domingo, 21 de setembro de 2008

Etapa SE do Campeonato Brasileiro de 2008

Dou início as idéias do Campeonato Brasileiro, nem estou lá em Bebedouro, porque a meteorologia anda complicada.  

Hoje deveria começar a etapa Sudeste do Campeonato Brasileiro de Vôo a Vela - Planadores 2008, muitos planadores já estão em Bebedouro-SP.  Mas mas mas, uma frente fria tirou nossa alegria, faz uma semana que a temperatura despencou para 12 Celsius durante a noite, e nublado 18 durante o dia, em SP pelo menos. 

A previsão é que na segunda feira comece abrir o tempo, e quem sabe a primeira prova.

Estou ainda em SP esperando a meteorologia melhorar.


Foto mostra muita nebulosidade no SE, e sul, a previsão mostra que na segunda feira 22 teremos sol, e possivelmente vôo, vamos ver !!!

O drama do espaço aéreo foi grande, ainda não temos tudo aprovado, muita canseira da GER4 que atrasou muito o envio ao CINDACTA1 , agora Brasilia que cuida da aprovação de NOTAMs para o Estado de SP, excetuando a TMA SP, e com isso complicou, pois não nos conhecem, e a negociação fica mais difícil.  Eles também são reticientes a autorizar nosso vôo, a primeira autorização veio impossível de voar... 

Aprovaçào do cindacta1 em azul, pedimos o contorno vermelho, 1 semana antes do início, impossivel fazer o campeonato

A EMBRAER no entanto foi excelente, cedeu grande parte do espaço deles, área ao sul, e setor W, permitindo nossa subida até o FL115 (2900m agl).   Aí melhorou bem, mas o Cindacta não nos atende, é inflexível !!! E tem também a questão de SJdo Rio Preto !! As TMAs com 27NM são um absurdo total, inviável.

Aqui temos a área quase toda para voar, foi cortado um pedaço no sul, Matão, por estar proximo a Gavião Peixoto. E a área "pink" que depende ainda de aprovação do DECEA no RJ, la iremos batalhar na próxima segunda feira, vamos torcer !! 

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Mapa da viagem

Para visualizar o mapa "clique em cima dele"


Testando o formato para ter os vôos todos aqui:

Ximango's Corner e vôo de onda

Desta expedição quase todos planadores eram alemães e de alta performance.  Quando fiquei sabendo que um Ximango iria conosco, fiquei feliz pois pelo menos um representante Brasileiro estaria conosco, fabricado em Porto Alegre desde os anos '90 , o AMT-100 (Ximango) é um motoplanador mais para avião que para planador.  Existem mais de 100 deles espalhados pelo Brasil, tanto particulares como de aeroclubes, mas nunca vi um fazer uma expedição como este.

Admilsoni e Bechelli os Intrépidos Ximangueiros do interior de SP

PT-PMF ficou no hangar da Aeromot por muitos anos, pertencente ao Raul Meyer, que fazia o seu vôo clássico, decolava do Campo de Marte (SP) e sobrevoava a represa de Guarapiranga. Éramos vizinhos de hangar, pois o saudoso PT-PMI também ficou hangarado na Aeromot em SP, e foi com ele que me interessei a voar de planador.

Admilson e Bechelli foram os primeiros Ximangueiros a fazerem uma expedição volovelista e usar as térmicas o máximo de tempo possível.  Realmente ligavam o motor várias vezes ao dia, porém também fizeram um vôo de 335km sem motor com essa aeronave que é bem pesada.  Costumavam decolar em primeiro nos dias com maior quilometragem, andavam um tempo com motor até sentir as térmicas mais fortes, e daí em diante lutavam para voar ao sabor das térmicas.    Animados e incentivados pelo sempre otimista Dimas Sebastião conseguiram voar um pouco de onda em Jacobina, aproveitando o finalzinho dela (vento bate na montanha, e com ar estável gera ondas atmosféricas), já que com o início da atividade termal a onda se desfaz.

Voando acima da camada das nuvens, que eram baixas


Ahh, um detalhe, este é o ximango da primeira série fabricada pela Aeromot,  com o motor Limbach de 100hp, não é a versão mais recente com motor Rotax mais potente.  

O gap entre a onda primária e secundária


Eis o relato escrito pelo Bechelli do último de vôo deles:

Relato do Dia 12
Após as despedidas do dia decolamos de Formosa com o Ximango rumo Sul. Era a volta ao lar, o cansaço já era visível. Desviamos da área de tiro do exército pelo setor ECO. Logo à frente descobriríamos que esse foi nosso grande erro . Estavamos com a cabeça focada em chegar em Araxá; havia muitas vantagens, evitar a terminal Brasília e Uberaba, além do que era uma proa direta pra casa em Vargem Grande do Sul. As únicas que não foram avisadas do nosso plano foram as térmicas... Já na beirada do vale de Unaí verificamos que o dia ia ser difícil e decidimos entrar pelo vale influenciados pelo dia anterior que tinha térmicas melhores no vale do que no plato. Enquanto sofríamos com térmicas fracas que nos levavam até 6 mil pés, começamos a ouvir pelo rádio o Fábio e o Thomas chegando a 8 e 9 mil pés na região de Cristalina. Estavamos voando numa rota paralela à deles porém afastada de 50km. Enquanto eles estavam numa estrada de nuvens , nós continuavamos pela estrada de descendentes. Lutamos bastante e bravamente. Ligamos o motor algumas vezes. O maior trecho sem motor foi de 120 km. (A OLC está dando distâncias maiores. Já contatamos o René para tentar entender e corrigir o que está acontecendo). Chegamos em Araxá no final do dia. O Fábio nos ligou à noite e contou o vôo fantástico feito até Bebedouro. Quanto a nós, tomamos banho no Hotel Dona Beja e fomos para o "bebedouro" ... de cerveja ! Dia seguinte "motoramos" até SDVA para chegar antes da frente fria.

domingo, 14 de setembro de 2008

Impressões do piloto Egon Rehn

Thomas, vou fazer uns comentários, se quiseres, publique no seu blog.
 
"A expedição Nordeste, embora não tenhamos acertado o melhor período, foi uma experiência super interessante.

O vôo de ida pelo chapadão Bahiano foi um show, com base até 3.200 m AGL e térmicas fortíssimas, coroadas com belos cumulus.   Depois, no dia seguinte, encaramos um forte vento de frente para ir a Jacobina. Nem todos chegaram e quem chegou, ligou o motor. Jacobina é muito legal, muito parecido com Fuentemilanos, na Espanha. Com a diferença que aqui em não tem pouso fora.  Uma serra  de uns 100 km de extensão, perpendicular ao vento predominante, um paraíso para o Vôo livre.  Com a informação do Luiz com seu DG, soubemos que em Juazeiro do Norte também estava fraco, semelhante a Jacobina.

Sonhando ainda com o tempo super desenvolvido que voamos no sábado no Chapadão da Bahia, voltamos a LEM (Luiz Eduardo Magalhães). E aí topamos na quarta com uma inversão a 1200 m, que não deixava que ganhássemos altura, e térmicas bem fracas. Uma situação bem estranha, em se tratando de LEM. Bem, com isso amanhecemos na quinta com uma certeza: de que não tínhamos acertado a semana...  E era dia de encarar mais uns 500 km com essa inversão nos assombrando, e voltarmos a Formosa. Decolamos ontem lá pelas 11 da manhã, e não deu outra. Não passava dessa inversão. 

A tênua linha marrom mostra a inversão

Com anel entre zero e 1 m/s, viemos "boiando". Chegando em Formoso, a uns 100 km de Formosa, deu pra sentir que a inversão havia ficado a leste, e conseguíamos subir mais. Eu desviei minha rota depois de Formoso, e pousei na Fazenda Panambi. Os outros pousaram em Formosa.

Uma semana inesquecível, onde o melhor foi, sem dúvida, a boa convivência entre o grupo. O ponto alto da Expedição. Esperamos que a próxima expedição chegue logo.

Formosa - Bebedouro - 600km !!!

Dia 7/09/2008

Acordamos cedo na Fazenda Vale Verde, próxima a Formosa, todos animados com a perspectiva de mais um delicioso vôo ao sabor das térmicas.  Sentimos o amanhecer mais frio, sempre um bom sinal para o vôo de planador.  Rápido café da manhã, e de volta para o aeroporto, com Improta dirigindo a possante SUV Nissan.  Menos perdidos que na ida a fazenda, na noite anterior, chegamos antes das 08:30 ao aeroporto.  Os Ximangueiros já estavam quase prontos para decolar, a dupla sempre animada mas um pouco apreensiva com o longo vôo que planejamos.  Sol forte, estava estacionado na frente do hangar do aeroclube do Planalto Central, resolvi lastrear o planador (por água nas asas para voar mais rápido), já que o tempo prometia.  Passei o tradicional pano molhado para dar uma boa limpada no planador, afinal a poeira já estava grossa nele, prejudicando em 0,000082% a performance do bólido branco. 

A bagunça de fios elétricos ficou pior, pois levei além da filmadora enorme que captava as imagens da microcâmera, 2 microfones, um do lado do alto falante, e outro na lapela.  Unidade digital de gravação de  áudio, pilhas que foram trocadas no meio do vôo, ainda bem que não peguei uma fogueira muito forte, pois a turbulência poderia fazer um estrago.  O Silvestre ficou de montar um equipamento menor , mais amigável para o pouco espaço que temos a bordo do planador.

Pivôs centrais na celeiro agrícola sequíssimo, do nosso cerrado Brasileiro

Foto oficial debaixo do Caravan, já que o Egon iria ficar por lá mesmo, afinal é um Brasiliense convicto, tem as melhores térmicas do país !!!  Com a previsão da entrada de uma frente fria no Estado de SP tínhamos um incentivo extra de tentar chegar em Bebedouro (SP), pois no sábado seria inviável voar.  Decolamos as 11:00 e com mais de 600km de distância no azul, estava bem apreenssivo da possibilidade de sucesso desta perna, sem motor.  Boiei com vento de cauda e naturalmente fui parar a 300m do solo.  Joguei 1 minuto de água fora, para auxiliar a subida do lado do campo do exército (área restrita).  Novamente a 1000m fui me distanciado de Formosa.  Fábio a bordo do S10 foi com motor até o final da TMA Brasília, pois o controle não queria planador em sua área, eu também estava na borda da TMA, mas não os chamei mesmo porque meu rádio provavelmente não conseguiria contato, estava voando entre 600m e 1000m agl.  Foi um pouco de stress no início do vôo, faltavam ainda 550km e eu voando a 83km de média... Meu objetivo era pousar no máximo as 17:00 em Bebedouro, quase meio dia... faltavam muitos km para chegar.  Fábio reportava térmicas melhores próximo a Cristalina, e realmente não deu outra, quase no través Leste da cidade peguei uma boa térmica que me catapultou a 2400m agl (acima do solo) com térmica média de 3m/s, aí sim o dia começou a render, com pequenas nuvens indicando o caminho das térmicas.   A região próxima a Catalão estava sensacional com térmicas ainda mais fortes.  O S10 tomou a decisão estratégica de desviar-se pela direita uns 15-20km, e com isso pegou uma estrada de nuvens que os ajudou muito, devia ter ido para aquele lado também, a média de velocidade poderia ter sido ainda mais alta. 

S10 e seu formato ovo de codorna voador !!!

Após Catalão comecei a ter esperança de chegar em Bebedouro, faltavam 330km, as 14:00, precisava de uma média de 110km/h.   A velocidade média subira a 108km/h na ultima hora, e eu pegava térmicas médias de 3.5m/s, ou seja o tempo estava bombando.  O ASH25MI vinha perto de mim sempre uns 20-30km atrás, estávamos mantendo uma média bem similar, pois apesar das fortes ascendentes peguei várias descendentes fortes, e não haviam tantas nuvens para balizar o caminho das térmicas como na rota mais a W bem escolhida pelo Fábio e Nader no S10.  Já o Ximango resolveu se aventurar pelo vale de Unaí que tem um terreno bem acidentado, muita confiança no motor Limbach de 100hp do PT-PMF.

Desviei um pouco a direita, na proa de Araguari para engatar numa pequena estrada de nuvens que aumentaria ainda mais a velocidade média do vôo.  Como estava voando alto, entrei em contato com o Controle Uberaba.   O mesmo avisou da aproximação de um Airbus da TAM para pouso em Uberlândia, aí o Fábio começou a reclamar com o controle “Controle é um Crime restringir os planadores no FL075”, e o controle Uberaba para nossa surpresa falou que na TMA deles podemos subir, dito e feito, subir para o FL095 e depois para o FL115, um pouco depois da pista de Uberlândia a 4000m do nível do mar, ou 3.300m agl atingi o ponto mais alto do vôo e de toda a viagem.  O controlador por desconhecimento, perguntava a nossa posição o tempo todo, queria saber com exatidão a hora de chegada em Bebedouro, fiquei irritado, foi totalmente cortês, porém a falta de mais tráfego (trabalho mesmo) fazia ele perguntar nossa posição o tempo todo.  Mas atravessamos super bem a Terminal, sem restrições do controle.  Vi o Airbus pousando em Uberlândia, além de mais alguns aviões passando.


Porque tanta tralha !!! Para onde vou !!!

Até a travessia do Rio Grande, divisa MG-SP foi tranqüila pois estava bem alto, a 3000m agl, a 105km de distância do destino, praticamente no cone de segurança de Bebedouro , já no planeio final.  Interessante que a meteorologia no estado de SP estava visivelmente pior que em no Estado de Minas, além da névoa forte, era possível ver nuvens altas preconizando a entrada da Frente Fria.  Iniciei o planeio final a 100km de Bebedouro, com 400m de reserva com McReady 1.5 (quem não sabe o que é isso Google !!!).  O controle queria que eu chamasse Ribeirão Preto, o que fiz, e eles insistiram que eu mantivesse a freqüência até avistar Bebedouro, mas... Quando pedi para subir novamente a 11.000 pés, ou 3000m agl, a controladora mandou eu ir para a freqüência livre !!! A fogueira um pouco antes de Barretos funcionava como um rojão, o S10 estava uns 200-300m acima de mim, fui brincar pois já tinha altura de sobra para chegar em casa.

Completado o vôo, distância nominal de 605km, deu um vôo de 650km, fiquei muito feliz em finalmente fazer o trecho Formosa-Bebedouro !!!!!!!!!!!!!!!   E ainda chegar antes do horário, fizemos sessão de fotos aéreas em cima da pista, estiquei para lá para cá, para perder altura.

Acho que foi a primeira vez no Brasil que 3 planadores fizeram vôo acima de 600km no mesmo dia !!!

Planador hangarado foi hora de voltar a SP de carona no grande turbohélice Caravan, e ver a linda aproximação na sexta a noite com as luzes da cidade todas acesas, passamos por cima de todos os automóveis, tudo congestionado parado ai ai ai, chegamos as 19:10 em Congonhas, entre um Airbus e outro nosso enorme trator voador a 160kts de velocidade cruzeiro pousou na pista 17 da esquerda.  Com essa folga toda, quero mais !!!!

Meu notebook queria voar um pouco mais, então em vez de vir a SP, foi dar uma volta no RJ, com a bagagem do pessoal de lá  !!! Mas o Nader deu um jeito, e conseguiu que um amigo trouxesse sábado de madrugada de volta a SP, lá estava eu as 5:00 da manhã em Guarulhos. 

O planador mais bonito de todos !! (lógico, eu estava pilotando)

Vale agradecer o companheirismo de todos, os fotógrafos em especial que cederam as fotos sem enrolar, Nader o nosso principal tirador de imagens, Fábio também !!!  Aguardamos os resultados das 60horas de imagens de vídeo gravadas em fitas de HD, que se tornarão um filmão nas mãos do Silvestre Campe.  Afinal todos os dias lá estava o Silvestre, thommmmassss a filmagem éstáá bárrrbara, mas no esquece de trocarrr a fita, e lá ia o meio planador cheio de tape azul, unidade de gravação (vulga camera velhaca), bateria externa, etc et all

Silvestre com sua "pequena" filmadora


Julio, o carregador de cotonete de Elefante !! Entrevistando Luis antes da partida

Voar de planador é sempre bom, voar longe melhor ainda, entre amigos é ótimoooooooooo.  Verdade que virou a expedição Bahiana, ficamos “volteando” no quarto maior estado Brasileiro, mas ano que vem iremos a Piauí, Ceará, voltar a parte mais NE do Brasil mesmo !! Quem sabe com um quorum ainda maior de voadores.  

A turma toda !!!

Ainda mais alguns comentários no próximo post, e o mapinha e outros detalhes.

Estatisticas


sábado, 13 de setembro de 2008

Formosa - Bebedouro

Não lembro de outro dia no Brasil que 3 planadores voaram mais de 600km !!!! 

Nesta última sexta feira

Base animal de 3000m agl depois de Cristalina... 


O relato , fotos, etc vem depois !!!

Luis Eduardo - Formosa - 477km voados

O dia 11/09, quinta, começou na tradicional “comitiva” de taxis para o aeroporto.   Silvestre Campe começou a filmar desde cedo, ajustando as fitas nos planadores, fazendo as entrevistas do dia a dia.  Todos encheram os tanques de combustível para o vôo de 400km, a meteorologia não prometia muita coisa.  Coloquei água nas asas, seguindo o exemplo do Egon e seu ASW22Ble.   O cinegrafista decolou antes a bordo de um tradicional avião J3 para filmar nossas decolagens, o resultado só ele sabe quando !

O início do vôo foi novamente difícil, voamos no azul , com térmicas subindo no máximo a mil metros acima do solo, pelo menos o vento ajudava já eu era de cauda.  Consegui uma sequência interessante, esticava nos arados e subia nos rios pequenos entre eles, áreas verdes sempre um pouco mais frias, disparando as térmicas.  Logo de cara, fiquei a 300m do chão, mas consegui subir.  O Ximango e S10 dispararam na frente com seus possantes motores de 4 tempos.  Aliás os 2 motoplanadores biplaces voaram em conjunto durante grande parte da viagem, apesar da grande diferença tecnológica  os 2 foram feitos um para o outro.  O S10 com seu planeio de 1`:50 não é páreo para o Ximango com 1:30 ... Mas a boa pilotagem de Bechelli e Admilson compensou em parte esta grande diferença.  Os dois planadores ficavam o tempo todo conversando no rádio trocando idéias para onde ir. 

Passageiro no S10, outro voador, ou pulador ????

Egon nos aconselhou a desviar da rota direta de Formoso, para evitar o grande vale, voamos bem apoiados em cima dos grandes arados da região, solo bem diferente do acidente relevo do NW da Bahia.  Por outro lado S10 e Ximango encararam o vale, voando 50km a menos que nós, e tiveram excelentes térmicas disparadas pelas rochas e costelas das montanhas.  Já os 3 planadores, ASH25, ASW22 e DG800 (eu) foram pelo solo mais apoiado, mas com térmicas sensivelmente mais fracas. 

Algo em comum com todos os planadores e pilotos, foi a zona total de registradores, GPS, fios da Câmera de Vídeo.   Sem falar que cada câmera fotográfica tem um SD card diferente, os aparelhos que levamos não conversam entre si, o Software do Computador de Vôo é Tcheco, o planador Alemão, o piloto Brasileiro, e ninguém lê manual algum !!! Como tudo isso vai funcionar ??? Voando com pé e mão !!  Isso quando o piloto não dorme em vôo, ou resolver devolver o almoço inteiro para o saquinho.  É a parte menos “elegante” do vôo a vela.

Todos conseguiram chegar em Formosa, mas para mim foi um feito em especial, pousei próximo ao por do sol, e não pensei que fosse completar o percurso sem motor.

Fotossssssss

Obrigado pelos vários comentários no blog ! Isso dá mais ânimo para continuar escrevendo.  Uns probleminhas técnicos atrasaram os últimos dias, falta de internet na fazenda, meu notebook que deu um pulo ao RJ, mas voltou rápido a SP, depois conto mais.

Planeio final já próximo a Formosa no DG800b

Os campos do Planalto Central

Perto ainda de Luis Eduardo Magalhães, cliquem na foto, veja a diferença do chapadão , plantado e o vale com relevo todo acidentado
Esse é o transporte do Evaristo, o cordial caseiro do Aeroclube do Planalto Central 
(Formosa-GO, não Taiwan)

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O dia em Luiz Eduardo

Dia 5 não foi grande coisa, meteorologia estranha, o tempo estourou apenas depois das 13-14h, até brinquei no rádio, pois tínhamos planos para triângulo de 500 e 600km, ou até mesmo uma sobrevoada no Jalapão. Mas não teve jeito não, aliás o DG800 (eu) pousou depois de 1 hora de vôo, ajustada a câmera de vídeo, decolei novamente. Serviu para dar uma acordada, pois estava cochilando um pouco a bordo. Saí na proa SW para o extremo do chapadão, onde estavam outros planadores, para apreciar a paisagem. Foi um passeio pequeno e delicioso.

A cidade de Luiz Eduardo, no maior boom da região, cidade explodindo em crescimento econômico

Voando no limite da Chapada, a SW de LEM



Porque ninguém comenta nada ???? Como vou saber se o blog é lido ?
Cliquem no Comments e deixem seu recado.


El piloto dormilone soy jo !!!! (Thomas)

Ximango o relato !!!

Quando o Ximango pousou em Irecê, o caseiro totalmente exagerado , de cima de uma goiabeira, comentou que “ontem pousaram 6 (em vez de 2) “eram uns bichos feio” as asas iam até o outro lado da pista...
Depoimento do Ximangueiro Bechelli. Hoje decolamos com a convicção que iríamos fazer 400km ao contrário de todos pegamos a proa sul sentido Posse. Já nos primeiros..... 10km a decepção foi grande o tempo estava uma bomba !!! Vimos que não iria dar nem para fazer 100km, então fomos para o final do Chapadão proa SW sobrevoando as falésias que são lindas. Nos divertimos por 2 horas, quando os outros planadores chegaram, voamos junto com o S10 que rendeu uma filmagem fantástica.

Por Bechelli

Piauí (técnico)

Gregory, da Fazenda Progresso no município de Uruçui (Piauí), planta algodão, é amigo do Egon, diz que a região é excelente para o vôo de planador. Sua fazenda fica a 230 km a Oeste de Picos, a rota rodoviária de Formosa é Barreiras, Riachão das Neves, Formosa do Rio Preto, Corrente (PI), Gilbues (PI) , Bom Jesus do Gurgueia , Cristino Castro, Colonia do Gurgueia, Bertolinia, Sebastião Leal e Uruçui. A estrada é boa até Colonia do Gurgueia, após esta localidade a maioria é estrada de chão (75km aprox.). Tem Avgas em Bom Jesus do Gurgeia e Picos.

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Jacobina - Luiz Eduardo Magalhães - Comentário Sergio

Abaixo os comentários do Sérgio, que foi o único que completou este trecho de 600km sem ligar o motor:

"Decolamos de Jacobina 11:15, estava um pouco frio, vento forte de ESE e cobertura 7/8. TO estava rodando uma térmica a W da pista, e desligamos nela. Nossa estratégia foi colar nas bases o máximo possível, para aproveitar o vento de cauda, rumando para Ouro Branco, onde há uma garganta na serra pois as bases estavam muito baixas.

A asa do "pequeno" ASH25 girando térmica junto com outro planador

Passamos uns 30km ao N de Irece e ao chegar na serra antes do Velho Chico (Rio São Francisco), não conseguimos altura para cruzá-la e tivemos que desviar para N até Xique Xique. Por acaso, voltamos a voar junto com TO a partir dai. Cruzamos o Velho Chico e fomos no rumo de LEM, mais ou menos paralelo a um afluente. Havia uma enorme queimada que TO tentava rodar. Nós conseguimos rodar uma "colina" a barlavento da monstrenga. Este trecho, de Xique Xique até Barreiras, no azul e com poucas térmicas foi o mais difícil, zero de pousos fora e nada de estradas, vilarejos, etc.

Só em Barreiras conseguimos subir, já no fim da tarde e com sol na cara, para o planeio final, com McReady em .5 e no capricho, conseguimos um L/D de 100 por 60 km.
Depois do pouso, tentamos levantar o mastro para inspecionar o motor. e nada!
Se tentássemos ligar o motor para escapar de uma roubada, íamos ter uma grande decepção...

Jacobina - Luiz Eduardo Magalhães - Bahia 2008

Visão da saída de um vale para mais uma serra, lá de cima (clique na foto)

DIA 4
Nossa expedição carinhosamente apelidada de NE2008 virou Bahia 2008, já que pelo quarto dia consecutivo continuamos dentro do 4º Maior Estado da Federação. Vale um agradecimento ao Ronny e ao Romi, a dupla voadora de asa delta que nos deu força em Jacobina, além do Secretário de Turismo da cidade. Tivemos policiamento durante a noite para a guarda dos planadores, já que a pista fica bem exposta ao lado da rodovia. Pista aliás que precisa uma operação “belezura”, pois está um pouco esburacada, o asfalto está bem antigo. Como porta de entrada da Chapada da Diamantina, pelo lado Norte, merece um aeroporto mais digno.

O relevo é algo estonteante na região, com várias cadeias de montanhas próximas, e um micro clima bem úmido, com plantações de abacaxi atrás da serra, frutas e principalmente... de uma erva verde... pois a polícia não consegue chegar, por ser muito inacessível. O Luis com DG808 foi para Juazeiro do Norte, e parece que as condições meteorológicos não estão muito favoráveis naquela região. Base de apenas 1500m, pouco para a região do semi árido nordestino, e mesmo hoje apesar de ter decolado cedo, fez um vôo de “apenas” 550km.

Atravessando o São Francisco, cidade de Barra, com pista ao fundo

O grupo no final decidiu que o melhor destino seria LEM (Luiz Eduardo Magalhães) antes um pequeno povoado denominado Mimoso do Oeste, que em 1998, passou a Luís Eduardo Magalhães, nome do deputado falecido, filho do Senador da República, Antônio Carlos Magalhães. Produz 60% dos grãos dos Estado da Bahia, cidade rica em pleno desenvolvimento com novas agroindústrias se instalando. Do ar contei fora o aeroporto asfaltado que tem excelente infraestrutura, gasolina !!! querosene !!! mais 4 pistas ao redor da cidade.

Bom voltando ao vôo, o Ximango decolou muito cedo tipo 9:00 da manhã para aproveitar o resto das lenticulares que haviam se formado desde cedo, céu encoberto em 80%, mas conseguimos ver claramente as linhas de nuvens que caracterizam a existência de ondas, geradas pelo vento que bate na cordilheira de Jacobina, com o alinhamento Norte/Sul. O Dimas colocou gás neles, o que foi ótimo, pois se divertiram bastante surfando durante 1 hora nessas nuvens que marcam as ascendentes invisíveis. Subiram a te 1500 agl, com 1,5m/s em ar estável. Depois das 10:00 com o início da instabilidade térmica, o ar começou a ficar instável, e tudo isso acabou, mas está aí mais uma excelente experiência de vôo.

Confraternizando em Jacobina

Egon, um pouco mais apressado decolou as 10:30 rumo a LEM (Luiz Eduardo Magalhães), eu decolei um pouco mais tarde as 11:15 junto com o ASH25, mas não foi o melhor momento, pois a cobertura de nuvens aumentou um pouco mais. Vento de 30-40km/h e cobertura de 6/8 a 1000m agl tornavam o vôo um pouco mais desafiador. Ximango e S10 resolveram andar um pouco no motor, pois a atividade térmica era fraca demais para esses pesados motoplanadores. Consegui ir boiando com vento de cauda até o início da próxima serra, onde fiquei muito baixo, perdi o contato com as nuvens, foi fatal, liguei o motor do DG a 33km de Jacobina próxima a Catinga do Moura-BA, vilarejo onde eu iria pousar provavelmente no campo de futebol, se o motor não pegasse, pois era bem acidentado o entorno, ou num pedaço de terra que talvez foi uma pista num distante passado. Passado o susto, voltei ao vôo térmico que foi bem interessante. Com o ventão de cauda, passei a primeira serra, escutando os planadores mais a frente, o ASH25, reportando que estava tudo melhorando, e o Egon lá na frente todo otimista. Haviam nuvens pequenas que balizavam o caminho, finalmente um dia não azul, o que sempre facilita o vôo. Escutei um “brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr” no rádio, o ASW22 teve que ligar o motor, e logo depois o S10 começou a reclamar da dificuldade de subir na segunda (ou terceira) serra. Resolvi desviar alguns graus para o NE, rumo a Xique-xique, já na borda do Rio São Francisco, contornei essa serra, facilitando a travessia desta serra que nem mesmo o classe aberta conseguiu fazer. Numa lagoa feia, encontrei o ASH25mi que fez o mesmo desvio, voamos juntos durante longo tempo, atravessando o rio São Francisco em Barra, pequena cidade que tem uma enorme pista asfaltada.



Começou o bla bla no rádio para onde vamos ? Barreiras ou LEM, faltavam ainda 300km para chegar as 14:30 , como minha média não estava fantástica achava que não iríamos conseguir chegar, pois no mínimo pousaria as 17:30. O avião Caravan estava pousado em Barreiras, esperando instruções para onde ir, o Egon próximo a Barreiras... Depois de muita falação no rádio, decidiu-se por LEM mesmo. Eu continuei no meu vôo sabendo que tinha alternativa 100km antes em Barreiras. E não é que a meteorologia cooperou ? Com vento de cauda de 20-25km/h, conseguimos evoluir bem. Algumas térmicas secas, e fiapos aqui e acolá ajudavam bastante. De longe vi uma enorme fogueira, e decidi ir pra cima dela, junto com a decisão do ASH25, fomos ambos para lá, nos ajudamos durante o vôo , ora o ASH na frente ora o DG, isso foi bem divertido. A fogueira foi muito doida, pois estava tão preta, que não dava para voar totalmente dentro dela, seria IFR total. Tudo sacudiu tremeu, achei até meio perigoso, a câmera de vídeo voando dentro do planador, foi uma zona. O ASH passou reto, não quis nem tentar subir nessa massaroca, sábia decisão aliás. Fiquei indo e vindo, mas no final subi apenas uns 600m sem média muito boa, só valeu a pena porque a câmera de vídeo estava filmando , e talvez saia algo interessante, visão do inferno mesmo. Com minha escova de dentes a bordo e mais uma camiseta, estava tranqüilo para pousar em Barreiras, e ficar mais um dia sem bagagem, pois o Caravan (Cessna enorme que levava o cinegrafista e nossa bagagem) estava autorizada a decolar para LEM. Já próximo a Barreiras, cisquei algumas nuvens, que subiam pouco, e vi um pouco a minha esquerda “a preferida”, vento batia na montanha, ela bem formada, falei comigo mesmo “esta nos levará para o destino” não deu outra, subi 1200m nela, e a 100km entrei no planeio final !!!

Térmica integrada de 7.1m/s, no S10 tá aí !!! Eu não peguei nada maior que 4m/s

Lindo dia realmente, vôo de 588km, seria acima de 600km se não tivesse ligado o motor a apenas 33km fora de Jacobina. O ASH 25 com Sérgio e Improta estão de parabéns, pois foram os únicos que completaram o percurso sem ligar o motor, 600km !!!! O valente Ximango que voou onda, e pegou térmicas por boa parte do dia, fez um vôo de 8 horas !

Ximango PT-PMF nas asas do S10

Hotel sensacional, infelizmente está lotado a partir de amanhã, seremos obrigados a sair, não teve conversa, com quarto enorme, e todas amenidades possíveis. Jantamos no próprio hotel, todos um pouco cansados do longo vôo do dia.

Saint Paul Hotel em Luiz Eduardo Magalhães. mini Maksoud Plaza

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Fotosssssssssss

Sensacional foto tirada do S10 VT

Thomas estaqueando o DG, com o super martelo de Barreiras, faz parte agora do meu kit :)

Tico e Teco, os pilotos do Caravan

ASW22ble na chegada
Veja o painel do Egon, será que ele consegue usar TUDOOOOOOOOO isso ???
Luis na chegada próxima ao por do sol em Jacobina, voaço !

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Irece - Jacobina e imediações

Hotel sofrível em Irecê, começaram cedo os emails e conversas por telefone com o pessoal que estava em Jacobina, para decidir o que fazer. Previsão novamente de vento forte, totalmente de frente, estávamos na dúvida de ir a Picos (PI) ou Juazeiro do Norte. No final prevaleceu a idéia de ficar em Jacobina mesmo, que acho que foi a mais sensata. Nosso AstraTaxi chegou no horário combinado, e lá fomos para o aeródromo de Irecê.

O próprio taxi acabou rebocando o pesado planador ASH25 para a pista, a cada curva levantamos a cauda em 2, e eu fazia peso no nariz, mas tudo certo deixamos o planador no início da pista, e o DG800 no ponto de espera. Esperamos um bom tempo, até quase meio dia para decolar, o vento estava forte, céu azul com um pouco de bruma. Segundo o meteorologista Vilella, por email, a forte subsiência deve permanecer mais alguns dias na região devido a um sistema de alta pressão, deixando nossos vôos um pouco mais difíceis.

Próximo ao Morro do Chapéu

Vento de 30-35km/h de frente em grande parte do dia, foi nossa realidade, remando aos poucos nos aproximamos da elevada cidade de Morro do Chapéu. Cruzamento da serra belíssima não foi muito fácil, eu fiquei baixo perto da pista não mais que 300m acima do solo, com dificuldades para subir, já que o vento dava picos de 40km/h, mas aos poucos ganhei altura. Improta e Nader a bordo do possante ASH já estavam mais a frente e principalmente mais alto. Justamente na borda da cidade de Morro do Chapéu começaram as nuvens que tornaram o vôo muito mais fácil. Na fonia escutava o pessoal voando ao longo da serra de Jacobina, aproveitando as excelentes ascendentes geradas pelo forte sol nas pedras, e o vento leste constante, o alinhamento da cordilheira é Norte - Sul.

O Chapéu de Morro do Chapéu, esculpido na rocha

Vôo tranqüilo em cima de terreno impousável, voei um pouco com o S10VT que levava Fábio e Sérgio, já o DG808 do Luís se mandou para Juazeiro do Norte, lá pousou horas mais tarde, reportando um vôo com meteorologia meio complicada, não é a bonança que estamos acostumados para a região. Egon aproveitou para conhecer mais a região, comentou depois que não achara pouso fora viável na região, ou seja tem que acreditar mesmo no planador. Edmilson com o Ximango levou Ronny para voar, o piloto de asa delta de Jacobina, e inclusive o cinegrafista para filmagens aéreas. Acho que o resultado de toda a filmagem ficará sensacional, vamos torcer. Improta e Nader também passearam um pouco pela região de Jacobina antes de pousar.
Sobre meteorologia, Ronny comentou que realmente estamos um pouco adiantados, a melhor época do ano para voar na região é o final de setembro e início de Outubro, mas com a coincidência de datas com a etapa final 50 Campeonato Brasileiro de Vôo a Vela – Planadores, não havia opção de vir mais tarde.

Voando na serra de Jacobina

No chão toda a comitiva estava montada, publico local, carro de Polícia, etc etc. Até um repentista local veio cantar para nós, devidamente registrado em vídeo. O Caravan JAT foi a Petrolina abastecer com querosene, e aproveitou para trazer gasolina para o Ximango e S10. Ximango aliás, que ficou praticamente sem avgas, pois no dia anterior voou o tempo todo contra vento, não conseguiu aproveitar as térmicas do dia, que com o forte vento tornaram a média do vôo térmico muito lenta.

Valente Ximango, que hoje veio no motor...
Fui buscar o amigo do Karl e Heinz, na casa dele do outro lado da rodovia em frente ao aeroporto, já não toca o bar, porém ainda tem pendurado na casa dele a foto da carreta do DG500m, que foi dada em 1998 !!!! Para mudar um pouco em vez de ficar no Hotel Serra do Ouro, que fica no topo da montanha, ficamos no Fiesta Park Hotel, melhor localizado e bem mais novo.

Sergio, Repentista, Improtinha e Thomas


Comitê de recepção dos voadores de Barreiras !

domingo, 7 de setembro de 2008

Barreiras - Irecê - Jacobina para alguns...

Sempre falaram que a Bahia é um mundo, a Bahia é o quinto estado do país em extensão territorial e equivale a 36,3% da área total do Nordeste brasileiro e 6,64% do território nacional. Da área de 564.692,67 km², cerca de 68,7% encontram-se na região do semi-árido, enquanto o litoral sendo o maior do Brasil, mede 1.183 km, abriga muitos tipos de ecossistemas, favorecendo a atividade turística por sua rara beleza. Onde voamos ? Lógicamente no semi-árido mesmo. A van que levou todos nós para jantar não estava disponível, então lá fomos nós com 3-4 táxis para levar todos junto com a volumosa bagagem. Tempo parecia lindo, céu azul, tudo parecia ser ideal para o vôo.

No aeroporto o pessoal da ABA (Associação Barreirense Aerodesportiva) , que é dona da pista onde pousamos, foi super solícito. Nos ajudaram em tudo, das simpáticas senhoras, até o pessoal que emprestou martelo, estacas, etc... Até mesmo um ultraleve foi cedido para que o cinegrafista pudesse fazer alguns “takes” aéreos, da nossa decolagem e subida inicial em térmica. Temo tudo para agradecer a excelente recepção. Aliás diga-se de passagem, estão totalmente receptivos a etapa Centro Oeste do Campeonato Brasileiro, eles têm hangar, banheiros, água para lastrear providenciam, enfim é só o pessoal de Brasília telefonar e planejar o evento, o número e o contato está guardado.

Desta vez decolei no meio do bandão, fui a 900m, e começou novamente a ralação, fui tocando em frente para cima chapada, onde já voava o DG808 do Luís, mas estranhei a opção, pois um pouco a Oeste tinha a encosta da chapada com o vale. Fiquei baixo logo de cara... Mas subi bem, assim foi uma boa parte do vôo baixo mesmo. Céu totalmente azul, vento de frente de 20-25km/h, um dia difícil. Demorou para “estourar” o Ximango e o S10 andaram uns bons quilômetros no motor, para adiantar tudo. Fui progredindo aos poucos, em cima da chapada, na estrada de asfalto sempre baixo, desviei a esquerda para a borda da chapada que funcionou muito bem, comecei a pegar térmicas de 3m/s, 4m/s e até mesmo uma de 5.2m/s, que foi a melhor do dia. Paisagem interessante, travessia do São Francisco, várias serras, vales cultivados, grandes extensões sem cultura agrícola. Depois de 2 horas de vôo já dava para perceber que não seria um super dia, a subimos algumas vezes a 3000m msl, mas grande parte do vôo foi a 2500 msl (1500-2000m acima do solo), sempre no famigerado céu azul.

Em Barreiras, passou uma banda... na frente do restaurante, maior som !!!

Fábio e Sérgio voaram no S10 para variar um pouquinho, o Nader foi com o Improta no maquinão ASH25mi. Eu enjoei um pouco hoje, mas não cheguei a usar o saquinho como no dia anterior... Mas no S10VT, Sérgio teve que usar uma máscara de Oxigênio (quase) já que o Fábio mareou e não conseguiu se conter. Pelo menos não fui o único piloto a enjoar eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee !!!!!!

Voei praticamente sozinho, o que foi uma pena, pois no azul mais planadores podem ajudar-se, na procura das invisíveis térmicas. Apenas Egon me alcançou, já depois do Rio São Francisco, atravessamos em Igarité, voamos um pouco juntos. Atravessei uma serra de 1200m (o vale fica a 250m) onde fiquei baixo mesmo, antes do novo vale avistei a pista asfaltada de Gentio do Ouro, no meio deste grande vazio. Em seguida um lindo açude, que ajuda a irrigar a região do vale do Feijão !!!!

Meu drama começou no vale seguinte, próximo a Miroros. Subi devagar, e fui cruzar a próxima serra, mas não consegui passar para o outro lado por 300m... Tive que voltar uns 10km com vento de cauda, para no vale subir muito lentamente. Nessa a maioria do pessoal já estava bem na frente, menos o AS (Improta+Nader) que estavam um pouco atrás, mas tanto que demorei a subir, eles chegaram e me passaram. Consegui passar esta serra, mas ainda faltavam 180 km para chegar no destino, Jacobina, e menos de 2 horas para o por do sol..., vento de frente de 25km/h. O Luís com DG808 estava mais a frente comentou que iria ligar o motor para chegar. Eu não gostei de chegar tão perto do por do sol, numa região super montanhosa sem alternativa de pouso, junto com o Improta, pousamos em Irecê, que outrora foi conhecida como a capital do Feijão. Situada a quase 500km de Salvador, é um grande pólo agrícola regional.

Recepção em Irecê !!!

Pista de pouso excelente, tivemos a ajuda dos locais, acho que foi uma boa decisão de não ter ido em frente, mesmo porque a pista de Jacobina parece estar bem deteriorada, segundo as informações telefônicas com o pessoal que lá pousou. Sem muito preparo para este pernoite fora do plano, fomos a Farmácia comprar escova de dentes, e outros itens de higiene pessoal. Nosso taxi, um moderno Astra, tinha um som gigante no porta malas, coisas do interior mesmo ! O Golden Palace Hotel parece ser o melhor da cidade, mas ainda tem um bom caminho para ser um “bom” hotel.

Mar de fios no DG, junto com o cinegrafista
Acabou a gasolina do Ximango, então nesta segunda não sei bem como farão lá em Jacobina, o plano é voar até Juazeiro do Norte, para nós 530km, se o tempo não foi MUITO bom, teremos um pouco de dificuldade, aí pousamos em Petrolina que fica na metade do caminho. Mais um probleminha, não podemos pousar em aerodromo controlado... Então os planos complicaram um pouco !!!

Pousado em Irecê, uuuufa que dia !!!
Lindo por do sol

Realmente o dia fez jus ao título do Blog, voando sem motor e sem rumo pelo Brasil !!!