse que queria, óbvio. Na época, eu tinha acabado de me formar e não tinha condições de pagar o curso, mas ele me deu de presente. Fiz instrução com ele e também com outros pilotos. Estou brevitada faz dois anos. 

É praticamente uma tradição familiar, né? Seu pai também começou por causa do seu avô. 
É. A história se repete. Mas com ele foi mais cedo. Eu só comecei a voar com 28 anos, ele tirou o brevê aos 17 anos. Meu avô, que faleceu em 89, deixou muitos álbuns com fotografias da época dele como piloto. Tem foto de 1913, na Alemanha. Eu resolvi montar um blog, posto as fotos, que eu escaneio. Pena que tem pouca informação, meu avô não escrevia muitos comentários. Então estou tentando conseguir informações sobre as fotos. Meu pai não lembra de quase nada, ele não dava muita atenção. 

Mas você demorou pra começar a voar. Por quê? 
Ah, na adolescência tinha interesses variados e não quis fazer nada. Depois tivemos uma fase, com mudanças, que não tínhamos condições de fazer o curso. Eu fui fazer faculdade de veterinária – eu trabalho em uma empresa de importação de produtos veterinários pra cavalos. Quando voltei pra São José dos Campos, veio essa oportunidade. Agora eu tenho que me manter. Acabou o paitrocínio. (rs) 

Tem uma pressão por você ser filha do Ekki? 
Eu tenho um amigo que sempre fala isso, que as pessoas vão criar expectativas. Eu digo que quem estiver esperando alguma coisa, vai quebrar a cara. Estou muito tranqüila. Somos Schubert, mas ele é o Ekki e eu sou a Flávia. Temos outra relação com o esporte. Mas se o bichinho picar, a gente vai competindo. 

Qual é a sua relação com o esporte? 
Sempre vai ser de hobby. Tenho minha profissão, mas posso voar e competir. 

O esporte não é muito popular. Por quê? 
Acho que o esporte é administrado de forma muito amadora. As pessoas têm suas outras profissões e quando podem juntam pra resolver as questões burocráticas. Acho que falta profissionalização da classe. Além disso, não é um esporte barato, mas existem maneiras de custear.

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