quinta-feira, 22 de junho de 2017

Pedro Bernardo - Brincando com CB


E finalmente depois de 2 dias sem voar, a meteorologia deu uma trégua e lá fomos nós para a decolagem desta pequena vila de Castilla y Leon.  Um pequeno aparte, a vila parece tirada daqueles filmes da idade média, já teve 3000 habitantes uns 150 anos atrás, hoje o wiki diz que tem 800, mas passeando pelas ruas parece ter menos ainda.  Todos idosos, tem apenas um pequeno mercado ahhhh e uma lojinha chinesa, que a dona veio de Madrid há 2 meses, mas não sabe se vai vingar. 


Montam a prova, e todos animados para o voo, mas eis que um cogumelo gigante começa a crescer atrás das montanhas.  Decolagem é um pouco atrasada, largada as 14:45 o Martin é o primeiro a decolar, 13:15 . Eu demorei pra ficar pronto, enfrentei a enorme fila, e desta vez decolei como manda o figurino, aprendi, somente puxar as cordinhas de “A” de dentro... Mas e depois, o rabo (anvil) do CB (nuvem Cumulus Nimbus) já sombreava a rampa. Mas ainda assim consegui subir na térmica “de servicio”.   Junto com mais uns 30 parapentes, os que haviam decolado antes estavam acima de 3000m.  Eu estava MUITO TENSO pois a nuvem continuava crescendo, e a espanholada nem aí pro assunto, a cada pequena turbulência já pensava “pronto essa coisa vai desmontar em cima da gente, vai entrar o vendaval”. Mas com a subida entre 2 e 3m/s, na sombra, deu para chegar acima dos 2000m, aí fomos todos para frente, distanciando-nos do CB, e a térmica da partida onde 90% dos 150 pilotos se penduraram, fomos todos a 3500m.  

Esperando o briefing

Comecei a acalmar, pois estava um pouco mais distante, e a prova foi marcada para o vale.  Todos foram para o cilindro de partida que estava a 9km de distância em ar totalmente laminar, mais engraçado foi ver os apressadinhos que chegaram um pouco adiantados e começaram a contornar o cilindro, como somos muitos aqui deu para ver o desenho do cilindro de saída claramente.  Todos voando na mesma velocidade em ar totalmente estável por muitos quilômetros, pois de 3500m até 2000m estava totalmente estável.   Arrependimento total de não ter levado a Gopro para algumas imagens aéreas.

Goal 40 graus...

O voo foi relativamente fácil, novamente térmicas de 4 a 5 m/s com picos de 6/7. Prova curta, justamente pela dúvida do CB das montanhas.  Cometi 2 grandes erros, que me puseram para trás na colocação.  Na largada, eu devia ter subido uns 300m a mais.  E o maior foi ter ido reto para o primeiro waypoint após a largada.  Haviam uns 10 parapentes juntos, mas os outros 40 que eu conseguia avistar foram a direita da estrada e pegaram um canhão térmico... Ainda falta aperfeiçoar o  “acelerador total” no longo planeio final, pois estou sendo ultrapassado por pelo menos ½ dúzia de velas, peguei uma linha absurda, e cheguei no goal a 700m agl (acima do chão).  


O mais importante que a diversão continua ótima, mas o CB... ahhhh jamais decolaria se não fosse a pressão do evento, ainda bem que tivemos final feliz.

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