domingo, 13 de outubro de 2013

India nova antiga idéia

Uma das vantagens do parapente é sua extrema mobilidade, e relativa falta de regulamentação.  Quando resolvi aprender a voar de pp a idéia justamente era conhecer outros países sob a ótica do voo sem motor.  Tentei fazer isso com planador, mas a logística de alugar um planador é sempre complicada, a aviação desportiva não tem uma legislação homogênea.

Seguindo essa linha, fui influenciado pela revista inglesa CrossCountry que publica anualmente os melhores lugares do mundo para voar, e assim tomei contato com o voo na Índia.  A única referência que tinha eram os vídeos no youtube de parapentes muito velhos, com vôos duplos sem segurança alguma.  E a internet fez o resto, pesquisando nos sites, no forum inglês de voo livre, pesquisei bastante, pedi informações inicialmente para as empresas que fazem o voo guiado, um instrutor para cada 2/3 pilotos, e aos poucos fui formando a idéia de como poderia ser a viagem sem me colocar em risco.

Vale salientar que sempre tive vontade de conhecer a cordilheira do Himalaia, não sou montanhista ou super aventureiro terrestre, gosto mesmo é do voo sem motor aproveitando a força das térmicas e eventualmente do vento para manter os pés fora do solo.

Um pouco da história pessoal, em 1993 participei do 8 Campeonato Mundial de Rally Aéreo, como parte da delegação Brasileira, fui voando com o Cessna Cardinal (C177b) PT-JZF do meu navegador Carlos Napolitano.



Lembro que ele teve um problema pessoal, e quando cheguei no Campo dos Amarais (Campinas) ele entregou a chave do avião e falou "Thomas" vai voando pra Santiago daqui uns 2-3 pego um Boeing e te encontro no aeroporto em Santiago no Chile. Não sei como ele confiou na experiência de um aviador amador de apenas 26a.  E com isso tive o primeiro contato com a Cordilheira dos Andes a partir de uma pequena aeronave.  Após a decolagem de Mendoza, fui subindo com o espaço Cardinal, e para ajudar na parte mais alta, peguei vento de colina (lift) do forte vento que batia na cordilheira, fruto do conhecimento do voo de planador.  Lembro que mais 2 aviões do time argentino, estavam desesperados porque o avião deles não subia bem aos 11.000 pés, eu falei no rádio para virem para o meu lado que subia com auxílio da natureza, e não apenas do motor.  E com esse foi tomei o primeiro contato com a alta montanha por cima.  Impacto visual e de deslumbramento foi muito grande, e pensava já naquela época, que um dia voltaria para voar de planador na região.  E isso aconteceu 6 anos depois, quando em 1999 fui pela primeira vez para San Martin de Los Andes, com o planador sem motor Nimbus 4 quando eu realmente me apaixonei pelo voo nas montanhas.   Outras expedições aconteceram posteriormente já com o motoplanador DG800b, onde pude aprofundar a exploração pessoal dos Andes, região que até hoje é fascinante para os pilotos de planador.

Já para o outro lado do mundo, Himalaia, o voo de planador é praticamente inexistente, pois além do terreno extremamente inóspito, não existe cultura aeronáutica que possibilite ao piloto desportista voar na região.  A grande excessão é o piloto multirecordista mundial e expert de montanhas Klaus Ohlmann que irá voar no Nepal a bordo do motoplanador Stemme S10 nas proximas semanas, ele que conhece a cordilheira dos Andes na palma da mão e é o maior recordista mundial de voos de distância, conseguiu autorização para voar na região sob condições super especiais http://www.mountain-wave-project.com/index-2.html  .








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