sábado, 19 de julho de 2014

Chelan Final, entrega de premios etc...

Entrega de premios num local muito bonito, com um churras ao ar livre mesmo, tudo no esquema USA. Muita conversa mole, tudo atrasou um pouco mas o local muito bonito !

Valente Chili 3 ! 


 As organizadoras do evento !

Pódio da Serial ("D" e 2 linhas)

Pódio da classe Sport

 Sim muitas pilotAs participando também


Os primeiros 20 colocados da Sport Class, haviam 43 pilotos nesta categoria, fiquei feliz com minha colocação, Chili 3 ROCKS !!!!!

Chelan Prova #7 Final

Como no ultimo dia existe o compromisso de emitir os resultados rapidamente, além de ter os pilotos resgatados para a festa de encerramento, a comissão de provas resolveu bolar uma prova em formato de estrela, claro que a prova não poderia ser curta, então novamente 90km.   Mas esqueceram de avisar a meteorologia, com cobertura alta, o início das decolagens foi sendo atrasado, então quando finalmente decolamos foi uma corrida contra o relógio, pois mantiveram o tamanho da prova.  Era um dia com grande desafio, pois sabia que a probabilidade de eu chegar não era muito grande... Na média apenas ½ dúzia de pilotos da classe SPORT fez goal durante o campeonato e pela grande diferença de velocidade muitas vezes não computava pontos, pois a velocidade sempre é tirada das velas classe Open, eu acho que a pontuação da SPORT deveria ser independente, pois assim teríamos os pontos de velocidade de forma mais equilibrada.

Look em voo, com calor, pois a jaqueta verde era aberta e fechada conforme a temperatura externa, pois o voo variava de 2000m a 4000m msl 

Novamente não consegui chegar a tempo na largada, então pacientemente subi até a base, saindo uns 15minutos depois do primeiro pelotão.  Pelo menos meu voo foi alto, mas bem mais lento que o desejável.  O formato de estrela significou vários idas e voltas, com parapentes por todo lado, afinal havia muita gente no ar.  O planeio final foi interessante, pois coloquei 800m de reserva 9km, mas tudo isso diminuiu para apenas 300m... quando estava na borda “dos flats” já avistando o rio columbia, mas com a passagem de um Icepeak7 (alta performance) por baixo, tive um pouco mais de sinalização do ar a minha frente.  Com o forte sol ainda esquentando a encosta ao lado do rio, tudo começou a sustentar bem, e cheguei com bastante folga no “Campo de Futebol” que era o objetivo do dia, o pouso oficial de Chelan com seu incrível gramado.  

No ultimo 1/3 do voo um problema técnico, olho para a direita e vejo o tirante rompido


Fui um dos últimos a chegar, apesar de ter ficado em 5 lugar na SPORT, foi um resultado meio fraco, pois o primeiro colocado da classe Sport, Dustin (Gin Carrera), fez a prova em 3h10m, e eu levei “apenas” 1 hora a mais para fazer o mesmo percurso !!!  Verdade que o rompimento do tirante que me deixou tenso.  Não percebi quando aconteceu, e sim visualmente quando vi algo diferente do lado direito... Claro que olhei o outro lado, para verificar o que iria implicar no voo, e tomei a decisão de continuar o voo, pois era a ligação das linhas B/Cs+acelerador, não pretendia efetuar acrobacias, e o dia já estava bem calmo, sem solavancos de térmicas fortes. 

Ter parado de usar o acelerador e o contra vento deixaram meu voo um pouco mais lento. Ainda mais por isso, fiquei ULTRA feliz de ter conseguido chegar no Goal, mesmo que sendo um dos ultimos a chegar, no final ainda fiquei em #5 na SPORT.

Com este vôo fechei o campeonato com vários goals e resultado acima das minhas expectativas.

Icepeak que tinha me ultrapassado por baixo, mostrando o ar na frente... 

Vento estava calmo em cima do rio, mas o sol aquecia bem a encosta, então consegui manter meus 300m de reserva para o pouso no soccer field 





Obs.: entrei em contato com Skywalk Brasil, com a resposta que devo enviar a vela ao RJ para que seja feita avaliação do rompimento do tirante, que não é um caso normal.  Lição ficou para sempre checar os tirantes antes de cada voo, não apenas as linhas com fazia até então.

Chelan Prova #6

Na penúltima prova tudo aconteceu, tudo aconteceu mais lentamente, estávamos destruídos do dia anterior.  Fui dormir as 2 da manhã, estava realmente cansado.  Subimos um pouco mais tarde para a rampa, com a condição de tempo um pouco estranha.  Estava bem encoberto de nuvens altas, secretamente vários pilotos torcendo para não haver prova, pois estavam muito cansados. 

Fizeram uma “simples” prova de ida e volta de 92km, pois vários resgateiros não apareceram de tão cansados que estavam, além do coordenador ter pedido demissão, o stress foi muito grande para ele no dia anterior, dos 200km.  Vale salientar que quase todos trabalham de forma voluntária na organização do campeonato, pelo menos esse foi meu entendimento. 

A largada durante a maioria das provas do campeonato era um pouco difícil, pois tínhamos que atravessar o rio Columbia, num ar totalmente morto, para do outro lado “nos flats” na planície, engatar na primeira térmica, muitas vezes ficando muito baixo antes de subir, tradicionalmente todos iam para as torres de alta tensão, com 5/6 torres correndo em paralelo muitas vezes funcionava, mas outras não.  Neste dia fiquei um pouco baixo, o que atrasou minha chegada para largada.  Resultado foi que na abertura da largada, eu estava uns 1000m mais baixo do que a maioria dos parapentes.  Resolvi ir junto com o pessoal, esperando pegar uma térmica mais forte que me tirasse do chão.

Essa estúpida estratégia matou meu voo, pois voei durante 2h relativamente baixo, entre, sendo que a base subira para 3600m acima do nível do mar, e eu voando entre 1500 e 2500m, não conseguia vencer a inversão seguinte com uma térmica boa.  Meu voo foi bem mais lento que os voadores que fizeram o voo entre 3000 e 4000m (a base subiu mais ainda depois), fui ficando para trás.  Depois de muito tempo, cansado de andar devagar, e mais cansado ainda do dia anterior, resolvi “estacionar” e ir até a base, então finalmente próximo ao ponto de virada (km46) fui a 4000m acima do nível do mar, brrrrr um frio danado mas eu estava bem agasalhado então não foi um problema. 

Pousado ao lado da sede da fazenda, sem ninguém e uma placa dizendo "Propriedade privada..."


Mas como meu voo estava lento, o dia foi acabando, e pousei a 10km do goal, não tinha mais nada... Interessante que escolhi aterrissar ao lado da sede uma fazenda, uns 500m do asfalto, não tinha uma alma perdida ! Dobrei o parapente e caminhei para a estrada principal, e alguns minutos depois já estava resgatado. Já na média da classe SPORT, apenas 4 pilotos chegaram no goal, mas eu fiquei um pouco mais para trás , 18 porque pousei um pouco antes de todos.   Vale salientar que vários pilotos nem voaram neste dia, pois estava totalmente exaustos do dia anterior

Outro piloto pousando próximo ... 

E mais um, bem próximo, mas do lado do asfalto :)

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Chelan 204km voados !!!!

Prova dos 200km

John Cosh, um dos bons voadores dos EUA já havia dito que iriam tentar uma prova bem longa, para aproveitar as boas condições meteorológicas, de dias longos e térmicas boas.  Comecei a desconfiar quando no FB oficial do campeonato apareceu a nota que deveríamos nos apresentar ao QG (HQ) 30 minutos antes do que nos outros dias.   Para mim o dia parecia como outro qualquer, ceu azul, vento fraco, XCSkies indicando bom potencial de voo, nada diferente do dia anterior, aliás um vento um pouco mais fraco e fumaça no horizonte devido as queimadas.

O dia não estava ideal, muita fumaça no ar desde cedo

No Briefing percebi que seria um dia bem desafiante, estava escrito “nominal distance 204km” na placa branca.  Eu dei risada, e pensei, essa é a prova que não querem que o pessoal da SPORT consiga completar, e eu então voando um vela B... Foi o briefing normal, pessoal bem agitado com a possibilidade dos 200km, mas vários pilotos incrédulos, pois o vento estava mais fraco no dia anterior a impressão era que a janela de oportunidade havia passado.   A janela de decolagem abriu as 11:05, eu consegui decolar as 11:11, pois se era para tentar chegar, tinha que estar bem posicionado na largada para andar mais na frente.   Vale salientar que apesar de ser um dos primeiros 20/30 a decolar, fritei de calor na longas fila vestido como um esquimó, ou seja camiseta+camisa manga comprida+casaco de pluma+lycra+2 luvas por mão, mas isso já era padrão de todos os dias.  A dica que o Washington me deu antes de eu sair do Brasil “é frio leva roupa” foi perfeita, pois como a base é alta, tudo esfria muito durante o voo.

Essa foi a história prova

No início do voo tinha um monte de parapente ao meu redor, facilitando um pouco a detecção das melhores térmicas e principalmente dos caminhos que afundavam menos.  Fiquei observando a média de velocidade a cada hora para ver se tinha alguma chance de chegar no goal, mas depois da terceira ou quarta hora de voo, parei de fazer isso.  Resolvi concentrar minhas forças em voar um pouco mais rápido, e não demorar nas térmicas fracas e ao mesmo tempo não ficar baixo.  A paisagem era fantástica, passando enormes represas intercaladas com plantações de trigo e também algumas regiões onde pareciam as crateras da lua.  Sem chance de pousar longe das poucas rodovias existentes, seria uma caminhada de muitas horas sem acesso de automóvel.  E lá, diferente do Brasil, não existe população vivendo fora das pequenas vilas rurais, toda agricultura é extensiva e totalmente mecanizada.  

Um pouco de fumaça no meio do voo  (@by Alex Miranda)

Grande parte do voo foi entre 2.000 e 3.000m do nível do mar, ao redor de 2400m acima do terreno que na região tinha uma variaçãoo de 300/400m dependendo do local.   Após 4 horas de voo vi que teria alguma chance de chegar, entretanto após quase 140km voados, já não via quase parapente algum, ou seja as velas EnD/Open estavam bem a minha frente, alguns perdidos estavam por perto, mas poucos.  Proximo ao penúltimo lago, Sprague Lake, comecei a ficar preocupado, pois as térmicas haviam enfraquecido, e eu estava a 1800m, na frente solo lunar para ser atravessado.  Mas encontrei algo que me levou de volta a 2600m, e vi uma linha na frente que parecia uma rodovia.  Fui para o meu do “Marlboro” , junto com uma vela Enzo que estava sempre mais baixa que eu e um Gin Carrera que via de longe, não encontrava nada... Na suposta rodovia, vi um trem enorme passando, e pensei, bom pelo menos tenho a linha férrea para caminhar... Havia virado um jogo de paciência, estava cerca de 30km fora, com poucas térmicas, fui até 1300m do mar, já pensnado que apenas queria chegar numa rodovia.  Mas com uma térmica fraca consegui salvar o voo, fui a 2800m, mas não era suficiente para chegar, agora faltavam apenas 9km e eu estava de volta a 1300m (700m do solo), ahh que saudades dos antigos planadores, seria moleza cruzar esta distância.  Achei uma térmica, a direita da estrada, e subi a ultima térmica do dia  a 2000m (1400m agl) comecei o planeio final, o Gin Carrera estava um pouco mais adiante a minha esquerda, saiu para o planeio final bem mais baixo, eu coloquei uma boa reserva, cheguei no final com 300m acima do pouso.   

Já próximo do pouso uma linda paisagem (@foto de Nick Greece)

O rádio gritava de tempos em tempos “atenção pilotos postes e fios elétricos a volta do pouso” e pensei como escolhem um pouso oficial assim ??? “O pouso no campo ao lado ou mesmo no campo de golfe está autorizado”, por isso até peguei esta altura adicional.  Cheguei folgadamente no goal, um campo de futebol americano, observei o Gin pousando e o Enzo, e vi que a melhor aproximação era do Oeste mesmo, entre 2 postes de luz do campo. 

Fiz a aproximação entre os 2 postes de luz no campo de Futebol de St John (WA)

Chegaram 36 velas no goal, sendo que eu fui o 28, fiquei super feliz com o fato de ter cruzado a barreira dos 200km com 6h46” de voo, acho que foi meu dia mesmo, pois além desses ótimas resultados fiquei em primeiro na classe Sport, bem da verdade que o Gin Carrera passou o círculo do goal um pouco a minha frente, mas como a chegada era ESS (Cônica) e eu estava bem mais alto, levei uns pontinhos a mais.  Este é o link do voo: http://xcbrasil.com.br/flight/104206

Feliz após a chegada, e um pouco casando depois de quase 7h de voo

Sim estava em St John, fui levado com um carrinho de golfe para bater a foto


Foi a maior prova já marcada nos EUA, e talvez do mundo ! Não foi um dia especialmente veloz, pois o vento não estava forte, simplesmente deu certo. 

Comemorando !!!! em frente a escola municipal

A volta foi um capítulo a parte, pois não haviam vans suficientes, no final o pessoal da cidade emprestou um “ônibus” escolar antigo de apenas 10 lugares, eu voltei as quase 4h deitado/sentado no chão, parada técnica num Burger King, e ao redor das 2 da manhã estava na cama.  Foi um dia e tanto !

Este antigo onibus escolar foi cedido pelo pessoal da cidade, pilotado pelo Rob Sporrer (Eagle Paragliding) que além de arrumar emprestado, ainda dirigiu a viagem toda !


Os temidos postes de luz ao redor do campo de futebol 

FOOOTOS

Pacata Chelan, nessa loja de Hardware comprei um monte de coisas, velcro, cordas elásticas, fechos de plástico, etc etc... variedade total "a la EUA" 

Subindo com a Van  

 Alguém deixou uma lona, virou o QG Latino com os Brasileiros e nossa amiga colombiana, e mais alguns que gostavam da lingua Portuguesa (...)

Alguns dos voluntários

 Esperando para comer

 Dustin e Alex, Carrera pilots

Fantasiado de esquimó passando pelo gate, onde anotavam o número 

Na semana de treino, reservaaaaaaaaa, com ótimo pouso próximo a decolagem (photo by ...)

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Chelan Empinando Pipa

Analisando um pouco mais o tracklog da prova 4, nem parece que eu estava girando térmica !


Dá para ver o parapente no canto esquerdo em cima, estava a 853m de altura, quando o chão nesse trecho fica a 750m do nível do mar, praticamente no chão, eu girei térmica, mas o vento estava tão forte que nem olhava para o chão ou instrumentos, ia sentindo o lado mais forte. No contra vento eu voava a 8km/h, fui sendo varrido com vendo de cauda.  

Na cidade de Manson, no canto direito do mapa, havia subido até 2400m do nível do mar, dá para ver os círculos ?  Parecia uma pipa sendo empinada mesmo, a diferença que eu estava empinando ela da "cadeirinha" de voo, e não do chão.



Chelan Prova 4

Prova com vento de cauda de 64km

As decolagens foram melhor que no dia anterior já que tinha vento, mas  todos tiveram dificuldade para subir.  Grande parte dos pilotos saiu na última partida das 13:45 (eram 4 partidas, de 15 em 15 minutos).  E lá fui eu também atravessar o rio, do outro lado as 2 primeiras térmicas até que consegui subir razoavelmente. Mas na terceira fiquei seguramente a uns 50m do chão, uma ventania danada, contra vento voava a 8km/h, a térmica subia muito torta, estava preparado para pousar, mas consegui subir, foi uma das melhores “salvadas” que eu me lembro.  Todos voando com mais cautela, pois o tempo estava um pouco estranho.  Após Mansfield avistava a espessa fumaça de outra queimada.  Peguei toda altura possível e impossível antes de entrar por cima dela ! O rádio já rugia com pilotos informando Nível 1 e 2, talvez a prova seria interrompida novamente. 



Essas linhas de alta tensão eram uma das fontes de ascendentes após após o cruzamento do rio, vários pilotos olhavam para elas para subir na primeira térmica do flat

Visibilidade caiu para 5km ou seja ainda VFR, e via longe algumas velas altas, fui em frente e depois de atravessar a fumaça consegui subir bem e avistando de longe o enorme lago da barragem de Coullee.  Instrumentos bem divergentes sobre o planeio final, acabei atravessando o bonito lago com quase 1000m de reserva para chegar no goal, estava 7km fora.  Próximo ao aeroporto que era o goal (objetivo final e pouso) tudo subia, alguma convergência vinha do lago e encostava com o ar seco dos enormes arados, e tudo subia, muitos parapentes ainda voando não conseguiam descer, tive que procurar arduamente descendentes.

E com isso finalizei bem a prova do dia, fui um dos 40 pilotos no goal,  #3 lugar na prova do dia, #4 na colocação geral da SPORT, agora é continuar caprichando, hoje foi por pouco que a Chili3 não vai pro chão no começo do voo.  A meteorologia promete bons dias, e possivelmente irão fazer uma prova bem longa, onde será difícil para nós voadores de En-B chegar, mas será o desafio.


Jesus, o piloto Argentino que mora nos EUA, foi o nosso resgate do dia, já na volta a Chelan dava para ver a ventania instalada no vale, tivemos sorte que o vento forte atrasou algumas horas, permitindo o nosso voo.  Teve o jantar beneficiente para a Cloudbase Foundation, projeto em Honduras e El Salvador, depois escrevei mais, preciso dormir.  Cheguei no goal, junto com mais outras 4 velas da categorai Sport, subi mais um pouco na colocação geral, agora em 4 lugar na geral, mas 300 pontos atrás do próximo.


 Analisando os voos

 Programador e piloto, está com ele o sistema de pontuação da USHPA

Kimberly no discurso sobre projetos em Honduras e El Salvador

 Jantando macarrão, cada um pagou US$ pelo jantar, que foi doado por um patrocinador, e o dinheiro vai para os projetos da Cloudbase Foundation.

Saindo da macarronada, ainda no lusco fusco o sol !